Silvia não entende o motivo de a filha estar tão calada desde que chegou da rua. Enquanto brinca com a neta na cama, vê Alice arrumando as suas malas e a da filha.
— Quando você vai? — questiona Silvia.
— Não sei, vou esperar o Richard me avisar — responde Alice. — Separando as roupas que levaria e as que deixaria ali.
— Aconteceu alguma coisa entre vocês? — indaga. — Você parece meio nervosa.
— Não é nada, é apenas a ansiedade de mudar de país de uma hora para outra.
— Não se preocupe com isso, creio que você se adaptará bem fácil, ainda mais quando começar a trabalhar.
— É o que espero, pois estou ansiosa para conhecer pessoas novas — anuncia, de modo que transparecesse um pouco de impaciência.
Silvia estranha a fala da filha, mas não resolve questioná-la por aquilo.
— Seu pai disse que ontem encontrou o Richard aqui bem tarde da noite — comenta. — Vocês estão se dando bem?
— Ele queria ver a Lily — explica. — Ele não vem por mim, mãe, é por minha filha, apenas por ela.
— Sim, eu sei, só quero saber se entre vocês está havendo uma boa comunicação.
— Comunicação? — murmura, sentindo raiva do que aconteceu entre eles. — Acho que o Richard nem sabe o que isso significa — expressa, jogando o restante das roupas na mala e fechando-a.
— Tem certeza de que não aconteceu nada? Você parece tão tensa, como se estivesse controlando a sua raiva.
— Mãe, por tudo o que é mais sagrado, não me enche a paciência — pede. — Hoje pode ser nosso último dia juntas, não quero sair daqui, brigada com você.
— Mas sair daqui sem dizer o que está acontecendo é errado também — replica. — Sei que está chateada comigo, mas não deve se esquecer de que sou a sua mãe e que pode falar o que quiser.
— Eu não quero conversar, ainda não entendeu? — Diz, pegando mais uma mala para arrumar. — Eu não quero falar nada sobre o que está acontecendo, só quero arrumar essas malditas malas e esperar o senhor Carter dizer o que devo ou não fazer! — Expressa, sentindo-se cansada. — A minha vida está uma droga e eu não há nada que posso fazer para mudá-la no momento. Há uns dias achei que as coisas iriam melhorar para mim, mas agora percebo que devo ser daquele tipo de gente que só nasceu para sofrer, nessa droga de vida!
— Querida, não diga isso. — Silvia coloca Lily no berço e se aproxima de Alice, que se senta no chão. Ela abraça a filha e diz: — Acredito que a sua vida será repleta de felicidade e você verá que essa sua mudança não será em vão.
— Queria ter a mesma positividade que a sua, mas não consigo — Alice diz, ainda abraçada à mãe. — Mas o fato de saber que terei que conviver com o Richard me deixa tão contrariada. Nesse momento, eu queria que ele sumisse da minha vida do nada, como fez da outra vez — confessa, apoiando a cabeça no ombro da mãe.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Querido CEO, seu bebê quer te conhecer!