A luz suave do closet tocou o olhar dela, que estava marejado, mas firme. Ela o encarou, e pela primeira vez desde que tudo começou, viu algo diferente ali.
Ele não era só o dominador. Não era só o homem que a fazia gritar e gemer até a garganta arranhar.
Ele também era o homem que agora tocava seu rosto com a ponta dos dedos, afastando um fio de cabelo grudado em sua testa com carinho.
— Vem — disse ele, suavemente.
Ela não discutiu. Permitiu que ele a ajudasse a se levantar. Seus joelhos ainda estavam fracos, mas ele a segurou firme. Como sempre fazia. Como se, mesmo depois de dominá-la, ainda quisesse protegê-la de qualquer coisa — até dela mesma.
Juntos, caminharam até o banheiro da suíte.
O banho foi calmo. Quente. Longo. Sem pressa. Ele lavou seus cabelos com os dedos fortes e gentis, ensaboou seu corpo com movimentos lentos, deixando beijos suaves por onde passava. Não houve sexo. Só cuidado.
Quando ela saiu enrolada na toalha macia, ele já vestia uma calça de moletom escura e uma camiseta básica que deixava os músculos dos braços evidentes. Ainda assim, parecia o homem mais perigoso que já conhecera.
Ela deitou-se na cama grande, de lençóis escuros e perfume amadeirado. Sentia o corpo leve e pesado ao mesmo tempo. Uma mistura de esgotamento e paz. Como se tivesse passado por um ritual de purificação.
Poucos minutos depois, ele entrou novamente no quarto.
Trazia uma bandeja nas mãos.
Laura ergueu uma sobrancelha, surpresa.
Heitor sorriu com aquele canto de boca que fazia suas pernas amolecerem.
— Presumi que você está com fome — disse ele, pousando a bandeja sobre a cama, diante dela.
— E de qualquer forma, vai precisar comer pra recuperar as forças.
Ela se ajeitou, sentando-se devagar, com a toalha ainda enrolada ao corpo. Ao olhar o conteúdo da bandeja, o estômago roncou. Um sanduíche bem recheado, feito com pão macio e ingredientes frescos. Ao lado, um copo de suco de laranja natural ainda gelado.
— Você fez isso?
— Entre todos os meus talentos, esse é o mais simples... mas é o que eu faço quando quero cuidar de alguém. E agora, Laura, você é esse alguém.
Disse ele com um sorriso bem-humorado, enquanto acariciava de leve o rosto dela — um gesto suave, íntimo. Um lado dele que Laura raramente via… mas que, quando aparecia, era capaz de desmontá-la por dentro.
Heitor a observava como se cada centímetro do corpo dela fosse sagrado — e ao mesmo tempo, seu. Os olhos semicerrados, a voz baixa e carregada daquele desejo perigoso e doce, que fazia Laura derreter.
Ele se aproximou, roçando os lábios no canto da boca dela antes de sussurrar:
— Depois de todo o prazer que você me deu, princesa... o mínimo que eu posso fazer é cuidar bem de você.
Uma pausa. O toque dos dedos dele deslizando pela cintura dela, como se a estivesse marcando de novo.
— Te deixar forte, descansada... pronta pra aguentar tudo o que eu ainda quero fazer com você. Porque, acredite, a noite mal começou.
Laura corou, mordendo o canto do lábio. Havia uma ternura inesperada naquela atitude. Algo que mexia com ela mais do que gostaria de admitir.
— Está muito bom ,obrigada. — sussurrou, pegando o copo de suco e tomando um gole. Estava perfeito.
Ele se sentou ao lado dela, apoiando um braço atrás de si, os olhos observando cada movimento dela com uma atenção silenciosa.
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