CAPÍTULO 62
Fabiana Prass
O trinco se movia, e eu me escondi dentro do local das armas, onde a Laura não me mostrou, assim eu teria uma chance.
Foi muito rápido, quando ouvi o barulho de que a porta se abriu, ouvi uns quatro passos, e a porta de onde eu estava também foi aberta.
Fiquei de olhos arregalados quando vi uma ruiva na minha frente, mas olhando melhor era...
— Laura? — estranhei, ela estava vestida diferente, parecia usar um disfarce como o meu.
Com uma mão na porta e outra na arma, fui abaixando ao verificar que era ela.
— Você é esperta, cunhada! Vejo que encontrou a minha coleção depressa! — fiquei confusa, tipo: “oi”, eu sou esperta?
— Laura, porquê está vestida assim? — ela entrou naquele espaço, e começou a tocar as armas com admiração.
— Eu precisava de um disfarce para vir te ver. Como acha que eu conseguiria? O meu irmão colocou homens para me vigiar, deu um trabalho imenso para chegar até aqui.
— Nossa! Mas, não precisava se preocupar, eu estou me virando, bem! — saí daquele compartimento, mas tive a impressão de que ela pegou algo de lá, olhei novamente para as suas mãos, mas vi que me equivoquei, não tinha nada.
— Vim, justamente te mostrar essas gracinhas, sabe atirar?
— Porquê tem elas, Laura? — mudei a pergunta e ela sorriu.
— Apenas por gosto! Não acha que são lindas? O meu pai me ensinou a atirar, então acabei deixando a coleção toda aqui! — seus olhos brilhavam olhando para as armas, e com as pontas dos dedos passava em algumas com satisfação, aquele leve sorriso me dizia algo, mas eu não sabia exatamente o quê.
— Você sempre me surpreende, Laura! — sentei na cama e tirei a peruca. — Sabe que hoje eu quase fui descoberta?
— Como assim? — contei a ela tudo o que aconteceu, e me ouviu em silêncio.
— Vamos fazer assim, fica com a peruca ruiva, vou levar a loira! Use uma saia que disfarce mais o seu quadril! — foi puxando umas peças de um armário e jogando na cama. — Está se alimentando? Encontrou a cozinha?
— Sim, encontrei. — jogou mais uma peça e entrou no local das armas pegando uma pequena.
— Certo. Você vai usar essa roupa amanhã, agora vou te ensinar defesa pessoal e como segurar a arma se precisar atirar. Só preciso que me prometa, que se o meu irmão te encontrar, ou você voltar pra ele, jamais contará que te ajudei e ficou aqui, ok? Você nunca soube das armas, nem do andar de cima, tudo bem?
— Tudo bem!
— Ótimo! — ouvi um barulho da arma e vi um sorriso diferente. — Vamos começar!
Rebeca Prass
Já estou cansada de tantas pessoas rirem de mim, só quero trabalhar em paz e juntar o meu dinheiro para poder estudar enfermagem, acho uma profissão linda, e nunca consegui pagar um curso.
Era quase meio dia quando o carro do cliente chegou e parou do lado de fora. Fui até o portão e logo falei:
— Pode descer, a gente vai com o motorista e o segurança! — ele sorriu e desceu todo arrumado, apertando o botão do seu controle.
— Tudo bem, não tem problema! — fiquei olhando para ele e me lembrei de algo.
— Qual é o seu nome? Não lembro de ter perguntado.
— Sou, Salvatore! — esticou a mão e me deu um beijo no rosto.
— Muito prazer! — entramos no carro, sentamos no banco de trás. Na frente tinha o motorista e um segurança do Don.
— Pode escolher do seu estilo, mas se não ficar bom eu vou dizer, pode ser? — me perguntou.
— Eu quero que seja sincero, hein? Não posso continuar passando vergonha, é humilhante! — levou a mão até o meu ombro.
— Eu prometo que hoje quando chegar na boate causará inveja e admiração! Faço questão de entrar com você, quero assistir de camarote!
— Olha, sinto muito te decepcionar, mas só uma roupa não vai mudar tanto assim as coisas! — ele me olhou tão profundamente que fiquei sem graça, colocou a mão no meu cabelo e levou uma mecha atrás da minha orelha, senti algo diferente e fiquei parada o olhando.
— Você é linda! Vou cuidar de você, te levarei num lugar que vai cuidar do seu cabelo, das unhas, e da maquiagem, e isso é um presente meu, não aceito que rejeite! — engoli seco, ainda bem que o carro parou e então pude descer, e fiquei com menos vergonha.
Olhando ao redor fiquei deslumbrada com as coisas, as lojas, a quantidade de pessoas. Animada comecei a procurar o que eu gostava, mas infelizmente percebi que eu não sabia, nunca comprei uma roupa numa loja antes, fiquei tão perdida.
— Você não pode tirar as roupas do lugar, assim! — uma moça com um cabelo espremido para trás e uma roupa de homem com gravata, falou e fiquei com vergonha, acho que estava fazendo algo errado.
— Ah, entendo..., mas como vou saber se gosto? — perguntei e a mulher iria responder, mas estava de cara feia, então ouvimos um pigarro do Salvatore.
— Algum problema aqui?
— Senhor, é que “essa” moça... — apontou pra mim. — Estava tirando as roupas das araras, e até do manequim!
— Se ela quer tirar, pode tirar, aliás... — passou a mão na barba olhando. — Pegue todas as roupas dessa ala e leve para ela no provador, e também todos os casacos! — arregalamos os olhos.
— Todas? Mas, são muitas! — ela questionou.
— Está com dificuldades na audição senhorita Blits? Faça o que eu pedi e depois pode subir no escritório!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Vendida para o Don
A história no começo era boa mas do capítulo 100 pra la virou piada! Nunca vi tanto uma palavra em um livro como a palavra “assenti” so em um capítulo as vzs tem 4 a 5 vezes!...
Me interessei muito pela história, quando colocará mais capítulos? Ansiosa por mais...
Diz status concluído, cadê o restante dos capítulos?...
Quando vão postar os novos capítulos? Estou aguardando ansiosamente....