Resumo do capítulo Descoberta do livro Segunda Chance(Completo) de Thay
Descubra os acontecimentos mais importantes de Descoberta, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Segunda Chance(Completo). Com a escrita envolvente de Thay, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.
Jessy olhou para a sua mala já arrumada em cima da cama e suspirou. Ela passaria de dois a três dias sem ir ver o seu pai. Foi em direção ao banheiro a fim de ver se não tinha esquecido algo quando olhou-se no espelho. Viu o seu reflexo e sem perceber levou a mão ao rosto. Percebeu a diminuição de suas olheiras, a forma como seu rosto tinha uma cor mais natural e os seus olhos. Eles não estavam completamente sem vida como antes.
–Então é assim. É assim que alguém fica quando confortado – disse a si mesma ao dar as costas ao espelho e seguir de volta ao quarto onde terminou de arrumar tudo. Ela sabia que aquela viagem era uma forma dele se vingar, e em seu intimo não se importava, pois para ela, Valentin tinha o direito de faze-la sofrer.
***
Valentin estacionou o carro em frente a um prédio em uma área não valorizada da cidade. Olhou para o seu relógio e em seguida para o papel com o endereço seguidas vezes ate ver uma mulher com casaco branco, calça jeans e cabelos presos saindo segurando uma mala de forma desajeitada. Esperou que ela trancasse o portão e olhasse em volta, o procurando. Valentin a observou com cuidado, viu como seu rosto estava vermelho, como segurava a alça de sua mala com força e percebeu o seu nervosismo ao sair do carro. De alguma forma ele divertia-se com aquilo. Sem dizer nada, caminhou ate ela pegando a sua mala e colocando no carro.
–É melhor adiantar ou perderemos o voo – Valentin tornou ao vê-la parada no mesmo lugar. Com relutância, Jessy o seguiu entrando no carro. Ela se sentou ao seu lado e imaginou o quanto seria feliz se estivesse fazendo aquela viagem com Victor. O silencio tomou conta do veiculo por todo o trajeto. Ambos estavam imersos em seus pensamentos, suas dores e suas culpas. Assim que Valentin desligou o carro no estacionamento do aeroporto, olhou para Jessy – se continuar calada imagino que esta viagem terá sido a pior de minha vida.
–Me perdoe, Sr Magno, mas não encontro-me de bom humor para fingir ser educada – disse atrevida ao encará-lo rapidamente desviando o seu olhar em seguida. Por mais que não quisesse, olhar para os olhos dele era o equivalente ao olhar para Victor.
–É realmente uma pessoa interessante – Valentin comentou pensativo – não se importava de ser grossa com o seu chefe e me parece não ter medo de ser demitida também.
Jessy suspirou ao fechar os olhos. Ela não podia perder o emprego agora que começara a ganhar bem. Engoliu a resposta abrindo a porta do carro, sendo seguida por Valentin. Logo caminhavam pelo saguão do aeroporto rumo ao portão 17. O portão com destino a Londres. O voo ocorreu sem problemas ou turbulências, o que deixou a jovem aliviada. O avião aterrissou duas horas depois.
Ao desembarcarem, Jessy fechou o casaco contra o seu corpo. Fez o máximo para fingir indiferença, entretanto a sua tristeza crescia em seu peito. Londres representava um dos sonhos que Victor tinha. Ele sonhava em leva-la para lá.
“Será que ele fez de propósito ou..foi apenas uma coincidência?” se perguntou em pensamento ao olhar para o perfil de seu chefe, mas ao vê-lo esboçar um sorriso frio do nada, percebeu que nada do que ele fazia seria sem um propósito.
***
Jessy abriu a cortina de seu quarto esboçando uma careta ao ver a luz entrar. O quarto reservado para ela era ao lado do quarto de Valentin, entretanto de alguma forma, ela sentia que aquela parede não seria o suficiente para protegê-la.
–E desde quando eu me importo com isso? A única que escolheu esse caminho fui eu – disse a si mesma ao olhar para a sua mala ainda fechada no chão.
As horas passaram rapidamente e logo Valentin bateu na porta do quarto de Jessy com o intuito de chamá-la para iremos juntos ao coquetel. A reunião seria no dia seguinte pela manhã. Demorou alguns minutos para que ela abrisse a porta e Valentin a olhou sem expressar nenhuma emoção por longos segundos. Jessy trajava um vestido longo na cor preto, o decote era simples, e apesar disso pela primeira vez ele a achou sensual. Sem dizerem nada, saíram lado a lado. Caminharam pelo corredor ate o elevador sem emitir nenhum som. Jessy fazia o possível para não olhar para Valentin, pois vê-lo daquela forma era uma tortura.
“Não era assim que eu desejava me sentir? Então porque não me sinto bem com isso?” pensou ao olhar para o painel com os botões ao entrar no elevador.
–Fique ao meu lado, escute tudo o que for dito e ao chegar no quarto organize as ideias – Valentin disse sério ao ajeitar o seu cabelo.
–Não entendo – murmurou confusa – não é apenas um coquetel?
–Não, nos negócios qualquer encontro pode-se ter uma informação valiosa. Metade do que será dito hoje irei usar amanhã na reunião. – Jessy assentiu a contragosto por saber que ficaria ao seu lado a noite toda.
“Suas lembranças estão cada vez mais frequentes, mas..não tão dolorosas” Jessy pensou assim que o elevador abriu as portas.
O coquetel realizado para os investidores, patrocinadores e donos de conceituados hotéis foi organizado em um dos salões do hotel em que estavam hospedados. Tudo encontrava-se organizado e feito de forma minuciosa. Assim que adentraram foram levados a uma mesa que dividiriam com mais três pessoas. Valentin puxou a cadeira para Jessy se sentar fazendo o mesmo em seguida. Duas taças de champagne foram servidas segundos depois a eles.
–Traga água para a senhorita – Valentin disse ao garçom, o qual assentiu retirando-se em seguida. Ele olhou de soslaio para ela com curiosidade, pois desejava ver ate onde a indiferença dela iria. Ele estava decidido a testá-la aquela noite. Jessy nada disse, apenas manteve a sua postura profissional. – Imaginei que fosse perguntar o motivo – Valentin tornou provocativo ao levar a taça de champagne aos lábios.
–Estamos trabalhando, este me parece ser o motivo valido.
–Talvez – disse com um sorriso misterioso em sua face. Aos poucos os convidados chegaram não demorando para os que estavam na mesa chegar. Um jovem aparentando vinte e cinco anos os cumprimentou, sentando-se em seguida.
–Olá, sou Joaquim Vicente – o jovem disse sorridente ao olhar em direção a Jessy com interesse. – é a primeira vez em que os vejo em uma reunião deste tipo. – ao ver o casal calado, insistiu – como é seu nome, senhorita?
–Sou Valentin Alexander Magno – Valentin se pronunciou ao encará-lo – e esta é minha assistente.
–Entendo – sorriu gentil ao apoiar a mão em cima da mesa – Mas, como é seu nome, senhorita? – insistiu com um sorriso na face ignorando Valentin.
–Jessy Smiths – ela respondeu contra a sua vontade.
–Um belo nome. – ao vê-la ainda calada tornou em direção a Valentin – é um dos poucos que trouxe a sua assistente. Isso é..interessante.
–O que esta insinuando? – Valentin indagou com uma expressão sutil – Vicente, és filho do proprietário dos hotéis Green Noth, correto? – ao vê-lo assentir, sorriu – tenho algumas ligações com a sua família, mas nunca imaginei que o herdeiro fosse tão imaturo e inconveniente. Talvez eu devesse repensar sobre isso, o que acha?
Valentin andou tentando não aparentar a raiva, a frustração e a pressa. Saiu do salão e assim que avistou Jessy a viu cambalear e se apoiar na parede. Avançou em sua direção, mas quando estava próximo viu Joaquim chegar e a ajudar. Os observou de longe ate entrarem no elevador. Valentin ficou parado, imaginando o motivo de sentir raiva e decepção aquele instante.
Assim que Joaquim deixou Jessy em frente ao quarto dela, ela abriu a porta e se desfez da roupa que tanto a sufocava. O vestido que havia sido escolhido por Valentin e mandado lhe entregar antes do coquetel começar. Ela o viu no chão, abaixou-se e o pegou.
–Isso tudo é realmente necessário ao final de tudo? – se questionou ao perceber o quanto estava indo longe. Ergueu-se colocando o vestido em cima da poltrona, próxima a cama, e caminhou ate o banheiro.
***
O quarto de Valentin encontrava-se em silencio com exceção dos passos dele. Ele encontrava-se inquieto segurando um copo de uísque, tendo o seu conteúdo transbordando. Pegou tudo em um gole sentindo a sua garganta queimar em seguida.
–Faremos do seu jeito – disse ao abrir a porta de seu quarto e bater no de Jessy. A esperou abrir a porta com violentas batidas consecutivas. Jessy abriu a porta pálida, surpresa pela atitude dele.
–O que.. – antes que ela pudesse terminar a frase, ele a empurrou para dentro trancando a porta atras de si. Olhou para Jessy em um misto de desprezo e raiva. Seu corpo coberto pelo roupão do hotel ainda não lhe despertava nada. Nenhum desejo carnal, mas ele estava pronto a ir ate as ultimas consequências. Com rapidez segurou no braço de Jessy e com um único impulso a empurrou em direção a cama, fazendo-a cair deitada. Olhou divertido para a expressão em seu olhar, entretanto logo modificou-se de surpresa para resignada. Com raiva, Valentin deitou-se sobre ela beijando o seu pescoço, descendo em direção ao seus seios, os quais estavam cobertos pelo roupão. Tendo a imagem de seu irmão em seus pensamentos, Valentin puxou o roupão dela com violência fazendo com que Jessy emitisse um grito, entretanto ela ainda se mantinha impassível em seus gestos e semblante.
–Imagino que estava ansiosa para que isso acontecesse. – Valentin tornou amargurado ao olhar para o corpo dela seminu em baixo de si.
–Se é esse o preço que tenho que pagar por não ter estado com Victor, então ainda é pouco. – Jessy disse o encarando com os olhos marejados de lagrimas – Pode continuar, não me importo. Sei que esse é o único meio de se sentir bem, então apenas por isto, e somente por isto, permitirei. Faça o que pretende, o que planejou para esta viagem.
–Você...desde quando sabe? – ele perguntou desconfiado, incerto e pasmo. Ele não conseguia entender o motivo dela ter se sujeitado a aquilo.
–Não foi difícil.
–Então porque veio?
–Porque era a única forma de me redimir. Uma vida por outra vida, não é? – disse com um sorriso fraco nos lábios.
Valentin continuou a encarando ate levantar-se saindo do quarto em seguida. Ele estava desnorteado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segunda Chance(Completo)
😞 Não é de se admirar que Victor tenha morrido como morreu... Com uma família dessa e sem nenhuma estrutura, uma pessoa pode realmente entrar em crise quando, após se sentir importante para alguém pela primeira vez na vida, acha que perdeu esse alguém... Pessoas vazias geram famílias vazias, que geram outras pessoas vazias, até terminar em desgraça, principalmente quando almas sensíveis são envolvidas por esse vazio de ganância e egoísmo......
Amei,me emocionei muito com esta linda história de amor....
ótimo livro!!...
🥰 Amei...