Fernando inclinou a cabeça, os dedos tamborilando levemente na borda da mesa.
— Você acha que é só uma questão de “diferenças”?
— Não, eu sei que não — respondeu Raul, rápido, com um suspiro ensaiado.
— Eu errei. Fui impetuoso, disse coisas que não devia. Mas não quero que isso continue se colocando entre nós… e eu respeito tanto a você , como sua esposa ,pode ter certeza que o que houve entre eu ela não voltará a se repetir ,apesar que nunca houve realmente algo ,foi só o que viu um mal entendido e eu também não quero de forma alguma prejudicar a Bianca ,se fiz isso eu sinto muito .
O nome dela foi colocado ali de propósito. Raul sabia que mexer no nome da esposa era um movimento arriscado, mas necessário para que Fernando visse sua abordagem como algo sincero.
O olhar de Fernando se estreitou.
— Interessante… você, preocupado com a Bianca.
Raul sorriu de leve, como quem se sente atingido, mas tenta esconder.
— Olha…Não é questão de preocupação ,é justiça . Eu posso ter acusado ela injustamente ,porque estava com raiva e quis atingi-lo e agora eu me dei conta que estou totalmente errado.— Olhou para baixo, mexendo nas próprias mãos, como quem se sente desconfortável com a própria confissão.
Fernando o estudava. E era justamente essa análise silenciosa que Raul queria provocar. Quanto mais Fernando o olhasse, mais convincente teria que ser a encenação — e mais fácil seria plantar uma semente de dúvida para o futuro.
— E o que exatamente você quer, Raul? O que espera de mim com todo esse seu discurso?— perguntou Fernando, finalmente.
Raul ergueu o olhar, encontrando o do primo com firmeza calculada.
— Eu quero ficar em paz com você . Quero que a gente possa conviver sem aquela tensão no ar. Sei que não vamos ser melhores amigos de um dia para o outro, mas… não quero mais que exista hostilidade entre nós.
Fernando descruzou os braços, mas não relaxou. Ele apoiou as mãos sobre a mesa, entrelaçando os dedos.
— Isso tudo é… curioso. Por que agora?Porque só agora resolveu me dizer isso tudo.
Raul deu de ombros, soltando um riso baixo e quase triste.
— Porque a vida é curta demais para a gente perder tempo com brigas inúteis. E porque eu percebi que, no fim das contas, não vale a pena e como já te falei ,somos do mesmo sangue e além disso trabalhamos juntos.O silêncio que se seguiu foi pesado, mas não desconfortável. Fernando estava pensando — e Raul sabia que isso era bom. Quando um homem desconfiado começa a ponderar, a porta para a manipulação se abre.
— Certo… — disse Fernando, enfim, recostando-se na cadeira.
— Eu aceito o seu pedido de desculpas. Mas… — sua voz carregou um peso extra
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