Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 190

Enquanto caminhavam pelos corredores ainda em reforma, Bianca tentava manter o foco nos detalhes da casa: as janelas amplas, o piso recém-instalado, a escada em espiral que dominava o centro da sala. Era tudo belíssimo, quase impossível não se encantar — mas o gosto amargo da raiva ainda estava preso à sua garganta.

De repente, notou um dos pedreiros parar por um segundo e encará-la, o olhar demorando mais do que deveria em seu corpo. Não era descarado, mas ainda assim... incômodo.

Antes que ela sequer processasse a situação, Fernando virou-se devagar. Seus olhos se estreitaram em um olhar fulminante e silenciosamente ameaçador, direto para o homem. O pedreiro entendeu o recado imediatamente: abaixou a cabeça, desviou os olhos e voltou ao trabalho sem ousar mais nenhum movimento fora do esperado.

Bianca viu. E não disse nada.

Por fora, manteve o rosto impassível. Por dentro, porém, explodia.

Hipócrita. Machista. Controlador.

A mente gritava enquanto ela mantinha o silêncio. Fernando podia se esfregar com a prima pelas costas dela. Podia flertar com a noiva do irmão morto como se fosse algo trivial. E ainda esperava que ela aceitasse tudo calada, dócil, grata por ser escolhida. Mas se outro homem sequer a olhasse por mais de dois segundos... ele agia como um animal selvagem, pronto para atacar.

Aquilo a revoltou.

Ela mordeu o lábio inferior, segurando o impulso de despejar tudo ali mesmo. A raiva misturava-se com a frustração, e ainda — para sua vergonha — com uma ponta de desejo. Porque, mesmo com todos os defeitos, ver Fernando em sua versão bruta, primitiva, possessiva... mexia com ela. E ela odiava isso.

“Claro, ele pode tudo. Pode trair, mentir, controlar, decidir. Mas eu? Eu não posso nem respirar sem que ele ache que está perdendo o controle.”

Seguiu calada, os passos firmes, o queixo erguido, os olhos observando tudo — mas o coração queimando de indignação. A casa era linda, sim. Um sonho. Mas nada disso apagava o fato de que ele ainda a tratava como algo que se podia controlar e moldar à própria conveniência.

E se ele achava que bastava uma mansão para calar sua voz... estava muito enganado.

O quarto ainda cheirava a madeira nova e tinta fresca. As janelas amplas deixavam entrar o brilho dourado do fim de tarde, iluminando o ambiente com uma beleza sutil, mas Bianca mal notava os detalhes. Assim que entrou, seu corpo estava rígido, o rosto fechado e os punhos cerrados. Não conseguiu se conter.

— Você é um machista hipócrita, Fernando. — disparou, virando-se para encará-lo com os olhos faiscando de raiva.

Fernando a fitou, confuso e já com o maxilar tenso.

— Por que está dizendo isso? — perguntou, a voz grave e controlada.

— Porque você quase fulminou o pedreiro só por ele ter me olhado! — Ela deu um passo à frente, a respiração acelerada. — Mas acha que eu tenho que aceitar você me trair e ainda flertar com a noiva do seu irmão morto como se fosse normal?!

Fernando fechou os olhos por um instante, respirou fundo e respondeu com dor na voz:

— Eu nunca te disse para aceitar nada. Eu te pedi perdão, disse que estava sinceramente arrependido. E pensei que você tinha me perdoado porque me ama tanto quanto eu amo você. Mas pelo jeito... eu estava enganado. Você nunca me perdoou de verdade.

Bianca sentiu o coração apertar, mas não cedeu.

— Eu te perdoei, sim. Mas isso não te dá o direito de achar que pode me trair de novo! — Sua voz tremia de emoção e indignação.

Ele deu um suspiro de frustração e continuou .

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