Vendida para o Don romance Capítulo 69

CAPÍTULO 70

Fabiana Prass

O dia foi cansativo, acabei dormindo na boate, e estranhei quando acordei e vi o Antony de cara feia.

— Bom dia...

— Que história é essa que você estava contando enquanto dormia? — ele nem me respondeu o bom dia, já perguntou disso, travei me ajeitando no travesseiro, ele tinha um tom diferente na voz, tentava respirar devagar.

— Que história? Não lembro do que falei. — tentei lembrar, mas não consegui.

— Fabiana... porque você estava usando uma peruca ruiva? Estava linda, mas tá aí uma coisa que não entendi! E, o que a Laura tem a ver com isso? — me apavorei. O momento da verdade havia chegado, e agora?

— A Laura? Nada! — disse imediatamente, combinei com a Laura, não posso entregá-la de maneira alguma.

— Nada? — questionou e eu neguei. — Você pedia pra ela uma nova peruca, Fabiana! — foi mais rude, agora.

— Deve ter se misturado o sonho! — sentei melhor na beira da cama tentando não demonstrar o meu desespero. Porque eu não expliquei as coisas desde o início?

— Então, agora me conte o que aconteceu! Eu deixei vocês aqui e sumiram, pra onde você foi? Porquê eu só encontrei a Laura, e bem depois! — estava com o semblante pesado, queria saber o que ele realmente estava pensando.

Eu fiquei com medo de contar a verdade e precisei de um tempo para responder. O Don segurou a minha mão, inesperadamente parecia me compreender, o olhei ainda em dúvida.

— Bela mia, pode contar! Eu não vou te atrapalhar ou te julgar. Só me diga o que aconteceu. Quero saber de tudo! — tomei coragem e tentei explicar:

— Eu me escondi aqui na boate! Encontrei perucas e roupas que me ajudavam a disfarçar e fiquei esse tempo todo aqui! — falei de uma vez, mas ele levantou furioso, foi até a porta, voltou.

— E EU, ACHANDO QUE ESTAVA SEQUESTRADA TODO ESSE TEMPO! — gritou e me encolhi.

— Desculpe! Eu estava assustada. — ele me olhava sério, dava para notar que estava pensando em muitas coisas, e como é bipolar, eu não sabia o que esperar dele.

— Então foi sequestrada quando? Ontem? — com a mão na cintura, se aproximou.

— Sim... — abaixei a cabeça.

Antony andou de um lado para o outro do quarto, fiquei com medo do que ele pudesse fazer, não falei muito.

— Como chegou até a mim? Porquê já chegou armada, você sabia exatamente o quê estava acontecendo! — veio mais perto, seus olhos pareciam pegar fogo.

— Eu gostaria de guardar esse assunto pra mim...

— QUE DROGA!

— NÃO GRITA COMIGO! VOCÊ SABE MUITO BEM, OS MEUS MOTIVOS, OU PRECISO TE LEMBRAR? — Ele ficou de costas, apoiou as mãos na mesinha, ele iria jogar longe, eu já estava até visualizando.

— Se não quer dizer é porque a Laura te ajudou nisso! Só pode ter ficado na área dela, me viu porque subiu a escada, lógico! Agora não entendo porquê mentiu pra mim! — virou de frente.

— Eu não menti. É que eu não iria conviver com aquela mulher. Eu a imaginei tendo um filho teu, morando na mesma casa, eu não suportaria! Veja o meu lado! — engoliu seco.

— Então achou melhor se esconder e me enganar, do mesmo jeito que pensou que te enganei, não é? — levantei e fiquei mais perto dele. Toquei o seu rosto, e ele quis recusar, mas sentiu o meu toque ainda respirando bravo, e mais uma vez parecia se controlar.

— Eu me arrependi, Don! — ele olhou nos meus olhos.

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