Vendida para o Don romance Capítulo 60

CAPÍTULO 61

Fabiana Prass

Fiquei um tempo deitada naquele chão, pensando em tudo o que ouvi. Só me pergunto porque ele não confiou em mim, talvez se tivesse me dito desde o começo não teria chegado a esse ponto, mas me lembro das suas palavras quando confessei que o amava e fico ainda mais frustrada em lembrar que ele nunca vai confiar em mim, talvez nunca me ame, foi bem claro.

No quarto secreto me vesti para ir ao bar, precisava relaxar. Lá na pista recebi muitas cantadas, mas ignorei e percebi que funcionou, ninguém tentou nenhuma gracinha.

O problema foi quando a Rebeca chegou, que precisei de uma bebida, mas lembrei que não tinha dinheiro ali comigo.

— Boa noite! Aqui tem como as funcionárias marcarem a bebida na conta? — o bartender sorriu.

— Tem sim! Mas, hoje pode ficar por minha conta! — pegou um copo, e sentei de costas para onde a Rebeca atendia as mesas.

— Obrigada.

Fiquei disfarçando ali e aproveitei a bebida, então estranhei a frase de uma mulher atrás de mim.

— Eu não acredito que o Enzo deixou a farrapenta atender as mesas! Aquela Rebeca é uma ridícula, olha pra ela! — me enfureci quando entendi do que se tratava.

Fiquei agoniada, eu não poderia me envolver em escândalos, então me contive. A bebida já não descia tão bem, então de canto de olho vi a minha irmã atendendo e parecia se dar bem. Pelas características era o mesmo homem que ela comentou que deu gorjeta, ontem.

— Olha só o que eu vou fazer! — agora olhei para a mulher que falou isso. — Vou deixar cair a bebida do cliente dela na bandeja, além de ter que pagar, ficará toda molhada! — quando ela saiu de encontro com a Rebeca, foi mais forte do que eu e a puxei pelos cabelos quando se aproximou da minha irmã.

— Maldita, fica longe dela! — rosnei, e na mesma hora a Rebeca me reconheceu, arregalou os olhos e me puxou num canto.

— Que merda você aprontou? — olhei pra ela apavorada.

— Vê se fecha o bico, ninguém sabe que estou aqui! — me olhou com reprovação.

— Você ainda vai matar o Don! Por acaso soube que o filho nem é dele? — ela me repreendeu e começamos a ouvir vozes altas das puttanas falando mal da Rebeca atrás da gente.

— Nem vem defender ele, que você é a minha irmã! — me olhou brava, e então aquela idiota que eu puxei o cabelo, puxou a Rebeca.

— Você vai pagar caro por roubar os clientes. Não sei como faz isso, se parece uma moradora de rua! — Rebeca se soltou dela e a empurrou.

— Ridícula! — ela iria atacar, mas eu a grudei pelo pescoço, e só soltei quando ouvi a voz do Antony ali. Nunca imaginei que ainda estaria na boate, não é o horário dele, por isso fiquei tão tranquila em vir aqui fora.

Soltei a vadia e corri para me esconder. Pelo menos a Rebeca não sabe onde estou, se me entregar, ainda não saberão que estou aqui.

Rebeca Prass

Eu sempre soube que a Fabiana é doida como eu, mas ela me surpreendeu. Precisei enrolar o Don para que ele não descobrisse ela, mesmo eu ainda não sabendo de tudo, prefiro ajudar a Fabi.

Com o Don:

— Pode me explicar o que aconteceu ali? — sentou na sua cadeira e eu fiquei em pé.

— Eu não sou de reclamar, mas já está ficando difícil! As atendentes antigas do bar pegaram no meu pé, e como o Enzo dá corda, elas têm tentado me humilhar! — ele parecia tão cansado, triste...

— Então você atacou uma delas? — fez cara de poucos amigos.

— Ela me atacou e a moça nova no bar me ajudou! — balançou a cabeça e serviu uma dose pra ele e outra pra mim.

— E, o que quer que eu faça? No período noturno é o Enzo quem decide as coisas!

— Na verdade, só preciso de uma oportunidade no bar sem que elas me humilhem! Amanhã já me decidi, vou comprar roupas novas, então de noite posso assumir tranquilamente, não passarei vexame, se me permitir. Só fiquei nas mesas hoje, mas a ordem de amanhã é que eu volte para a limpeza...

— Limpeza? Não foi isso que combinei com o Enzo! Pode ficar tranquila que vou resolver com ele. E, quanto às roupas, eu gostei que vai mudar, fico feliz por você! Precisa de dinheiro? — neguei. Já falei que adoro esse cunhado?

— Não, pode ficar tranquilo! Obrigada... — me virei para sair, mas ele me chamou:

— Rebeca! — me virei. — A Fabiana não te procurou? Não teve nenhuma notícia? — ele tinha um semblante cansado, mas agora parecia ter esperança, e foi péssimo mentir pra ele.

Fabiana Prass

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