Laura respirou fundo quando atravessou novamente as portas da mansão, dessa vez com a cabeça erguida e as emoções um pouco mais sob controle. Heitor ao seu lado mantinha o queixo firme e o olhar atento, como se ainda não tivesse se recuperado do que acabara de acontecer entre eles.
Na sala, Álvaro estava de pé, segurando uma taça de vinho e conversando baixinho com Patrícia — que nem tentou disfarçar o olhar de desprezo ao ver Laura de volta.
Mas Laura a ignorou. Caminhou até Álvaro com elegância, o vestido justo marcando suas curvas, e o coração ainda acelerado.
— Senhor Álvaro… — ela começou, com um leve sorriso.
— Me desculpe pela forma como saí mais cedo. Foi uma situação desconfortável e eu me deixei levar pela emoção. Mas, de verdade… foi um prazer imenso conhecê-lo.
Os olhos do homem mais velho brilharam com gentileza e surpresa.
— O prazer foi meu, Laura.
— E se me permite dizer… — continuou ela, com um ar sincero, mas atrevido
— o senhor é um homem muito charmoso. Um homem muito elegante, inteligente e ainda extremamente sedutor. Qualquer mulher adoraria estar ao seu lado.
Álvaro sorriu com visível satisfação, enquanto Heitor, ao lado dela, fechou a expressão em um claro sinal de incômodo. As mãos cerraram ao lado do corpo e os olhos se estreitaram, lançando um olhar enciumado para Laura e depois para o pai.
Álvaro, notando de imediato a mudança no filho, não deixou passar em branco. Deu uma leve risada e provocou:
— Desfaz essa carranca, filho. — disse com humor.
— Ela está apenas sendo gentil. E, pode ficar tranquilo, eu não vou roubar sua namorada novamente.
O silêncio caiu por um instante.
Heitor piscou, enrijecendo os ombros. Patrícia abaixou os olhos, desconfortável. E Laura arregalou os olhos, surpresa
— Ok… — Heitor respondeu, a voz seca.
— Mas foi i uma brincadeira de muito mau gosto, pai o que acaba de dizer.
Álvaro suspirou, erguendo a taça como se brindasse ao próprio arrependimento.
— Tem razão. Me desculpe. Isso não é algo que me orgulhe. Mas a verdade é que, na época, eu me apaixonei de verdade pela Patrícia… e ela por mim. Isso é a minha única defesa.
Heitor respirou fundo e forçou um sorriso amargo.
— Tudo bem, pai. Mas por favor… pare de ficar dizendo essas baboseiras. A Laura é apenas minha secretária.
Ao ouvir aquilo, Laura sentiu o coração apertar e o sorriso murchar, ainda que tentasse manter a compostura. Ela o acompanhara até ali, tolerara Patrícia, suportara olhares e provocações… e ele deixa claro para todos que apena sua secretária,não que ela esperasse que ele lhe apresentasse como sua namorada ,mas podia dizer pelo menos que eles estavam ficando.
Álvaro percebeu a mudança sutil no rosto de Laura e olhou para o filho com uma expressão de reprovação silenciosa, mas não disse nada. Patrícia, por outro lado, esboçou um sorriso triunfante.
Mas a noite ainda não tinha acabado. E Laura, mesmo ferida, sabia jogar o jogo. Ela apenas ergueu a taça de espumante que lhe foi oferecida pela governanta e brindou com educação, guardando os sentimentos para si.
Por enquanto.
— Patrícia… você está de dando importância demais ,eu trouxe a Laura aqui porque gosto da companhia dela e está ao lado dela me faz bem ao contrário de quando estou ao seu lado.
— Nunca trouxe ninguém aqui. Trouxe essa garota só pra me provocar. E conseguiu. Estou louca de ciúmes. Tenho vontade de arrancar os olhos dela com as próprias mãos!Disse Patricia furiosa.
— Se eu fosse você, não arriscava. Quem sairia sem os olhos é você. A Laura tem cara de anjo, mas é uma fera.
— O que seu pai disse é verdade? você está apaixonado por ela?
Heitor arqueou uma sobrancelha, com desprezo:
— Apaixonado? Não. Depois do que você me fez, eu perdi essa capacidade. Mas se quer saber se estou transando com ela… sim. E adorando. A Laura me faz sentir coisas que nem com você eu senti.
— Cala a boca! — sussurrou, envergonhada e ferida. — Só eu sei como te dar prazer. Você está dizendo isso só pra me punir!
Ela tentou tocá-lo, mas ele se afastou.
— É a mais pura verdade.
Nesse momento, os passos de Laura e Álvaro voltaram a ecoar. O clima tenso se dissolveu rapidamente em aparências. Patrícia, com os olhos marejados e o ego destruído, murmurou que estava com dor de cabeça e saiu apressada.
Laura não perguntou nada, mas notou o desconforto. Ela e Heitor se despediram com educação, agradecendo ao anfitrião antes de seguirem até o Porsche estacionado no patio da mansão.
A noite tinha terminado — mas as consequências, não. E dentro do carro, entre olhares, silêncios e uma tensão quase palpável… o que restava era a certeza de que Laura e Heitor estavam cada vez mais presos um ao outro. Por desejo. Por necessidade . Por tudo o que não conseguiam dizer em voz alta.

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