Vendida para o Don romance Capítulo 14

CAPÍTULO 14

Fabiana Prass Strondda

Fiquei parada feito uma boba, porque embora eu quisesse matar aquele Don sem vergonha, eu acabei me perdendo e o deixando me envolver com seu beijo. E o pior é que por alguns minutos, quem eu beijei não foi o jardineiro e sim o homem que me comprou, porque não visualizei nada, simplesmente gostei da maneira como se apoderou do meu corpo.

Não vi nada do Jardineiro nele, pelo contrário... só que aquela prepotência toda mexeu com algo dentro de mim, e quando eu vi já estava gostando do beijo dele. Ainda bem que alguém chegou e eu pude voltar a respirar, porque vejamos e convenhamos, o maldito beija muito bem.

Quando fui levar os utensílios de limpeza para dispensa, vi um carro de mulher que se aproximou do portão e logo estranhei as rodas dele serem na cor rosa. Eu não acreditei quando vi aquela descolorida descendo do carro, toda pomposa. Era só o que me faltava, aquela vadia vindo até aqui para me provocar.

Ela desceu com uma roupa minúscula, um salto alto que estava afundando na grama, e um óculos de sol chiquérrimo, querendo me intimidar, ou provocar o Don para que ele a convidasse para entrar também, e me enchi de ódio. Fiquei parada só observando, ela que soubesse bem o que veio fazer, porque eu não sou de muita conversa.

Quando ela me viu, começou a rir ao olhar para a minha roupa, e eu até havia esquecido que estava com o uniforme, que inclusive é bem bonito, sem nenhum furinho. Eu não me importei muito com isso, mas as suas palavras começaram a ficar agressivas e eu não tenho sangue de barata, e nem muito menos, vou com a cara dela, então já passava da hora de eu a colocar no seu lugar, já deixei se folgar demais.

— É bem a sua cara, mesmo, não sei como conseguiu casar com o Don, nasceu para ser empregada! — me olhou de cima em baixo zombando. — Vejo que nem satisfez o Don, para ele tê-la colocado nessa situação... bela noite de núpcias deu a ele! Eu avisei pra ele ir à boate, mas não me ouviu. — tirou os óculos, estava com aquele semblante de quem venceu, como se a guerra já estivesse no final, e mal sabe ela que só está começando.

— Isso não é da sua conta, mas pode ir dando a volta, que não vai aparecer na minha casa vestida como puta, o meu marido não precisa de nada, agora! Então vai circulando. — fiz sinal para que saísse. Porque, penso que não importa a situação em que estamos, não vou aceitar essa puta na minha casa, e se oferecendo para o meu marido.

— O Don me convidou para morar aqui, então se acostume com ele fazendo muito mais do que viu aquele dia, em mim! Enquanto você lava, passa e cozinha, eu e ele vamos foder na sua frente... — eu nem esperei aquela vadia terminar aquela afronta, fui pra cima dela e meti uma pancada na sua cara. A joguei no chão e ela virou o pé com o salto alto, que quebrou, fazendo-a perder o equilíbrio e meti um chute na oferecida.

— Escuta aqui, sua vadia! — a juntei do chão, erguendo os cabelos dela com força. — Se for verdade isso de vir morar aqui, você pensa bem! Porque na próxima vez que falar besteiras eu te quebro no meio, tá ouvindo? Então se ele convidou, te vira, vagaba... que morar comigo é um inferno, e vou te atormentar até nos seus sonhos!

— Ai, sua maluca! — enfiei a cara dela na terra preta, arrancando parte da grama, a fazendo comer terra.

— Agora vai ter motivos o suficiente para aprender a lavar a boca antes de falar besteiras novamente!

— Me solta! Me larga! Onde está o Don? Sua empregadinha! — a arrastei pelos cabelos em direção do portão, e ela tentando recuperar a postura, mas era carregada por mim.

— Eu carrego bags muito mais pesados que você, então não me irrite e nem apareça mais, aqui! Porque terá sorte se eu não te prender num bag e te vender para a China!

— Você me paga, sua idiota! Vou tirar o Antony de você, e será obrigada a me aceitar como senhora dessa casa!

— Pois tenta a sorte que eu quero ver! Eu te arrebento inteira se tentar atrapalhar a minha vida! Agora vai embora, daqui! — a gente já estava na beira do portão e ela colocou a mão para entrar de novo.

— Eu não vou sair sem falar com o Don... — insistiu. Aquela mulher estava mesmo disposta a me irritar.

— Pois ore para que ele te procure, porque aqui você não entra mais! — ela foi tentar abrir, e na mesma hora puxei um galho da árvore ao meu lado e quebrei. Era quase que uma vara, e ela arregalou os olhos.

— Você é louca! Ainda hoje ele virá atrás de mim, eu aposto... — me irritei com aquilo, não deixaria barato, agora era uma questão de honra.

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