Vendida para o Don romance Capítulo 70

CAPÍTULO 71

Enzo Fernandez Duarte

— Esse Whisky é de péssima qualidade! Faça o favor de pesquisar bebidas melhores amanhã! — reclamei para o bartender, pois aquele líquido não estava descendo de jeito nenhum.

— Fui eu quem comprei as bebidas, e te asseguro que são as melhores do mercado. O seu problema é outro, meu filho! — meu pai, (Hélio) encostou o seu copo junto ao meu. Ele é esperto, mas pelo visto desta vez está deduzindo errado.

— Do que está falando, meu pai? Só não gostei da bebida, não desce como as outras vezes, tem algo errado! — me esforcei a tentar fazer descer.

— Só te digo uma coisa, Enzo... aquela moça é de família e o Don já nos avisou que precisa ser respeitada. O novo capo disse que o próprio Pablo pediu para que ele espalhasse que a moça não é uma qualquer, que está apenas trabalhando! — gargalhei ao olhar para a Rebeca toda produzida.

— Olha como ela dá moral para aquele esquisito, que tem uns cinquenta anos a mais que ela! — enchi o copo com raiva. — Me diga se não parece o seu avô! — intimei meu pai.

— Acho que não! Salvatore tem no máximo quarenta e cinco, é um homem aparentemente com dinheiro, fiquei sabendo que tem vários comércios, e pelo visto sabe ser esperto, observe como ele deixa a moça à vontade, ela sorri quando ele fala! — me enchi de raiva quando olhei de novo e ela estava exatamente como ele disse, e pra ajudar... a sua saia hoje, estava mais curta, os homens de todas as mesas olhavam pra ela, ou para as suas pernas. — Por acaso pensou em se casar com ela?

— Ela já está muito mal falada! No começo até passou pela minha cabeça, mas do jeito que está é melhor só dar uns pegas e... — senti o cano da arma do meu pai no meu pescoço.

— Se atreva a desonrar aquela moça, pra ver se eu não te coloco no lugar! Não foi isso que eu e a sua mãe te ensinamos, precisa dar o exemplo para as suas irmãs! Já imaginou ouvir um filho da puta falando isso de alguma delas!

— Eu mataria com um tiro na testa, com certeza! — falei e senti ele puxar a arma e voltar a guardar.

— Ótimo, está começando a entender! Então se não quer nada com ela, prove novamente o Whisky, já deve estar melhor! — disse com sarcasmo, e se retirou, foi fazer vistorias na boate.

Encostei no balcão e fiquei observando, agora todos a chamam, todos a querem os servindo. Quando atendeu outra mesa, um idiota da direita chegou a se abaixar para olhar a sua bunda, fez sinal para o outro de que quase conseguiu, e isso estava me deixando muito irritado, então a chamei. A maledetta não caminhava, desfilava.

— Sim, chefe! — falou séria, enquanto pedia uma nova bebida no balcão. Rebeca é linda, com roupas mais apresentáveis e que se encaixam melhor no seu corpo, agora parece um mulherão. Eu não tinha reparado naquelas curvas antes, até pensei que fosse uma criança com dezoito anos, mas ela é muito mais que isso.

O seu rosto, agora delineado com maquiagem, o cabelo levemente tingido, e melhor arrumado, a deixam fantástica, mas o meu desejo é só físico, preciso me controlar.

— Por que está usando uma saia tão curta? Não disse que não era puta? — ela sorriu com sarcasmo, e virou levemente o rosto, estava pensando numa resposta.

— Estou usando por que eu quero, é simples assim! Deveria estar satisfeito, estou atraindo muitas gorjetas, outra vez! — suspirei com raiva.

— Para sua informação, o próprio Don pediu para que cuidássemos com a sua reputação, e assim você acaba com o nosso trabalho! — gargalhou.

— Vá para a puta que pariu com a sua preocupação, “chefe”! — fiquei com ódio, mas o pior é que eu só conseguia olhar para a sua boca, aquele movimento de subir, descer e se encontrar, estava me confundindo. Então quando me deu as costas, a segurei.

— Vem me dar uns beijos lá no meu quarto! — falei mais baixo, notei que o seu semblante era confuso.

— Eu não vou repetir sobre o que já falei! Beijo qualquer um aqui nesse salão, menos você! Porque é humilhante se sentir usada, e foi exatamente isso que você me fez! — a puxei para a parte de trás do bar. Ela queria se negar, mas veio, sabe que não podemos fazer vexame.

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