Vendida para o Don romance Capítulo 77

CAPÍTULO 78

Don Antony Strondda

— Vai matar o seu irmão? É isso mesmo? — Salvatore falou e foi levantando da mesa. Seu semblante de indignação me deixou confuso.

Por segurança eu e o tio Hélio puxamos as armas, porquê o Enzo, pelo visto estava desarmado por causa da situação com a Rebeca.

— Desgraçado! Pensou que eu não descobriria? — meu pai trocou a arma de mão e deu um soco em Salvatore, e quando ele quis revidar, percebeu que estava na nossa mira, então não se atreveu, se manteve onde estava, olhando fixo para o meu pai.

— Se encostar no meu pai é um homem morto! — falei, o ameaçando com a arma.

Não tenho nada contra ele, mas se é inimigo do meu pai, é meu inimigo.

Percebi que o Alexander Caruso, o Siciliano que quer casar com a Laura, entrou junto, e estava observando.

— Covarde! Nem parece que foi criado por aquele monstro que engravidou a minha mãe e depois a matou! — Salvatore afrontou o meu pai, mas eu não iria atirar nele sem saber a verdade, os motivos dele, e os motivos do meu pai.

— Enzo, reviste o homem! — ordenei e ele fez.

— Filho, esse homem está envolvido com o sequestro da Fabiana! Alexander me ajudou a investigar, e descobrimos tudo. Eu desconfiei dele antes disso. Quando o seu tio comentou sobre ele, e descobri que é um filho bastardo do meu pai, o estou procurando; um envolvido no sequestro da sua esposa confessou quem era o mandante da invasão naquele dia, e também por levá-la! Então é um traidor, e traidores morrem! — firmou a pistola, ele estava realmente disposto a atirar.

— Eu nunca quis levar a mulher dele, aqueles idiotas fizeram tudo errado, eu queria o Don, quem sabe assim eu não conseguiria o meu lugar na famíglia! — Salvatore tentou defesa, uma ridícula por sinal.

— Fingiu me ajudar... você é um traidor! — falei irritado.

— Nem tudo fui eu! Você matou todos os Russos que vieram até aqui, eu só queria uma conversa, e depois você voltaria, mas assim conquistou outros inimigos, e eu perdi o controle. Posso ter começado, mas não fiz metade do que me acusam! — meu pai guardou a 357 e foi pra cima do Salvatore, que não se defendeu, mas para qualquer homem treinado na máfia, olhando pra ele eu diria que sabia muito bem como atacar, outra vez ele escondia algo, meu pai teve dificuldades em acertá-lo, agora, e olha que é um dos melhores.

Eu não quis me envolver no assunto do meu pai, que pelo visto é assunto de família, mas eles começaram a destruir a sala. Meu pai jogou o Salvatore numa prateleira que caiu e fez um estrago, e então o Salvatore o empurrou de volta e o meu pai o acertou um murro, e ele não revidou.

— Estão errados quanto a mim!

— Qualquer um que se atrever a cruzar a linha sem ser convidado, morre! Se queria conversar tivesse me chamado! — falei, interferindo na briga deles, mas o Hélio cutucou o meu pai, o puxando pelo braço.

— Não pode matar o seu irmão sem provas o suficiente! Precisará levar ao conselho e ele será julgado!

— Mas, é ilegítimo! E tentou contra a nossa vida! — meu pai falou.

— Eu só quero um cargo na máfia, meu pai já me deixou a minha parte da herança em vida, provavelmente por remorso por ter matado a minha mãe! Não tenho más intenções com vocês, somos da mesma família! — Salvatore me deixava dividido dessa forma.

— Don, acho que não podemos confiar um cargo a ele, assim! — Enzo falou.

— Se aceitar a ser monitorado, talvez dê certo! — Alexander Caruso comentou, e todos nós olhamos para ele.

— Antony é o novo Don, ele terá que decidir o que fazer! — tio Hélio lembrou, encarando o Caruso, que assentiu o olhando.

— Prendam-no! Resolverei isso depois, agora preciso resolver o outro assunto! — chamei os guardas. — Levem esse homem para o galpão!

Salvatore não tentou evitar, ficou olhando para nós, e não sei porque eu não o considero um inimigo, talvez seja porquê agora sei quem ele me lembra, é muito parecido com o meu pai.

— Depois irei investigar a fundo, quero saber o que ele realmente queria. — comentei quando os guardas o tiraram, e vi que o meu pai estava de cabeça baixa, mas conversaremos depois.

— Sim, vamos resolver a situação, Enzo tem algo a dizer! — tio Hélio avisou, mudando completamente o assunto, a minha cabeça começou a ficar agitada.

— Então diga!

— Aceito me casar com a Rebeca, mas ela terá que sair imediatamente desse emprego, e vestir roupas decentes. Não me casarei com ela nas condições atuais, e cheio de maledettos em cima dela. — o olhei preocupado.

— Pense bem! Temos duas situações aqui, pois gosto dos dois. Rebeca é ambiciosa, tem sonhos, não vai facilitar pra você, e você ainda pode passar a responsabilidade para algum outro assumir, mas terá que ser até amanhã, no máximo. — Apesar da raiva que fiquei dele, ainda me preocupo.

— Meu filho é homem, vai assumir! Se fez, assume... sem contar que ele está louco pela moça, apenas desdenha por capricho, mas eu o ensinei muitas coisas, ele vai se lembrar. — tio Hélio se antecipou em colocar o Enzo contra a parede.

— É que você não viu o jeito dela, estou confiando na palavra do Don, mas eu nunca diria que ela é virgem! — Enzo conseguiu me tirar do sério.

— CAZZO! — me levantei irritado com aquilo. — Se você não parar de repetir isso, a sua esposa irá te capar dormindo! Você não a conhece, está cutucando a onça com vara curta, quando perceber já terá sido atacado, terá sorte se conseguir consumar seu casamento, ela já está até planejando se volta para o Brasil, só pra não ficar perto de você.

— Bom, já vimos que é só dar bebida a ela que já se solta! — ele brincou e o grudei pelo colarinho.

— Se você fizer isso com ela e se aproveitar vai se ver comigo! Rebeca é como uma irmã mais nova, pra mim!

— Tá, está bem! Vou me lembrar! — fui soltando aos poucos, o encarando. — Sem gracinhas, ou vai casar de olho roxo, primo!

— Quando pretende se casar? — meu pai perguntou.

— Vou falar com ela, pensei que poderia ser na próxima semana, talvez ela queira buscar a família para o evento! — disse o Enzo, e o Alexander só observava em silêncio.

— Sim, é bom verificar isso. Depois que ela melhorar você pode conversar com ela, só tome cuidado para ela não te atacar, digamos que não ficou muito feliz com a ideia! — falei e respirei fundo.

— É o melhor, ela não deveria questionar.

— Bom, eu lavo as minhas mãos! Você não tem idade para ser imaturo, então resolva! Eu vou ver como ela está! — eu falei, mas o meu pai me puxou pelo braço.

— Filho, vem comigo!

— Claro... — eu sabia que o assunto do Salvatore estava longe de ser encerrado.

A caminho do galpão, fomos conversando:

— Sabe exatamente como as coisas aconteceram? Acho que deveríamos investigar melhor a história do Salvatore! — comentei.

— Seu avô deveria ter dito sobre ele. Agora não sei nada a respeito, apenas que é um traidor! — falou enquanto andava ao meu lado.

— Pretende mesmo, matá-lo? — ele olhou e não respondeu imediatamente. — Talvez ele não seja tão traidor como parece.

— Já não sei, mas a raiva foi grande. — quando abri a porta do galpão, Salvatore estava amarrado numa cadeira, logo me aproximei me lembrando do dia da invasão e ele se fez que me ajudava.

— Agora eu quero saber o que você realmente pretende! Naquele dia, não me deu certeza de que estava do nosso lado, agora entendo parte disso! — questionei quando entrei, e ele estava irritado, provavelmente por estar preso.

— Na verdade, faz tempo que frequento aqui. Sempre tive raiva do Pablo, ele teve tudo o que eu não tive, e ainda a minha mãe foi tirada do meu pai, e fiquei sozinho, tudo isso porque? Porquê não nasci num casamento de merda? Porquê sou filho bastardo, que não merece a comida que come? — gargalhou. — Ouvi tanto essas coisas, que já decorei todas! A minha vida não foi fácil como a sua, irmãozinho... e a sua mãe ainda está viva. A minha foi estuprada, engravidou e sofreu enquanto ainda sobreviveu ao lado do nosso pai!

— Então admite as suas intenções!? — meu pai se aproximou e pegou uma faca. — A história poderia ter sido diferente, aqui todos sabem que nunca fui mau caráter, sempre defendi os meus, para agora saber que tentou levar o meu filho? Quem garante que o lugar que queria não era o dele?

— Sim, mas desde que frequento aqui, é o Antony quem administra, e não encontrei nenhum erro para denunciá-lo! Como sou mais novo que o Pablo, eu ainda poderia assumir se eu fosse reconhecido como seu irmão, e seu filho assumiria depois. — se virou para mim. — Mas, como você se casou, as minhas chances ficaram muito menores, então pensei que levando o Don mostraria a sua fraqueza e também chantagearia o seu pai! — falou diretamente a mim, e levou um soco do meu pai com a mão esquerda.

— Eu deveria ter te matado assim que te vi, hoje! — ele mostrou que iria atacar o Salvatore, mas eu o impedi.

— Espere, pai! — meu pai respirava pesadamente. Vou averiguar as informações que ele nos deu, fazer um exame e também vasculhar o celular! — puxei o aparelho, mas meu pai pediu.

— Posso fazer isso?

— Claro! Enquanto isso, Salvatore ficará aqui!

— Se serve de alguma coisa... eu não os conhecia, e posso dizer que gostei muito do Antony, principalmente pelas coisas que ouvi da Rebeca sobre ele! — olhou para mim. — Antony, me deixe ir! Não tenho más intenções, só quero um bom cargo! — Salvatore pediu.

— Acontece que no momento não tem a nossa confiança! Teria se tivesse conversado e não nos traído! Vem pai! — saímos o deixando ali, iremos investigar.

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