Segunda Chance(Completo) romance Capítulo 31

Jessy depositou a sua bolsa em cima da cadeira e sorriu para Vanda quando na verdade sentia vontade de ir para casa e pensar em tudo que estava acontecendo em sua vida. Ligou o computador para digitar o relatório sobre a sua visita quando sentou-se na cadeira, derrotada pelos seus pensamentos.

Flashback on

Após terminarem o almoço Jon fizera questão de deixá-la em frente ao local onde ela estava indo. Se sentaram no taxi, um ao lado do outro, enquanto Jessy encontrava-se absorta em seus pensamentos, escutou a voz de Jon.

–Jessy..sei que ainda é cedo, mas... eu quero vê-la mais vezes. Porque não nos encontramos para jantar hoje?

Jessy virou-se para encará-lo sem saber o que dizer, estava prestes a rejeitar quando viu o olhar que ele lhe lançava. O olhar do medo. Medo da rejeição. Ao fechar os olhos recordara-se que sentira o mesmo com Victor. Suspirou ao pensar em suas possibilidades e logo lhe veio a mente que ela estava só e desde que o conhecera começara a se sentir melhor. Aos poucos a felicidade inundava o seu ser.

–Irei jantar contigo – assentiu com um leve sorriso na face sem saber se ele era verdadeiro ou falso.

–Isso...será ótimo – comentou feliz. Ele olhou para ela e em um impulso segurou em sua mão, a qual repousava no assento do veiculo. Jessy pensou em afastá-lo, mas logo afastou essa ideia ao ver o sorriso reluzente na face do homem sentado ao seu lado. O restante do percurso ocorreu desta forma, com ele segurando a sua mão como se fosse uma forma dela permanecer ao seu lado.

Flashback off

“Não deveria pensar tanto nisso afinal.. esta pode ser uma chance. Uma chance de ser feliz. Talvez a minha ultima chance.” Jessy pensou ao olhar para o nada e sem perceber começara a se perguntar sobre Valentin. Quando começara a afastar seus pensamentos, escutou o barulho do telefone. Atendeu já sabendo que escutaria a voz de Valentin do outro lado da linha.

–Sim. Já estou a caminho – Jessy murmurou antes de desligar o telefone e olhar para Vanda, talvez em busca de alguma salvação. Suspirou ao perceber que teria que ir ate ele. Levantou-se, pegou os papeis onde anotara sobre a sua visita ao hotel GreenWorld e caminhou para a sala de Valentin. Bateu na porta não demorando para escutar a sua voz. – Senhor Magno? Trouxe o relatório da visita...

–Sente-se e feche a porta – a voz de Valentin fora fria e impessoal. Assim que ele avistou Jessy fez o possível para não demonstrar o seu estado. O álcool ainda afetava as suas reações. Assim que fez o que Valentin mandou, Jessy sentou-se em frente a ele sem sabe o motivo de seu coração bater mais forte e do sentimento de que algo estava errado. – Espero que tenha...se divertido na visita – disse ao se levantar permitindo que Jessy tivesse uma visão melhor dele. Pela primeira vez, ela o viu em sua sala sem o paletó e sem gravata. Sua blusa social azul encontrava-se com os três primeiros botões abertos. Seus cabelos estavam desgrenhados lhe dando um ar selvagem.

–Aqui esta..-lhe estendeu os papeis já prestes a levantar quando o viu parar ao seu lado com um sorriso estranho na face – O que..esta fazendo? – indagou ao vê-lo segurar em seu braço, forçando-a a se levantar. Sentiu o mão dele apertar o seu braço com força a cada segundo que se passava. Tentou afastá-lo, entretanto fora puxada para mais próxima de si. Os papeis que estavam em sua mão agora repousavam no carpete da sala dele. O único barulho existente era de suas respirações. Jessy olhava para os olhos de Valentin sem dar-se conta que em seu intimo já sabia o diferenciar de Victor. De alguma forma aos poucos Valentin se tornara apenas o irmão de seu amado, o homem com a mesma aparência de Victor, mas com personalidade diferente. – O que pretende fazer? Me beijar? – Jessy indagou ao vê-lo olhar para os seus lábios.

–E você, o que pretende fazer? Gritar? Me bater ou retribuir? – Valentin respondeu com outra pergunta. Por mais que ele quisesse ser indiferente, não conseguia pensar com sensatez. – Se for gritar a hora é esta porque depois... não irá conseguir – alertou antes de encará-la por mais alguns segundos e a beijar. Jessy tentou resistir. Seus braços ainda estavam inertes ao lado de seu corpo, seus olhos mantinham-se abertos, mas apesar de tudo isso, o beijo de Valentin conseguia deixá-la extasiada. O sabor de vodka e uísque misturava-se com o halito puro dela. Em meio ao beijo sentimentos eram colocados a prova, e apesar de tudo ela não gritou ou tentou afastá-lo de si. As mãos de Valentin percorriam o corpo de Jessy sem que ela ao menos dissesse algo. Ela apenas se manteve inerte. Valentin afastou os seus lábios dos dela e começou a depositar, pequenos, beijos em seu pescoço a medida que a empurrava para a sua mesa. O barulho dos objetos dele caindo no chão não os afastou, pelo contrário, aproximou-os ainda mais. Aos poucos ambos esqueceram-se de onde estavam. Enquanto Jessy mantinha seus olhos abertos afim de se recordar de quem estava consigo, esquecia-se ainda mais que Valentin não era Victor ate sentir as suas mãos subindo por baixo de sua blusa. Jessy recobrou os sentidos ao senti-lo apalpar seus seios e descer a mão em direção a sua saia. Com extrema facilidade, Valentin, ergueu a saia dela e assim que estava prestes a abrir os botões da blusa dela, sentiu a sua relutância e ignorou.

–Pare – Jessy disse com a voz fraca, pois o seu corpo o desejava algo que contradizia a sua mente – Me solte - tentou o empurrar tendo como resposta o corpo dele sendo jogado em cima do seu, forçando-a a se apoiar na mesa atrás de si – PARE – gritou empurrando-o. Ao se dar conta do que Valentin estava prestes a fazer, um terror surgiu em Jessy. Deu-se conta que ele cheirava a álcool - “Como não percebi antes? Estava tão.. animada por ver o rosto de Victor, o seu corpo se atirar contra o meu, que perdi o senso da realidade?” ela se perguntava ao tentar afastá-lo de si com mais força. Fez menção de gritar novamente quando escutou um barulho na porta e em seguida avistou o semblante incrédulo de Alejandro.