Vendida para o Don romance Capítulo 55

CAPÍTULO 56

Fabiana Prass

Que ódio estou desse homem. E, pior é a Rebeca não me ajudar, simplesmente obedeceu o Don e entrou nesse carro.

— Ele parece dizer a verdade, está muito bravo... — cochichou no meu ouvido, mas fechei a cara para ela.

O carro estava trancado, eu fiquei no meio do banco de trás, a Rebeca na esquerda e o Antony do meu lado direito. Ele é tão ciumento que preferiu que outro dirigisse e fez questão de tentar me controlar de novo, ficando do meu lado, como se fosse santo. Tentou me encostar o tempo todo, mas eu não deixei, de agora pra frente, ele vai se arrepender de ter me feito tudo o que fez, deixarei a vida dele virar um inferno.

— Vem, vamos descer! — esticou a mão para me ajudar, mas eu o ignorei. Esperei a Rebeca descer e então desci por outro lado, andei afastada dele.

Não fiz escândalo, não deixei os funcionários da casa perceberem o que acontecia, até porque não pretendo ficar aqui, no máximo de manhã eu já estarei bem longe, e esse mentiroso não me encontrará nunca mais.

Fui direto para o quarto e ele veio atrás, mas fiz questão de bater com a porta na cara dele.

— Fabiana, a gente precisa conversar! — falou de forma civilizada, mas eu não estava com nem um pouco de vontade de falar nada com ele.

— Acho que o mínimo que deveria fazer era me respeitar! Se eu não quero conversar agora, espere até que eu queira. Não seja mais idiota do que já é! — respondi civilizadamente.

— Está bem! Vou te deixar descansar..., mas eu vou dormir onde? Não vai abrir mais tarde? — falou mais mole, estava fazendo charme para tentar me enrolar, como se eu fosse uma tonta.

Peguei uma roupa dele, enrolei na manta que ele gosta. Abri a porta e praticamente joguei sobre ele, que tentou manter a porta aberta, mas não forçou o suficiente, provavelmente queria que eu cedesse.

— Pelo menos me ouça? — me olhou nos olhos, mas eu não estava disposta a ouvir, de jeito nenhum.

— Eu já disse que preciso de espaço! — forcei a porta contra ele, que foi cedendo devagar, até que eu conseguisse trancar novamente.

Tomei um banho demorado e comecei a pensar sobre algumas coisas que ele me disse.

Mas, cheguei a conclusão que mesmo que ele diga a verdade, ele me enganou, me escondeu tudo, e ainda não me ama. Vou sofrer o resto da vida se ficar com ele, talvez nunca chegue a ser correspondida.

Era bem tarde quando acordei de um cochilo e vi a notificação da Rebeca que estava na boate. Também ouvi três batidas suaves na porta, provavelmente apenas com os dedos, mas fiquei em total silêncio. Era ele tentando me pedir para entrar, mas por mim morreria ali sentado.

Ouvi outras batidas e depois notei que a luz do jardim foi acesa, outra vez ele foi mexer com as plantas, mas dessa vez teria que se virar sozinho. Não tenho um coração ruim, apenas cansei de ser usada.

Demorei um pouco para dormir, também estava com fome e não quis levantar comer, então assumi a consequência disso e dormi com a barriga roncando.

Acordei bem cedo, ainda estava com fome, então me levantei muito bem arrumada e fui para a copa como se nada tivesse acontecido.

Quando ele me viu na mesa, vi em seus olhos que não havia dormido nada, ainda estava com a roupa de ontem, o cabelo desarrumado e parecia com receio, mas o ignorei.

Ele veio me beijar e eu virei o rosto. Pensei que ele surtaria, pois a regra é sempre cumprimentá-lo quando estamos em público, mas se calou.

— Eu gostaria de ir até a boate hoje... — comentei como quem não quer nada, talvez de lá eu tenha mais chances de fuga.

— E, porquê? — me olhou com medo, deve imaginar as minhas intenções.

— Não quero ficar o dia todo pensando nos problemas, preciso me distrair! — comecei a comer.

— Não acho uma boa ideia... — fiquei com raiva, mas precisava ser fria. Felizmente a Laura chegou na nossa casa durante o café, e me salvou.

— Oi irmão! Oi cunhada! — ela disse sorridente e nos cumprimentamos.

— Caiu da cama, Laura? — perguntou o Antony meio frio.

— Nossa, de mau humor logo cedo? — fez careta. — Eu vim pedir a sua ajuda, seja bonzinho! — ele olhou desconfiado.

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