Vendida para o Don romance Capítulo 84

CAPÍTULO 85

Rebeca Prass

— A minha irmã vai ficar bem? — perguntei para o Enzo, quando cheguei no hospital.

— Oi, querida noiva! Tudo bem com você? — sendo irônico, veio querer me beijar e virei o rosto, então beijou na bochecha.

— Se tivesse tudo bem eu não estaria num hospital, e muito menos te perguntando da minha irmã! — ele não gostou, foi discreto, mas deu um jeito de me encurralar num canto.

— Por acaso você acorda assim, todos os dias?

— Não, fica tranquilo! Eu sou assim apenas com quem merece! — fez cara feia.

— Se você não colaborar, vai ficar complicado! — segurou no meu braço.

— Eu digo o mesmo! — soltei o meu braço dele e dei as costas.

— Onde você vai?

— Perguntar da minha irmã! — voltou a me segurar pelo braço.

— Espera! — o olhei irritada. — Ela está bem, vai ficar bem! O Don está com ela, iria ajudar num banho, não adianta ficarmos aqui! — me sentei nas cadeiras.

— Eu não vou sair enquanto não vê-la! — cruzei os braços e pernas.

— Você que sabe, mas vai demorar! Porquê não vamos lá ver os vestidos? Eu te mandei mensagem mais cedo, sobre isso!

— É, eu vi! — sentou do meu lado, e colocou a mão em cima da minha coxa, e na mesma hora eu tirei.

— Não posso nem encostar? — cochichou.

— Já te disse que não sou uma qualquer! E, também não bebo mais com você! Sei muito bem o quanto se aproveitou, fiquei daquele jeito por causa da bebida forte.

— Vai me lembrar disso todas as vezes, agora? Lá na boate parecia outra pessoa, e agora pelo jeito eu não vou ter paz?

— Se queria paz, procurou o lugar errado! Nas igrejas vivem procurando padres! — pegou a ponta do meu cabelo e jogou pra cima, irritado. Chegou a bater no meu olho, mas ele mesmo tirou quando o encarei, deve ter notado que não gostei.

— Já chega, não vou te dar lado para discussões! Fique aqui que vou avisar o Don que estamos indo! — ele levantou e fui atrás dele.

— Eu não vou ficar aqui, nem adianta querer mandar! — fui andando atrás dele, que balançou a cabeça e bufou, mas não me impediu.

Respeitei o diálogo dele com o Don, e fiquei esperando para ter notícias.

— Está tudo bem, a sua irmã já vai pra casa, estão esperando o Don ser atendido, parece que vão refazer os pontos, soltaram todos! — disse se virando para mim.

— Nossa! Como o Don é cuidadoso com ela, fico feliz por eles! — ele bufou outra vez, olhou para o lado, encostando na parede do quarto e levando a mão na cintura. — O que foi?

— Você pode fazer o favor de parar de elogiar o meu primo na minha cara? Eu já entendi que o venera e sabe-se lá, mais o quê! — falou irritado.

— O que é, tá com ciúmes do Don? Você é patético, Enzo! — veio bravo para cima de mim.

— Para de me tratar assim, enquanto deixa o meu primo num altar! Eu posso perder a cabeça qualquer hora! — segurou mais forte no meu queixo, então uma enfermeira passou por nós e ele soltou.

— Você é um idiota! Eu respeito o Don, pra mim é como um irmão mais velho, assim como o

Maicon! Se eu fosse você seria no mínimo respeitoso, pelo menos eu te trataria com respeito!

— Já chega, vamos logo! — mudou o assunto e começou a me puxar, e para não passar vergonha, fui indo com ele.

— Pra onde estamos indo? Onde está me levando?

— Provar o vestido! Eu tinha outros planos, iria te levar para escolher as coisas, mas não vou me estressar o dia todo, só no período da manhã já é o suficiente! — me apertou e puxou como se eu não fosse nada, acho que nem se importa comigo, provavelmente depois do casamento me deixe sozinha e vá morar na boate, já que quase mora, já.

Enzo estava com raiva, não sei se foi só por ciúmes do Don, ou o que tanto me enferniza, mas se pensa que eu vou facilitar está muito enganado, pois não vou.

Ele abriu a porta e quis me empurrar, mas coloquei as mãos na frente do meu corpo.

— Se não entrar eu te coloco aí de qualquer jeito! — o encarei, e sem dizer nada eu entrei e fechei a porta.

Ele sentou no outro banco e respirou fundo, passando as mãos nos cabelos.

— Porquê é tudo tão difícil com você? Eu não quero mais brigas e discussões, vamos nos casar no final de semana, você será minha, Rebeca! Entende que terá que parar, no domingo passaremos a primeira noite juntos, precisa me deixar te tocar te ter de verdade! — fiquei séria e não respondi nada.

Enzo veio por cima de mim e segurou o meu rosto para me beijar, mas eu não queria. Estou chateada e irritada com o jeito dele de me tratar, não sou a pessoa que ele espera.

Ele beijou a minha boca, mas permaneci parada como uma estátua. Então ele parou com o rosto à uns dois centímetros de mim, e com o dedo polegar acariciou os meus lábios, olhando fixo pra eles.

— Me permita te beijar, Rebeca... — falou suavemente e por um segundo quase vacilei, mas eu lembrei das coisas que me falou e não cedi.

Outra vez tentou me beijar, agora mais suave. Senti a língua dele passar pela minha boca, mas me mantive firme, então ele parou.

Sem dizer nada, ele se ajeitou no banco e colocou o cinto, então começou a dirigir, mas ele está sentindo o que estou fazendo, não costumo mudar de ideia com facilidade, e se ele disse que eu precisaria melhorar para não cair nos seus encantos, digo que melhorei muito, e ele me aguente.

— Não sente desejo por mim? — do nada ele veio puxando assunto.

— Não. — me olhou estranho, parecia incrédulo.

— Mas eu não entendi... lá na boate até pediu que eu te tocasse! Por mais que estivesse bêbada, você me queria, eu sei quando uma mulher me quer. — virei para o lado de fora, sem olhar para ele.

— Você percebeu que falou no passado? “Pediu” “tocasse”, isso passou no momento em que eu percebi quem você realmente era, na verdade, estava na minha cara, eu só demorei um pouquinho. — ele parou o carro quando estacionou.

— Posso me desculpar por aquilo, as palavras que usei fotam exageradas, então me desculpe! — colocou a mão dele sobre a minha, e olha que pensei que eu morreria sem ouvir o Enzo Duarte se desculpar por algo.

— Está bem! — ele sorriu e do nada veio para me beijar, mas recuei.

— O que foi?

— Eu desculpei, mas não passou! Não sinto que não jogará aquelas palavras na minha cara a qualquer momento, então não acelere as coisas! — bufou novamente.

— Você é muito teimosa, que saco! — levantou e desceu do carro, então veio me ajudar a abrir também.

— É melhor pensar direito antes de assinar os papéis de casamento! — falei e ele me ignorou.

— Venha! — estendeu a mão, dessa vez não me puxou e eu fui.

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