Bianca balançou a cabeça, o coração pesado, o orgulho latejando.
— Não me surpreende. Rodrigo sempre foi um mau caráter e gostava de tirar vantagem em tudo. Mas você, Fernando… você precisou descobrir uma armação para acreditar em mim? A minha palavra nunca foi suficiente?
Ela o encarava com frieza, mas por dentro ardia de mágoa. A lembrança de todas as vezes em que ele a acusou, a julgou sem provas, queimava como ferro em brasa dentro dela.
Fernando abaixou os olhos, envergonhado. O peso da culpa caiu sobre ele como uma corrente.
— Eu sei que fui um idiota. Ainda mais quando estava na minha cara… Valentina é tão parecida comigo.
Ele sentia a vergonha corroer sua masculinidade. Admitir o erro o feria, mas não tanto quanto ter perdido a confiança dela.
— Foi mesmo um idiota. — ela disparou, fria como gelo. — E se pensa que vou voltar para você só porque agora sabe que eu nunca te traí e que a Valentina é sua filha, está muito enganado.
A cada palavra dela, Fernando sentia como se recebesse um soco no peito. Mas não recuou. Ergueu o olhar, intenso, a chama de desejo e orgulho misturados queimando em seus olhos.
— Eu já queria você de volta antes disso, Bianca. Mas você gosta de dificultar… Tudo poderia ter sido esclarecido se tivesse feito o exame de DNA. Não consigo entender por que se negou, se a Valentina é realmente minha filha.
A voz dele era carregada de frustração, mas também de dor. Ele não entendia como ela podia negar algo tão simples — para ele, parecia orgulho, teimosia; para ela, era dignidade.
Bianca o atravessou com um olhar de aço, o queixo erguido.
— Eu não precisava provar nada. Você é quem devia ter confiado em mim.
Por dentro, porém, sua alma tremia. Ela o amava, mas a ferida da desconfiança ainda sangrava aberta.
Fernando suspirou fundo, os olhos faiscando com uma decisão súbita.
— Tudo bem. Mas agora que tudo está esclarecido ,volte para mim. Vamos recomeçar. Eu te amo, Bianca. Sei que você também me ama.
As palavras saíram carregadas de desejo e de uma súplica escondida. Ele não sabia pedir perdão — não era de sua natureza —, mas aquela era sua forma de lhe pedir mais uma chance.
Ela o encarou firme, os olhos marejados, a respiração curta.
— É verdade. Eu te amo. Mas isso não apaga o que você me fez passar. Não vou voltar a conviver com um homem que não confia em mim, no meu amor e respeito por ele.
O amor a sufocava, mas o orgulho gritava mais alto. Se cedesse agora, estaria admitindo que qualquer ofensa dele poderia ser perdoada.
O rosto de Fernando se fechou, sombrio, os traços endurecendo.
— Sabe o que penso? Que você não quer voltar para mim por pura vingança. Quer me punir por ter duvidado de você. Mas não posso te obrigar a retomar nosso casamento… só que a Valentina, eu vou lutar pela guarda dela. Eu quero a minha filha comigo.
A voz era grave, ameaçadora, carregada da força de um homem que não aceitava perder.
— Ao contrário do que falou, você que está sendo vingativo e mesquinho! — ela explodiu, o coração martelando, a voz embargada pela raiva e pela dor.
— Quer me tirar a Valentina só porque eu não quero mais voltar para você!
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