Vendida para o Don romance Capítulo 52

CAPÍTULO 53

Rebeca Prass

E mais uma vez estou aqui... trabalho como garçonete, mas vivo escondida atrás desses balcões, na área da limpeza. Sem contar que a maior parte da noite eu passo escondida no galpão, praticamente lustrando aquelas garrafas tão caras de bebidas de ricos.

— Não vai para o bar, hoje? — uma garçonete com uma roupa minúscula pergunta ao entrar na despensa da boate.

— Estou ocupada, não vê? — fechei a cara, pois estou cansada de perguntas com segundas intenções. Estou agachada numa pilha de coisas para limpar, mal conseguem me ver e ainda conseguem zombar.

— É por isso que vai continuar aí! Além de vir trabalhar toda ridícula com essa roupa de mendiga, ainda é arrogante! Não vai conseguir agradar cliente nenhum! Quem vai te querer? — Ao ouvir a sua frase, a minha vontade era de matar com uma pancada daquela garrafa esquisita que eu segurava. Se não custasse uma fortuna, eu a atacaria.

Mas, claro que eu não deixaria barato, e voei naquela mulher.

— Ridícula é você! — a joguei longe e ela bateu com as costas na parede. A segurei pelo colarinho, mas infelizmente o chefe chato chegou para estragar.

— Para com isso, Rebeca! — me puxou de cima dela e eu fui parar nos braços dele, que também ficou me olhando por alguns segundos. As minhas costas estavam completamente coladas na dele, e o meu rosto, inclinado para trás, senti um hálito fresco de hortelã.

Por segundos me perdi, então recobrei a consciência e também o empurrei.

— Eu estou cansada de me humilharem! Não vou deixar que ela fique falando essas coisas e... — empurrei ela de novo, e ele me puxou. — ME SOLTA!

— Você pode ser demitida por justa causa se arrumar brigas aqui dentro, Rebeca! — ele falou, e a vadia ria da minha cara, está acostumada a fazer isso.

— Eu só quero trabalhar em paz! Por que não me deixam? E, sem contar que se eu servisse as mesas, poderia ganhar gorjetas! — ele respirou fundo, mas a rapariga se atravessou.

— Deixe que vá, chefe! Assim ela vai ver a gente ganhando dinheiro e ela nada! — olhei furiosa.

— Olha, para não termos mais confusão, hoje... eu deixo que vá até as mesas e me prove que consegue fazer o trabalho e trazer dinheiro para a casa!

— Sério?

— Sim. Mostre que sabe trabalhar, que eu quero ver! — eu via que ele debochava, mas não perderia a oportunidade.

— Vou começar agora mesmo! — tirei o avental de limpeza, dobrei as mangas da camisa que eu estava. — Com licença!

Saí de lá e comecei a circular entre as mesas, mas fiquei muito irritada que nenhum cliente me chamou.

Então,, quando eu já pensava em desistir, um senhor de aproximadamente quarenta anos, cabelo um pouco grisalho me pediu uma bebida.

Coloquei um sorriso no rosto, e o atendi perfeitamente. Então ele pediu algumas coisas bem caras, e percebi que o chefe me encarava.

— Está tudo bem, moça? — o cliente perguntou.

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