Exaustos, mas ainda consumidos pelo desejo, foram para o banho. A água quente escorria sobre os corpos, deslizando pelo contorno de cada curva, Fernando a pressionando contra a parede do boxe, roubando cada beijo, cada toque, ainda dominando com fome e possessividade. O clímax parecia interminável, um turbilhão de luxúria, raiva e entrega mútua.
Depois do banho, se arrumaram rapidamente, o cheiro de sabonete e perfume misturado ao suor ainda impregnando o ar. Bianca, radiante e aliviada, segurou a mão dele, sorrindo, acreditando que aquele momento de intimidade havia apagado todas as desconfianças.
Mas Fernando se afastou, frio e calculista, o olhar fixo nela.
— Não pense que o que houve entre nós foi mais do que sexo, Bianca — disse ele, a voz baixa e firme.
— E também não acredito que você não tenha transado com Alex. Mas, por nossa filha, eu escolhi manter esse casamento… nada mais, quer dizer se o sexo entre agente é rão bom isso também podemos continuar desfrutando ,mas amor isso eu já não sei se ainda sinto por você.
___Eu também tive essa dúvida e quando você me contou que transou com a Alice, sabe o que descobri? — a voz de Bianca tremeu, mas seus olhos ardiam.
— Fui idiota o suficiente para continuar te amando apesar de tudo. E você agora está sendo injusto em ter essa dúvida, porque eu nunca te traí.
Fernando riu baixo, mas sem humor, com o maxilar duro.
— Não adianta mentir, Bianca. Eu vi você nos braços do Alex. Mesmo que não tenham transado, essa era a sua intenção. Você fez aquilo para se vingar de mim. Premeditou tudo. E é isso que eu não perdoo. Você fingiu me perdoar só para me ferir de volta.
As palavras dele caíram sobre ela como lâminas, frias e impiedosas. Bianca abriu a boca, mas nenhum som saiu. O coração batia rápido, como se buscasse escapar do aperto no peito. A lembrança do que tinham acabado de viver ainda queimava em sua pele — os beijos desesperados, a intensidade, o prazer selvagem que quase os destruiu. Como podia ele negar tudo aquilo em um instante?
Ela engoliu em seco, a garganta travada, o gosto de raiva e tristeza se misturando na boca.
— Fernando… eu…
— Chega, Bianca ,eu vou de frente — interrompeu, ajustando o paletó, como se cada movimento fosse um escudo contra o turbilhão que sentia.
— Vou dizer à minha mãe que você estava passando mal, que foi por isso que desaparecemos da festa. Espero que se junte a nós, não por mim, mas por ela.
Bianca ficou imóvel, os olhos marejados, observando-o se afastar. Parte dela queria correr atrás, implorar que acreditasse, gritar que ainda o amava mais do que a própria dignidade. Outra parte, ferida, sentia-se tola, usada, descartada depois de uma entrega tão visceral.
Um sorriso amargo se desenhou em seus lábios trêmulos. Não era de felicidade, mas da dor de perceber o quanto o orgulho dele podia ser cruel. Respirou fundo, tentando conter o choro, e pensou: Se ele acredita que me humilhara só porque né possuiu e ainda assim consegue me negar, então eu preciso ser mais forte do que a rejeição dele.
Enquanto se recompunha diante do espelho, Bianca não sabia se a guerra que travava era contra o rancor de Fernando ou contra o próprio coração que, mesmo despedaçado, insistia em bater por ele.
Fernando saiu do quarto com os cabelos ainda úmidos, o cheiro do sabonete ainda grudado em sua pele. Bianca, atrás dele, acreditava que finalmente tinham se reconciliado, mas a frieza dele a atingira como um soco no estômago.
No corredor, ele respirou fundo, tentando colocar a máscara de controle que sempre carregava. O coração batia acelerado, não apenas pelo sexo selvagem de minutos atrás, mas pela confusão que dilacerava sua mente. Desejo e raiva. Amor e ódio. Verdade e mentira.
Ao descer as escadas, encontrou a mãe sorridente, recebendo os últimos convidados.
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