Vendida para o Don romance Capítulo 53

CAPÍTULO 54

Fabiana Prass

Como pude ser tão burra? Ele nunca vai me amar, o seu interesse é no meu corpo. Se ele não tivesse dito nada seria ainda pior, eu ficaria iludida, pensando que ele apenas ainda não estava pronto como eu estou, mas essa é uma ilusão que só existe na minha mente.

Eu me entreguei sem reservas, dei tudo de mim, mas parece que não foi o suficiente. Sei que estou amarrada a ele, mas se ele não me ama, esse seu jeito de me tratar não vai durar, e ele muito em breve terá as suas amantes de volta.

Fiquei bastante tempo no banheiro, não tinha coragem de sair de lá. Quando criei coragem abri a porta bem devagar, ele estava dormindo, e foi melhor assim. Fiquei olhando para ele um bom tempo, observando as suas feições do rosto, o seu cabelo desalinhado dando àquele charme, e só consegui dormir quando me aproximei, acho que me acostumei com o seu cheiro, o calor do seu corpo. Ele, mesmo dormindo me puxou para si, e mesmo sendo humilhante, eu me senti melhor ali, sou uma boba, mas gosto de ficar perto do seu corpo.

Senti um beijo quente na minha testa, cheguei a olhar o seu reflexo meio bagunçado na minha frente, mas eu estava com tanto sono que parecia ser de madrugada, então acabei dormindo.

Acordei com uma rosa vermelha no travesseiro dele, e movi a boca num sorriso que parecia falso até pra mim mesma.

— Merda! — Joguei a cabeça para trás me esticando na cama, e ataquei a rosa na parede.

Quando abri a janela vi que ainda estava escuro, quase amanhecendo. A casa estava completamente vazia, provavelmente só viriam os funcionários pela manhã, nem a Rebeca havia voltado da boate para que eu desabafasse com ela.

Me vesti e fui dar uma volta no jardim, esfriar a cabeça. Quem sabe, ficar mais perto das rosas também não me acalmaria.

Precisei de uma blusa quente e uma toca. Atravessei o jardim e me sentei naquele banco onde nos beijamos tanto aquela vez, os pássaros seriam boas companhias.

Observei alguém do lado de fora da casa, me observava enquanto caminhava na mata, estava bem coberto, não dava para saber quem era e Fiquei esperta, desse lado não vi a equipe da segurança.

Me espantei mais, quando ela tirou a toca, e pude claramente ver que era a Susany ali.

— Por favor, me ajude! — Eu iria tocar ela da minha casa, mas como pediu ajuda eu parei para ouvir. Então, ela falou em tom mais alto, mas nem tanto, parecia se esconder de algo.

Levantei do banco e fui mais perto, se ela me tirasse a paciência hoje, apanharia.

— O que foi agora, Susany? — assim que perguntei, me assustei muito com o estado do rosto dela, ela havia apanhado bastante. — O que aconteceu? — cheguei mais perto, aquilo estava feio.

— Preciso de ajuda!

— Quem fez isso com você? — questionei observando tantas marcas e cortes até no canto da boca dela.

— Foi o Don! — estreitei a sobrancelha, dando um passo para trás. — Eu estou esperando um filho dele, e em troca me prendeu num apartamento com um segurança me vigiando, faz muitos dias! — balancei a cabeça duvidando. Aquela mulher enlouqueceu?

— Como é? — fiquei incrédula.

— Eu fugi hoje, com muita dificuldade. Se ele souber que estive aqui, me mata! Olha o que já fez com o meu rosto essa noite! — olhei outra vez, e realmente os cortes são recentes, não tem feridas.

— Esta noite? — pensei melhor, pois o Don passou a noite comigo, teria sido depois daquele beijo? Mas, o que estou pensando, isso deve ser mentira dela.

— De madrugada..., na verdade, faz pouco tempo... — começou a chorar, e estranhei o comportamento dela, nunca agiu assim, fiquei confusa, ela parecia desesperada. — Olha o exame, o filho é dele! — ela me entregou um papel pelo vão da grade, e eu não queria acreditar no que estava vendo, ela estava mesmo grávida, e o filho era do homem que eu amo, e agora só confirmei que nunca vai me amar. Se ele trouxer essa mulher para casa, a minha vida será um inferno.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Vendida para o Don