Vendida para o Don romance Capítulo 91

CAPÍTULO 92

Rebeca Prass

— Rebeca... Rebeca... — “alguém me chamou?“

— Ai meu Deus, eu tô nervosa! Sinto que tem algo errado, acho que o Enzo vai reclamar do vestido..., mas eu achei tão lindo, não ficou exagerado... — eu olhava de um lado, olhava de outro, esticando o pescoço, tentando olhar por trás, e nada de me acalmar.

— Calma, Rebeca! Parece que você vai ter um treco, assim! — minha mãe falou ao arrumar o véu que caía sobre as minhas costas e exageradamente cobria todo o meu rosto.

— Eu não te entendo, num dia não está nem aí, e agora ficou preocupada? O que mudou, maninha? — Fabi me olhava maliciosa.

— Nada! Não mudou nada, você tem razão, eu não me importo com essas coisas! — assumi a minha postura, terminando de empurrar o penteado que a cabeleireira fez, parecia torto.

No meu rosto vejo uma expressão dura ao olhar para o espelho, mas na verdade, estou nervosa... essas duas já casaram, por isso estão calmas assim.

— Você arrasou no vestido dela, mãe! Realmente ficou lindo, se o Enzo reclamar será um babaca! — Fabi comentou e eu gargalhei.

— Pois ele vai reclamar, mas eu me viro! — joguei aquele véu para trás, ele já havia me irritado o suficiente.

Fabi ficou olhando para o jardim, e eu olhei em seguida, mas não vi nada.

— O que foi?

— Tive a impressão que alguém passou pela janela, mas acho que foi só impressão! — estiquei o pescoço, e então não vi nada.

— Filha, eu já vou indo! A sua irmã vai te ajudar com os sapatos e eu espero vocês lá fora! — A minha mãe comentou.

— Mãe pode ir! Sei que está ansiosa para saber como será a festa, eu e a Fabi já chegamos, estamos adiantadas! Vá para a cerimônia! — a liberei.

— Ah, então está bem! Beijo meus amores! Nos vemos lá! — nos despedimos.

Fabi me ajudou com os sapatos e então me entregou uma sacola muito bonita de loja cara, me trazendo um frio diferente no umbigo, “o que tinha ali?“

— Abra!

— É o que prometeu? — perguntei tentando conter o sorriso no rosto.

— Sim! É o que vai acalmar o noivo depois de casada! Vai por mim, Rebeca... os homens se vendem facilmente, aprendi isso! — olhei para os dois lados, vendo se não havia mais ninguém, e estávamos sozinhas. Me aproximei do seu ouvido:

— Acha que vou dar conta? — gargalhou.

— Você sempre dá! — olhei de novo para a sacola e resolvi tirar, arregalando os olhos para o que via.

— Uma blusinha branca?

— É uma camisola confortável, então pode usar ela depois, diferente da outra parte... — olhei rapidamente pensando: “que bendita parte era essa?“ — Um kit completo, Beca! Olhe, você usa isso nas pernas; isso vem nos seios e vai até a barriga, é um modelo mais simples de fechar, veja! — fiquei olhando aquilo e tentando entender de que lado usava.

— E, o restante?

— Que restante? — pareceu confusa.

— O que esconde a minha... bem... não tem nem calcinha? — com as mãos eu revirava aquele trem, tentando entender porquê tantas emendas que davam para prender ou soltar.

— Amor da minha vida, a calcinha está ali! — apontou para um cisco branco, ou um barbante, sei lá.

— Huuu!

— Agora guarde bem, se o noivo surtar essa é a saída mais confiável! — começou a guardar na sacola.

— É que o Enzo é... sei lá, mas é diferente! Parece que sabe muito bem o que faz! — respirei fundo.

— Calma, ele que espere você o querer! Eu pedi para o Don conversar com ele. — arrumou o meu véu de novo.

— Eu me viro! — falei mais pra mim, do que pra ela.

— Eu vou buscar o buquê na varanda! — ela disse e eu assenti.

Essa é a casa da família do Enzo, provavelmente eu venha morar aqui depois da cerimônia, mas é lindo. Está um silêncio, todos os funcionários foram para o local da cerimônia, que pelas fotos, parecia lindo.

A cabeleireira já saiu, agora só ficou eu e a Fabi, e também os dois seguranças que o Enzo deixou na casa.

Sem a Fabi voltar, comecei a ficar inquieta, então andei em círculos pelo quarto, até me estressar e ir até ela, assim a gente já iria para o local.

Estranhei um barulho de louças caindo no chão e parei onde estava, “puta que pariu! Mal casei e a minha irmã está quebrando as coisas da minha sogra!“

Um dos seguranças estava na cozinha, e estranhei que não era o mesmo que vi mais cedo.

Ele me olhou e então foi para cima da Fabi, e claro que tinha algo errado.

— Sai de cima dela, oh babaca! — peguei uma frigideira e tomara que não seja das preferidas da minha sogra, porquê acertei na cabeça dele.

Ele virou pra mim, parece que dei fraco, então a Fabi o empurrou.

— CORRE REBECA! VAMOS PEDIR AJUDA, O SEGURANÇA DO DON ESTÁ LÁ FORA! — assim que ela falou eu voltei de onde estava, correndo do lado oposto à Fabi para não ser pega, mas também para a direção da saída, onde vimos os seguranças quando chegamos, mas o grandão veio atrás de mim, que corri menos por causa do vestido apertado nas pernas.

— SAÍ IDIOTA! ME SOLTA! — o cara me agarrou e correu comigo para fora, indo em direção a um carro.

— REBECAAA! — Ouvi a Fabi gritando, parecia que o segurança da frente estava atirado no chão, mas mesmo assim atirou muitas vezes e com isso evitou de levarem a Fabi.

Fui empurrada para dentro do carro e tinha uma velha sentada lá, mas dessas bem velhinhas, pintou o cabelo de vermelho, mas a pele não engana.

— Essa é a mulher do novo Don? Mas, ele não era casado? Ela está vestida de noiva?

— Qual é velha dos infernos? Não vê que está me atrasando para o casamento!? Tá certo que eu não queria, mas... — comecei a chacoalhar a velha pelo casaco horroroso de fios brancos com vermelhos. — Que se foda, seja velha ou não eu aguento com você de olhos fechados, e eu vou casar hoje! — balancei a velha feito doida.

— FAÇAM ALGUMA COISA, TIREM ESSA LOUCA DE CIMA DE MIM! CADÊ A MULHER DO DON? ESSA NÃO É ELA NÃO É POSSÍVEL!

— Já vamos pegar a mulher certa e então jogamos a louca pelo caminho! — um deles falou e fiquei puta da cara.

— Porque querem a minha irmã, são malucos? O Don vai esmagá-los como ratos de esgoto quando souber! — falei e o cara da frente se irritou:

— CALA A BOCA! CALA A BOCA!

— Estão atirando, senhora! Precisamos correr, tem um carro atrás da gente, também está atirando! — me virei para trás e vi um carro muito familiar, alguém que conheço está vindo atrás de mim, mas quem?

— Merda! Vamos levar essa louca aqui, deve servir para alguma coisa! O meu Augusto já vai ficar melhor no túmulo, sabendo que estamos perto! — a velha falava enquanto o carro corria desgovernado de um lado para o outro, e agora não entendi mais nada... quem é Augusto?

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