Laura engoliu seco.
O interior da mansão era amplo, com pé-direito alto, paredes em tons escuros e móveis elegantes. Arte moderna decorava as paredes, e a iluminação era baixa, criando sombras sensuais. O ambiente era silencioso demais, confortável demais. E perigosamente íntimo.
— Há empregados? — perguntou ela, olhando em volta.
— Alguns. Mas estão em outra ala da casa. Aqui só ficam quando eu chamo. E eu não chamei.
Ele caminhou em direção ao bar no canto da sala e serviu dois dedos de uísque em um copo. Depois, virou-se para ela, encostando-se casualmente ao móvel.
— Aceita uma bebida ?
— Não agora.
Heitor bebeu o próprio gole com tranquilidade, os olhos fixos nela o tempo todo. Aquilo a desconcertava mais do que qualquer toque. Ele a despia com o olhar como se tivesse todo o tempo do mundo.
— Eu... gostaria de tomar um banho — disse ela, tentando recuperar algum controle.
— Mas estou sem roupa para trocar...
Heitor arqueou uma sobrancelha, e o sorriso que se formou nos lábios dele era perigosamente carregado de promessas.
— Pode vestir uma camisa minha — respondeu, com a voz grave.
— Quanto à lingerie... não precisa se preocupar. Será menos uma barreira entre nós.
Aquelas palavras entraram em Laura como uma corrente elétrica. Seus músculos se retesaram, a respiração falhou, e o calor que já dominava seu ventre se intensificou com brutalidade. Como era possível ficar excitada só com a forma como ele falava?
— Onde fica o banheiro? — perguntou, a voz mais baixa do que pretendia.
— Aqui ...têm vários , mas use o da minha suite , subindo as escadas , no final do corredor.
Laura assentiu e subiu as escadas. Seus passos ecoavam pelo silêncio da mansão, o coração batendo mais rápido a cada degrau. Quando entrou na suíte dele, parou por um instante. O quarto era impressionante, sofisticado, mas com algo sombrio. Os móveis eram escuros, assim como as cortinas pesadas e os lençóis negros que cobriam a imensa cama king-size.
Era um ambiente masculino, imponente... mas quase sinistro. Como se o quarto carregasse segredos, sombras e desejo.
O banheiro era igualmente luxuoso. Mármore escuro, espelhos amplos, metais cromados. Ela entrou sob o chuveiro e deixou a água quente escorrer pelo corpo, tentando apagar o nervosismo... e a excitação latente. Mas nada apagava a sensação de estar sendo vigiada, mesmo sozinha.
Depois do banho, enrolou-se em uma toalha felpuda e foi até o closet dele. O espaço era generoso, organizado, cheirava a madeira cara, couro e perfume masculino. As roupas estavam impecavelmente alinhadas , ternos, camisas, calças , tudo meticulosamente arrumado.
Ela escolheu uma camisa branca, grande demais para seu corpo, mas perfeita. Vesti-la sem nada por baixo foi uma provocação que nem ela mesma conseguiu evitar. E o cheiro dele... impregnado no tecido... era quase como sentir seus braços ao redor dela novamente.
Curiosa, Laura começou a vasculhar, como se quisesse descobrir quem era aquele homem além da fachada. Quando abriu uma das gavetas onde ficavam suas gravatas, dezenas delas, perfeitamente dobradas, uma foto chamou sua atenção.
Ela a pegou.
Na imagem, Heitor estava abraçado com Patrícia, sorridentes, em um lugar que parecia uma estação de esqui. Ela usava um gorro branco, ele, uma jaqueta preta. Ambos pareciam felizes. Íntimos. Apaixonados.
No rodapé da foto, uma frase rabiscada à mão: “Nunca nos esqueçamos o quanto nos amamos.”
Aquela frase bateu forte. Um nó se formou em sua garganta. Se ele odiava Patrícia como dizia, por que guardava aquilo? Talvez ainda a amasse. Talvez só estivesse longe dela porque... ela era agora a esposa do pai dele.
Laura ainda segurava a foto quando ouviu passos pesados subindo a escada.
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