Bianca deu um suspiro cansado antes de responder.
— Se me amasse, me respeitaria.
Raul fingiu pensar, então se afastou dizendo:
— Um momento. Preciso fazer uma ligação.
Foi até um canto da sala, pegou o celular e murmurou, fora do alcance de Bianca:
— Dá um jeito do Fernando saber que a mulher dele está aqui. Comigo.
Desligou sorrindo e voltou até ela.
— Desculpa. Questões da empresa. Você já tá melhor?
— Sim, obrigada. Eu já vou.
— Tudo bem. — Ele se aproximou mais, os olhos cravados nos dela.
— Mas antes, pensa com calma. A Paola não é nada. Só mais uma na lista dele. Agora você... — ele roçou o nariz no dela
— ...você é diferente.
Bianca congelou. Não queria aquilo. Não queria nem pensar naquilo. Mas o toque dele era suave, e o coração ferido a deixava vulnerável e também a deixava sem qualquer reação lógica ,que era se afastar dele.
Foi aí que, aproveitando o momento, Raul a agarrou de surpresa e a beijou com força.
E foi justamente nesse instante que a porta se escancarou com violência.
— SEU DESGRAÇADO! EU FALEI PRA FICAR LONGE DELA! — gritou Fernando, avançando e desferindo um soco violento no rosto de Raul, que caiu com tudo no chão.
Quando Fernando foi pra cima de novo, Raul, esperto, levantou a mão, com o nariz sangrando, e disse:
— Eu não tive culpa! Ela entrou aqui e me agarrou dizendo que se você podia beijar quem quisesse, então ela também podia!
— O quê?! — Fernando parou de repente, sentindo o sangue gelar nas veias. O olhar dele se fixou em Bianca, confuso e incrédulo.
— É mentira... eu não disse nada disso... ele me chamou aqui, ele... — Bianca tentou se explicar, mas a voz tremia, carregada de frustração e decepção. Ela sentia o peito apertado, como se estivesse sendo traída mais uma vez, mas agora pelas palavras que colocavam em sua boca.
— Cala a boca e vamos embora — explodiu Fernando, avançando com raiva. A mão dele agarrou o braço dela com força, os olhos queimando de indignação e orgulho ferido.
— Pra um lugar que há muito tempo quero que você conheça. Mas você nunca quis. Talvez porque não pense num futuro comigo.
— Para nossa ex futura casa? — disse ela, surpresa.
— Não. É a nossa casa. Porque você vai conhecê-la hoje. Agora fica quietinha . Não tô afim de conversar depois de ver você se esfregando no cretino do Raul numa vingancinha infantil por algo que você acha que eu fiz.
— Acho não, você está fazendo!
Fernando apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
— CHEGA, BIANCA! EU PRECISO MANTER O FOCO NA ESTRADA! E COM VOCÊ ME IRRITANDO, ISSO FICA IMPOSSÍVEL!
Ele respirou fundo, com a voz mais baixa, porém dolorida:
— Dirigir pra mim... depois do acidente que matou meu irmão... é sempre muito difícil.
Bianca se calou. Finalmente. Olhou pela janela e sentiu a garganta apertar.
Ela não sabia se queria gritar, chorar... ou beijá-lo com fúria e todo desejo acumulado durante todos os meses que estava se negando o prazer de ter aquele homem lhe possuindo e dando o que ele tanto sabia lhe dar prazer , de todas as formas e oposições possíveis.

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