Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 2

Laura retornava do almoço com passos rápidos e um aperto no estômago que nada tinha a ver com a comida. Havia se demorado cinco minutos a mais do que o previsto, e, mesmo que fosse algo banal em qualquer outro ambiente de trabalho, ela sabia que não podia cometer erros diante de Heitor Arantes. O homem era conhecido por sua intolerância a falhas — especialmente às de tempo.

Assim que entrou na recepção do último andar, seu celular vibrou. Uma notificação. 13h05. Maldição.

Sem o blazer, graças ao calor absurdo de São Paulo , sua blusa de alças deixava seus ombros e o contorno dos seios mais evidentes do que gostaria em um ambiente tão formal. Ela apertava a pasta contra o peito numa tentativa quase inconsciente de disfarçar, mas já era tarde demais.

Quando atravessou a porta de vidro do escritório de Heitor, ele já estava ali, de pé, à frente da mesa, com os olhos fixos nela como se a esperasse. O maxilar estava travado, os olhos escuros ainda mais intensos do que na manhã anterior.

— A senhorita demorou mais do que devia. — A voz dele cortou o ar como uma lâmina fria.

— Se isso se repetir, será sumariamente demitida.

Laura parou, o coração batendo forte. Engoliu o orgulho e assentiu, tentando manter a compostura.

— Me desculpe, senhor. Não vai acontecer de novo.

Mas o olhar dele não desgrudava do seu corpo. Discreto, mas presente. Pesado. Percorreu seus ombros nus, depois desceu até os seios, demorando um segundo a mais do que o aceitável. Os olhos de Heitor se estreitaram ligeiramente antes de desviar o olhar, voltando à impassibilidade costumeira.

Foi coisa da minha cabeça, pensou Laura, tentando convencer a si mesma enquanto sentava-se em frente ao computador.

— Vamos ao que interessa, digite esse e-mail que vou ditar.

Ele se aproximou e começou a ditar.

— "Prezado senhor Delgado, conforme combinado na última reunião de conselho, os valores serão atualizados segundo os novos parâmetros estabelecidos pela auditoria fiscal, com vigência a partir do próximo trimestre..."

Ele falava rápido. Rápido demais. Palavras misturadas, ideias em cascata. Laura digitava o máximo que podia, mas as frases se atropelavam, os dedos falhavam.

— Espere... — ela disse, erguendo os olhos.

— Pode repetir, por favor? Me perdi na parte dos parâmetros estabelecidos...

A pausa foi longa. Ele a encarou.

— Essa será a primeira e a última vez que me pedirá para repetir algo. — A voz agora era baixa, firme, controlada.

— Se não tem competência ou agilidade para fazer seu serviço como se deve, sugiro que peça demissão e dê lugar para alguém mais competente que você.

A vontade de mandá-lo para o inferno foi quase incontrolável. Laura respirou fundo, lutando contra a explosão interna.

Aos 26 anos, já tinha passado por humilhações suficientes — inclusive piores —, mas ouvir isso justo agora, depois de tanto esforço para reconstruir a própria vida e ser uma ótima profissional, doía. O gosto da humilhação subiu à garganta como fel.

Por um instante, imaginou duas coisas: mostrar a língua como uma criança birrenta, ou mostrar o dedo do meio como uma adulta bem malcriada. Mas, infelizmente, não podia fazer nenhuma das duas. Precisava do emprego. Para pagar as parcelas do novo apartamento. Da chance de provar para si mesma que ainda podia se reerguer, sozinha.

Ela olhou para ele, séria, com uma expressão que misturava raiva, dignidade ferida e um orgulho teimoso que nem ela mesma sabia de onde vinha.

Desculpa  inesperada. 1

Verify captcha to read the content.Verifique o captcha para ler o conteúdo

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.