Vendida para o Don romance Capítulo 85

CAPÍTULO 86

Rebeca Prass

Uma senhora com roupas muito chiques nos atendeu, uma cara de séria, um coque na cabeça, uma saia longa azul marinho, e um casaquinho chique, parcialmente aberto.

— No que posso ajudá-lo, senhor Duarte? — fiquei bem quieta, a velha nem falou comigo, não daria moral pra ela.

— Ajude a minha noiva a escolher o vestido de casamento, eu já conversei com a gerente sobre o assunto! — a velha me olhou dos pés à cabeça, me senti uma intrusa na loja, mas eu tinha certeza de que estava melhor do que ela, naquele cabelo duro de tanto produto caro, se enviasse o dedo espetava.

— Claro, senhor! E, o que o senhor deseja que eu sugira a ela? — fiquei pensando: “será que essa velha notou que a cliente sou eu e eu estou aqui?“

— Rebeca, diga como pensou em se vestir! — Enzo se virou pra mim bem sério, eu não deixaria a oportunidade de zombar dele.

— Quero um vestido longo, com poucas pedras, de alcinhas ou tomara que caia, pode ter transparência das coxas para baixo, e que seja completamente preto, por favor! — eles me olharam com semblantes tão parecidos que pareciam parentes, de tão chocados com a minha frase.

— Tem certeza, senhora? — a velha falou até gaguejando, e o Enzo surtou.

— Claro que não! Ela adora uma brincadeira, não ligue, senhora Jhonson! Busque os mais brancos que encontrar, que sejam a altura da nossa posição, com os seios bem cobertos, e definitivamente nada de transparência..., aliás, pode ser de mangas longas, daqueles de transparência nas mangas! — a velha era esquisita, ficou olhando torto e se retirou a tempo de não ver a minha gargalhada, com aquele nariz empinado.

— Me acompanhe!

— Nossa, estragou com a minha escolha de vestido! — zombei.

— Você não estava falando sério, não é?

— Não, só estava me divertindo com a velha puxa-saco! — passou a mão no rosto. — Se continuar se estressando assim vai ficar de cabelos brancos ou careca!

— Meu Deus, Rebeca! Some daqui! Vai provar os vestidos e depois venha me mostrar como ficou! — eu ri, quando me virou me empurrando e fiquei de costas pra ele.

— Está bem. Dizem que dá azar o noivo ver o vestido antes, faço questão de mostrar! — dei de ombros, e resmungou furioso, mas nem ouvi o que era, o deixei falando sozinho.

Quando entrei na outra sala, aquilo era incrível. Tinha uma espécie de palco, sei lá que treco era aquele, e a nossa volta haviam inúmeros cabides, e agora me senti perdida com tantos modelos brancos.

— Bom, futura senhora Duarte... os modelos que o seu noivo sugeriu são os que ficam desse lado, se quiser o meu auxílio...

— Não se incomode senhora.... — esqueci o nome da velha.

— Jhonson! — disse rude. — De qualquer maneira, não olhe daquele lado, o senhor Duarte não vai gostar nada! — quando ela falou parece que os meus olhos foram puxados como imãs e automaticamente eu queria ver os modelos proibidos, mas a velha se colocou na minha frente e entendi o recado.

Então contra a minha vontade comecei a provar os vestidos e ir com cara feia, a pior possível, até o Enzo, para irritá-lo.

Ele não gostava de nada do que eu escolhia, apenas aqueles modelos inteiros fechados que a velha levava, então quando ela foi no banheiro eu me atrevi a ir do outro lado, e ouvi uma gargalhada de uma moça.

— Caramba mulher, veja esse modelo aqui, vou te ajudar! Estou te observando, e pelo visto está difícil de escapar da senhora Jhonson! — era uma mocinha nova, no máximo dezesseis anos.

— Trabalha aqui? — questionei olhando encantada para o modelo que ela escolheu.

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