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Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 201

Paola observava o corredor com a calma de quem sabe exatamente para onde vai, mas por dentro o sangue pulsava como um tambor de guerra. Desde o instante em que vira Fernando saindo da sala de Bianca com aquele sorriso satisfeito — o mesmo que ela conhecia bem demais —, algo se quebrou dentro dela. Não precisava de mais provas. Somado aos gemidos abafados que ouvira minutos antes, aquilo era a confirmação de que estavam mais unidos do que nunca.

Se continuasse assim, ela jamais conseguiria separá-los. E Paola não era mulher de aceitar derrotas.

Caminhou decidida até o elevador, cada passo ecoando como um golpe seco no piso de mármore. O destino estava claro: a sala de Raul. Se alguém podia ser manipulado para servir aos seus planos, era ele.

Quando a porta se abriu no andar da diretoria, ela se recompôs, ajeitando os cabelos e assumindo um sorriso calculado. Bateu duas vezes, breves e firmes, antes de empurrar a porta.

Raul estava sentado atrás da mesa, lendo um relatório, mas ergueu os olhos assim que ela entrou. Um misto de surpresa e desconfiança passou pelo rosto dele.

— Paola… — disse lentamente, recostando-se na cadeira.

— O que devo à honra?

Ela fechou a porta com cuidado, girando a chave, e caminhou até a poltrona diante dele. Cruzou as pernas com a elegância de quem nunca perde o controle, mesmo que o coração estivesse queimando.

— Eu sei que você nunca gostou do seu primo — começou sem rodeios, o tom baixo, mas afiado.

— Sempre houve… como posso dizer… uma pontinha de inveja, certo?

Raul arqueou uma sobrancelha, um meio sorriso surgindo.

— Cuidado, Paola. Está pisando em território perigoso.

Ela inclinou o corpo para a frente, apoiando os cotovelos nos braços da poltrona.

— E se eu disser que podemos nos ajudar? Que juntos podemos separá-los.

Raul soltou uma risada curta, sem humor.

— Já tentei me meter entre eles antes. Me aliei à Alice, minha própria irmã, e veja no que deu. Me queimei bonito. Não vou repetir o erro.

O olhar de Paola estreitou, mas o sorriso não desapareceu.

— Alice foi impulsiva, cometeu erros primários. Ela agiu movida pela raiva, não pela estratégia. Eu não sou Alice.

Raul franziu o cenho, mas não respondeu. Paola interpretou o silêncio como um convite para continuar.

— O problema dela foi tentar atacar diretamente. Isso só fortaleceu os dois. Mas se fizermos diferente… se Fernando acreditar que a aproximação partiu de Bianca… ele não terá como culpá-lo. Nem a mim.

Raul inclinou a cabeça, avaliando-a com mais atenção.

— E como pretende fazer isso?

— Com sutileza — respondeu Paola, a voz quase um sussurro. — Pequenos gestos, situações cuidadosamente montadas. Fernando verá Bianca como a responsável, como a traidora. E quando isso acontecer, a confiança entre eles vai ruir.

Raul ficou em silêncio por alguns segundos, tamborilando os dedos na mesa.

— E o que eu ganho com isso? — perguntou por fim.

Era a deixa que Paola esperava.

— Você sabe que, sem Bianca, Fernando vai ficar… desestruturado. Fragilizado. Incapaz de tomar decisões importantes com clareza. E quem você acha que o seu tio vai preferir no comando do estaleiro? Um homem arrasado… ou você, preparado, responsável , pronto para assumir?

Os olhos de Raul brilharam por um instante.

— Exatamente.

— Só que, Paola — disse Raul, inclinando-se para frente

—, se entrarmos nessa juntos, eu quero garantias. Não vou me expor para depois você lavar as mãos e me deixar segurando a bomba se algo de errado.

Ela deu um leve riso, como se a ousadia dele fosse apenas um detalhe encantador.

— Não se preocupe. Se alguém cair, cairemos juntos… mas eu já te disse: não vamos cair.

O silêncio que se seguiu era denso, pesado de intenções. Raul parecia pesar riscos e benefícios na balança mental. Paola sabia que precisava dar o golpe final.

— Pense no seu futuro, Raul. — Sua voz agora era mais baixa, quase hipnótica.

— Pense no momento em que você estiver na cadeira da presidência, sem Fernando para ofuscar o seu nome. Pense no reconhecimento, no poder de decisão… e no respeito que todos terão.

Raul sustentou o olhar dela por alguns segundos, e então soltou um suspiro lento.

— Digamos que eu aceite… — disse ele, finalmente.

— Como pretende começar?

Paola inclinou-se para frente, baixando ainda mais a voz.

— Primeiro, precisamos criar situações em que Bianca pareça… excessivamente próxima de você. Ou de qualquer outro homem que possamos usar para isso. Algo que desperte ciúmes, mas de forma sutil, impossível de ser confrontada diretamente.

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