As palavras ecoaram fundo. Rodrigo sentiu o orgulho ferido se sobrepor ao resto. Seu maxilar se contraiu, os olhos endureceram.
— Pensando por esse lado… até que é uma boa ideia. Eu nunca me conformei em ter sido trocado por aquele imbecil.
Paola sorriu, satisfeita.
— Então estamos combinados.
Rodrigo, ainda vacilante, acrescentou:
— Mas não esqueça: um exame de DNA pode por esse plano abaixo ,porque vai ficar provado que Fernando é o pai da menina e que eu menti.
— É justamente aí que está o meu plano perfeito — respondeu Paola, com frieza calculada.
— Bianca pode até fazer o exame e provar que Valentina é filha de Fernando. Mas você acha que ela vai perdoá-lo por ter duvidado da fidelidade dela? Não, Rodrigo. É claro que ela vai se separar dele.
O silêncio entre eles foi preenchido pelo som abafado da música ambiente do bar. O pacto estava selado, ainda que manchado pela dúvida.
Rodrigo pegou o copo e brindou, com um sorriso torto:
— Ao sucesso do nosso plano, , então.
— Ao sucesso do nosso plano. — repetiu Paola, seus olhos brilhando com uma chama de triunfo.
Enquanto isso, longe dali , a trade caía lenta sobre o estaleiro. Do lado de fora, o sol filtrava-se pelas grandes janelas do prédio administrativo, tingindo de dourado o chão encerado e projetando sombras alongadas sobre as paredes. Havia um silêncio incomum naquele horário, como se até o vento tivesse cessado para observar os passos que Bianca estava prestes a dar.
Ela caminhava pelos corredores com o coração pesado, sentindo que cada porta fechada, cada batida distante de máquinas ao fundo, ecoava dentro dela como um presságio. Já não fazia sentido continuar ali. Desde que a crise do barco havia sido resolvida, sua função parecia irrelevante, e pior: o ambiente se tornara insuportável. Fernando não deixava de olhá-la com aquele semblante duro, os olhos cheios de acusação, como se cada vez que a via relembrasse a suposta traição com Alex.
Ela não suportava mais. Era hora de cortar o último elo que a prendia àquele lugar, pelo menos não seria obrigada a suportar o olhar de acusação dele ali.
O relógio marcava quase quatro da tarde quando Bianca bateu à porta do escritório de Fernando. O coração dela batia acelerado, misto de ansiedade e indignação. Ela sabia que a conversa seria quente — mais quente do que poderia imaginar.
— Entre. — A voz dele soou firme, autoritária, sem levantar os olhos dos papéis.
Ela respirou fundo, empurrou a porta e entrou. O sol da tarde atravessava as cortinas semiabertas, tingindo de dourado o chão e criando faixas de luz sobre o rosto sério de Fernando. Ele estava sentado atrás da mesa, os ombros largos ocupando quase todo o espaço visível, a camisa social ajustada ao corpo musculoso, o terno escuro ressaltando a imponência do físico que sempre a deixara sem fôlego. Os olhos azuis, intensos e gélidos, fixaram-se nela com uma mistura de desafio e desejo, e Bianca sentiu uma pontada de raiva — e de luxúria — atravessando seu peito.
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