Vendida para o Don romance Capítulo 33

CAPÍTULO 33

Fabiana Prass

O Don saiu sem me avisar, acho que, no fundo, ele não gostou de precisar ajudar com a minha família, deve ser isso que o incomodou.

Liguei para o Maicon com mais privacidade, contei a ele sobre o que o tio Amador me fez, e precisei mentir quanto ao casamento, eu prometi ao Antony que não contaria nada sobre ele ter pago para que eu me casasse com ele para a minha família, e vou cumprir.

Pelo que ele falou, a minha mãe está bem doente, e fiquei muito preocupada. Ansiosa por vê-los logo, comecei a arrumar umas roupas e dobrar na cama, deixaria arrumado. Fui até a governanta e pedi uma pequena mala, e ela pediu para a Danúbia pegar.

— Vai viajar, então? — questionou.

— Sim, acredito que na sexta.

— O Don sempre diz que vai viajar, mas nunca consegue uns dias de folga! Não está se precipitando em arrumar para sexta?

— Não. Me dê a mala, logo!

— Vai acabar precisando desmanchar, hein... vai por mim.

— Não se preocupe, que se precisar desmanchar eu te chamo para fazer isso! — me olhou feio, mas não me importei.

Passaram-se várias horas e estranhei o Don demorar tanto. Ousei ligar para ele, e estranhamente atendeu no segundo toque.

— Oi!

— Que milagre, me atender.

— É... — ele estava estranho.

— Está tudo bem?

— Olha, eu tive alguns problemas e estou um pouco irritado. Vou aproveitar que você ligou e avisar para fazer as malas, inclusive a minha, coloque roupas para uma semana, viajaremos amanhã cedo para o Brasil!

— Sério? Não era na sexta?

— Vai questionar, Fabiana? Tem certeza?

— Ah, não... desculpe!

— Eu não estou brigando, ok? Só estou nervoso. Vou chegar daqui uma meia hora, mas preciso plantar umas flores novas que comprei antes de ir.

— Tudo bem, vou arrumar as coisas. — ele estava muito nervoso, e eu diria até que teve uma crise com algo, então não vou questionar nada, agora.

Assim que ele desligou, fiz questão de procurar a Danúbia, e pedi duas malas maiores.

— Ué... maiores?

— Sim, foi ordem do Don!

— Ele mesmo disse, isso?

— Sim, agora pegue as malas, ficaremos sete dias, e aquela é pequena. Ah propósito... você tinha razão, vou precisar desfazer aquela, te espero no quarto para que desfaça!

— Mas, é só tirar daquela e colocar nessa!

— Não perguntei sobre isso! Vou esperar no quarto. — virei as costas e deixei ela falando sozinha, e trouxe apenas uma das malas, deixando a outra para ela carregar.

No quarto, ela queria guardar as coisas do Don, mas logo a empurrei de lá, é muito sem noção.

Deixei tudo pronto, e iria fechar a janela do quarto para tomar um banho, quando vi o Don chegando com o carro, e entrando pelo jardim.

O observei, e já desceu com um cesto grande, e mesmo de terno foi mexer na terra. Ele começou a cavar buracos com as mãos, parecia cravar as unhas, tinha pressa.

O estranho era que ele parecia um robô, cavando e plantando sem parar. Então encostei ali na janela e fiquei mais de uma hora o olhando, ele não parava.

Plantou todas as flores, e depois começou a mexer nas rosas, então fiquei preocupada que começou a chuviscar e ele não saiu.

Dei a volta por dentro da casa e fui até lá.

— Antony! Você vai se molhar, é melhor entrar, agora...

Ele não respondeu. Tenho certeza que tem um determinado ponto de estresse que o deixa assim, da última vez eu precisei me abaixar e chamá-lo, então fiz novamente.

Fui até ele e só me olhou quando toquei o seu rosto, o trazendo até a mim.

— Antony... venha tomar um banho! Você vai ficar doente. — ele negou, sem dizer nenhuma palavra. — Eu também ficarei doente, pois ficarei com você! — usei de chantagem.

— Está bem! — ele falou baixo, muito diferente do comum, parecia outro homem, não consigo entender.

Era como se algo o tivesse atingido, ele parecia envergonhado, longe... segurei na sua mão suja de terra, e o guiei até o quarto.

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