Vendida para o Don romance Capítulo 20

CAPÍTULO 20

Fabiana Prass

Chorei por horas naquele buraco horrível. Haviam minhocas e tenho pavor delas, mas não adiantava o quanto eu gritasse, parecia que ninguém me ouviria nunca.

Não vi quando foi que dormi, acredito que acabei desmaiando com tamanho desespero, e pela primeira vez na vida, fiquei feliz quando vi o rosto do Don ali.

Eu estava assustada e com dores no corpo, e fiquei ainda mais quando ele começou a gritar sem parar.

Don Antony estava sem controle, e chegou a arranhar a minha pele arrancando aquelas roupas de mim. Os seus olhos não olhavam nos meus, a sua fúria era diferente, até parecia que era mesmo outra pessoa.

Tem momentos em que ainda vejo o jardineiro nele, mas a cada dia eu percebo que existe muito mais do Don do que eu gostaria, e isso me assusta.

Tive medo do que ele fizesse comigo, e devo ter parecido uma fraca na frente dele, e eu não gosto nada disso.

Tomei o meu banho aos prantos, sem saber o que eu poderia fazer agora, não quero vê-lo enquanto estiver daquele jeito, e espero que não volte.

Vesti uma roupa do closet, uma que ele comprou, não ousei voltar a colocar o uniforme, não hoje. Penteei os cabelos molhados, deixando os cachos soltos, e com cuidado fui andando pela casa, com medo de encontrar com ele, mas muito mais de rever aquela senhora, doida que não gosta de nada que eu faça.

Me assustei ao chegar na cozinha e ver várias pessoas uniformizadas, mas fiquei feliz de não encontrar o Don e nem a bisavó dele.

— Boa noite, senhora Strondda! O seu jantar já está pronto, pode esperar na mesa principal que já vou servir. — uma senhora simpática avisou.

— Qual o seu nome?

— Aparecida, mas pode me chamar de Cida, senhora!

— Cida, você sabe onde estão todos?

— O Don expulsou a bisavó dele, mas já estão cuidando dela na casa principal...

— É verdade, agora me lembro..., mas e ele? Onde está? — ela virou para o fogão disfarçando. — Não me diga que ele saiu? — perguntei apavorada.

— Não senhora! É que ele estava nervoso e quando fica assim, ele mexe na terra...

— Está no jardim?

— Sim, senhora, mas se me permite dizer, é melhor deixá-lo lá, ele voltará melhor...

— Está bem. Se puderem avisá-lo que o jantar está pronto, eu agradeço...

— Sim senhora.

— Pode deixar que eu vou, Cida! — uma mulher mais nova se pronunciou, e já achei estranho, ela parecia feliz em fazer aquilo, mas hoje eu não me preocuparia com isso, desde que ele não fosse para a boate, tudo bem.

Eu acabei jantando sozinha, o Don não voltou. Fui para o quarto e coloquei um dos pijamas malucos que ele comprou, daqueles que não cobrem quase nada, mas como tinha alguns hobbys eu coloquei um deles que era mais comprido e me deitei.

Alguém bateu na porta e falei para entrar.

— Senhora... O patrão pediu para lhe entregar o celular que ele comprou, só precisa colocar para carregar! — olhei para um aparelho novo, na caixa.

— Obrigada... você sabe onde ele está?

— Ainda no jardim. Mas, se eu fosse a senhora iria lá... — disfarçou olhando para os lados.

— E, por que diz isso?

— A Danúbia não saiu de lá, desde a hora que foi chamá-lo para jantar!

— Como assim? — levantei na mesma hora.

— Ela arrasta asas para o Don e não é de hoje...

— E, ele?

— Até hoje nunca a quis! Mas, não dê chances para o azar! Na casa principal a dona Laura sempre tirava ele de lá quando ele fazia isso!

— Ok... e, você quem é?

— Sou a Filipa!

— Obrigada, Filipa!

Saí no mesmo instante e fui para o jardim. Fui bem devagar e cheguei de quietinho, fiquei prestando atenção. O Antony plantava rosas, e a empregada falava sem parar do lado dele, que não respondia nenhuma das frases.

— Com licença! — falei quando cheguei. — Você já pode ir Danúbia! Aliás, o jantar já passou a mais de uma hora...

— Nossa, vejo que já conhece o meu nome! Mas, vou ficar mais um pouco, estou fazendo companhia ao Don, ele gosta de me ouvir... — O Antony continuava sem nos olhar, plantando rosas.

— É uma ordem, Danúbia! Ou vai ficar a noite toda se oferecendo para o marido de outra? — ela me olhou enfurecida.

— Que seja! — saiu batendo o pé, não negou e nem confessou, e o Don quieto.

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