Laura se sentiu constrangida, mas também protegida. O Sr. Álvaro interveio com um sorriso gentil:
— Não importa a posição que exerça na vida do Heitor. Espero apenas que faça meu filho feliz.
— Desculpe, senhor Arantes, mas eu e seu filho não temos nada . Estou aqui apenas o acompanhando neste jantar.
— Pois não parece. — O velho sorriu.
— Ele está apaixonado por você. Nunca o vi sair tão rápido em defesa de uma mulher... nem olhar para uma como ele olha para você.
A sala mergulhou em silêncio. Patrícia cerrou os punhos por baixo da mesa, o rosto contorcido de ciúmes.
— Pai, se não tem nada melhor para dizer, fique calado. Desde quando o senhor virou especialista em o que alguém senti ou deixa de sentir ?
— Desde que me apaixonei pela Patrícia. Você olha para a Laura como eu olhei para a minha esposa. Isso só tem um nome: amor.
Laura, constrangida, tentou mudar de assunto:
— O senhor tem uma casa maravilhosa. Adoraria morar num lugar assim.
Patrícia gargalhou, amarga:
— Claro que adoraria. Deve achar que vai conseguir isso dormindo com seu chefe, não é?
— Patrícia! — gritou Álvaro.
— O que é que há com você, mulher?Porque está atacando a moça desse jeito ?
Laura não resistiu:
— Fala isso por experiência própria?Foi assim que conseguiu morar aqui ?
— Laura, cale-se! — cortou Heitor.
— Estamos na casa dos meu pai e é a ele que esta ofendendo com essa pergunta muito ofensiva a Patrícia.
Ela se levantou, ferida e furiosa:
— O quê? Está me mandando calar a boca? Não acha que tenho direito de me defender?
— Estou mandando que tenha modos e não me faça me arrepender de ter te convidado para esse jantar.
Ela o encarou indignada.
— Pois não seja por isso. Senhor Álvaro, foi um prazer conhecê-lo e se ofendi de alguma forma me perdoe. De todos aqui, parece ser o único com algum caráter.
Laura saiu, firme, sem olhar para trás. Heitor levantou e pediu licença, indo atrás dela. Alcançou-a no pátio, onde ela esperava o carro alugado.
— Por que tem que ser tão temperamental? Era isso que ela queria, te tirar do sério e pelo jeito conseguiu.
— Quem me tirou do sério foi você. Me mandando calar a boca diante dela e do seu pai como se eu fosse uma qualquer.
— Eu me expressei mal. Desculpa. Acabei descontando minha raiva dela em você. Agora vamos voltar. Não dê esse gosto a ela.
— Eu quero que você e ela se explodam. E mais: não recebo ordens de você.
Heitor sorriu, sombrio e sedutor , se aproximando até colar o corpo ao dela.
— Recebe sim. Especialmente quando está com tesão. Quando eu sou seu Dom... e você, minha submissa.
Ela sentiu um arrepio.
— Agora nem assim.
— Veremos. Está mais do que na hora de lembrar quem manda. Vamos entrar, nos despedir do meu pai, e depois eu te levo para um lugar onde você vai aprender a me obedecer.
— O único lugar que eu vou é pra casa.
— A pé?
E antes que ela pudesse retrucar, ele a puxou pela nuca e a beijou com força. Um beijo faminto, possessivo, que arrancou dela um suspiro preso entre raiva e desejo. Os lábios dele dominavam os seus, a língua invadia sua boca sem pedir permissão — e, apesar de tudo, ela correspondeu.
Seu corpo reagia antes da razão. Os joelhos fraquejavam, o ventre se contraía, e um calor familiar tomava conta de cada centímetro da sua pele. Ela odiava aquele controle que ele exercia. Odiava… e queria mais.
A noite não tinha acabado.
Pelo contrário.
Estava apenas começando.
Assim que o beijo terminou, Laura ainda estava com a respiração entrecortada, os lábios inchados e o corpo arrepiado da cabeça aos pés. O coração batia descompassado, o orgulho ferido lutava contra a excitação que pulsava dentro dela, queimando como brasa viva.
Heitor não se afastou. Permaneceu com o rosto próximo ao dela, o polegar acariciando levemente seu queixo, como se tivesse todo o tempo do mundo — como se já soubesse que ela não conseguiria resistir por muito tempo.
Com a voz baixa, carregada de autoridade e desejo, ele murmurou junto ao ouvido dela:
— Agora seja uma boa menina… — seus olhos ardiam, famintos
— vamos entrar e nos despedir do meu pai como se deve.
Laura fechou os olhos por um breve segundo, sentindo a raiva e a atração se misturarem num turbilhão sufocante. O jeito como ele dizia aquilo, como se ela fosse dele… como se ela já tivesse perdido aquela batalha sem nem lutar.
Quando abriu os olhos, estava mais uma vez entregue ao olhar dele. Sabia que deveria ir embora. Sabia que deveria gritar, xingá-lo, esbofeteá-lo talvez.
Mas o corpo...
O corpo queria obedecer.
— Você é insuportável… — sussurrou entre os dentes, tentando recuperar um mínimo de controle.
Ele apenas sorriu, triunfante.
— E você fica ainda mais linda quando tenta fingir que não é louca por mim.

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