Vendida para o Don romance Capítulo 94

CAPÍTULO 95

Don Antony Strondda

— Vocês são uns maledettos! Meu pai não deveria ter tido pena, deveria ter matado toda a raça da família daquele homem! Eu só ouvia a história e já fiquei revoltado pela minha mãe e a tia Larissa, nem imagino o que eles passaram! — comentei com os Russos, antes de decidir quem matar primeiro, e o Mateo sorriu.

— Até que você é mais esperto do que eu pensei... descobriram a Danúbia... matou os Russos que enviei bem antes do que previ... eu poderia ter apostado que o seu pai te colocaria no bolso, e teria perdido! — meti um soco na cara do infeliz.

— Eu já soube que foi tudo armação de vocês! E não foi só eu, estamos investigando isso em equipe, inclusive o meu pai descobriu muitas coisas interessantes! — notei que o Salvatore se aproximou com o rosto enfurecido.

— Agora entendo muitas coisas... foi você! — Salvatore falou encarando o Mateo, que cheio de sangue na cara gargalhou.

— O que ele fez? Do que está falando? — meu pai perguntou antes de mim.

— Se aproximou e me contou muitas coisas sobre vocês... nada boas por sinal! Pelo visto tem muitas mentiras nisso! Depois conseguiu negociar com o Russos para trazer o Antony, e me enganou levando a sua esposa, Antony! Mas, é claro que foi tudo arquitetado, os Russos eram eles mesmos, sabiam desde o início!

— Isso não tira toda a sua culpa, Salvatore! — meu pai se aproximou do Salvatore de cabeça erguida o intimando.

— Eu sei... não pedi para tirar nada, por acaso alguém me ouviu dizendo isso? — olhando a cena entendi muitas coisas.

“Augusto foi o noivo da minha mãe, e fez muitas coisas ruins. Sem contar que roubou a própria família dele na Rússia, um desfalque que envolvia o meu pai, comprador da área italiana, (quando foi capo de lá, sendo julgado por isso). Então ele recomeçou errado na Argentina e machucou a minha tia Larissa, acabando a ser morto pelo que fez pelo meu tio Hélio. Porém a sua família não concorda e armou todo um plano para nos atacar, mas agora chega! Pelo visto envenenaram o Salvatore para isso ser mais fácil, e isso acaba aqui.“

— Guardas! Levem todos para o reduto fortificado e os deixem bem acomodados, com aquele tratamento VIP que vocês conhecem! Estamos atrasados para o casamento, então os verei amanhã, e que se fodam! — ordenei.

— E, essa senhora? — ainda lembro da velha, mas parece mais morta do que viva, com a arma que a Rebeca atacou na cabeça dela e Salvatore acabou de juntar do chão.

— Se sobreviver, a darei de presente para a Rebeca, afinal ela quase estragou o seu casamento! — os soldados ficaram surpresos.

— Certo, Don! — um dos guardas colocou a mão sobre o braço do Salvatore, mas eu o impedi.

— Ele não! Salvatore é da família! Chamem um médico para o local do casamento, para atenderem o seu braço, lá! — meu pai pareceu concordar, não foi contra, já que não disse nada.

— Filho, pedirei ao Siciliano para cuidar disso! Ele estuda medicina! — meu pai comentou e confirmei que me apoiou.

— Ah, é verdade! Ele já retirou bala de mim!

— Então estou livre? — Salvatore questionou, erguendo uma das mãos pra cima, pois o outro braço estava baleado.

— Por enquanto, sim! Mas estaremos de olho!

— Está bem... — virou as costas e foi indo até o carro, quando o meu pai me cutucou.

— Sabe o que está fazendo, não é?

— Sim, ele salvou a Rebeca... Já ouviu aquela expressão “precisamos manter os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda?“ — lancei um olhar interrogativo.

— Certo...

— Pedirei ao Siciliano, Alexander Caruso, ele ficará em cima, saberá todos os movimentos do meu tio! — meu pai sorriu.

— Meu garoto! Agora é oficialmente o Don, não é? Sabe o que faz, estou orgulhoso com o seu novo temperamento! — me abraçou de lado enquanto andávamos e assoviou para o Salvatore!

— Ei! Venha conosco, você não deve dirigir assim! — fiquei só olhando, querendo ou não são irmãos, e seria divertido se pudéssemos confiar nele, mas essa é outra história, não poderei contar com isso, hoje...

Enzo Fernandez Duarte

Rebeca é teimosa demais, tem horas que não sei o que faço com ela, e esse é um dos momentos.

Deixei pensar que eu sabia o que fazia, mas a verdade é que eu fiquei o tempo todo olhando para o retrovisor, e pensando como a obrigaria a usar o vestido que comprei, enquanto ela nem piscava, olhava para frente fixamente, brava como um touro.

— Eu só queria entender o que há de errado com o vestido que comprei! — resmunguei e parei o carro na frente da minha casa.

— É horrível! Cobre o meu pescoço, eu não estou com frio para se casar de cachecol ambulante, tenha dó!

— É um clássico!

— Pois eu classifico também! É um desclassificado, é isso! Não vou usar...

— Desce do carro, Rebeca! Vai trocar esse vestido! — ela me encarou e desceu. Passei as mãos no rosto, encostei a testa no volante, mas então quase tive um infarto ao ver que ela não entrou na casa, saiu caminhando rapidamente para o lado oposto, e desci do carro correndo.

— REBECA, VOLTA AQUI, MALEDETTA! REBECAAAA! — precisei correr muito, até alcançá-la.

— Me solta, eu desisti do casamento! — com raiva a arranquei do chão e ela se debatia, mas eu não estava nem aí, a encostei no carro.

— Você é minha! — segurei o seu rosto e a beijei, até que ela cedesse a mim, ficando sem ar, o seu corpo foi para trás, encostou totalmente na lataria, e senti as suas mãos pequenas apertando o meu corpo com a mesma intensidade, ela ficou quente em questão de segundos, “o que essa mulher faz comigo?“ Então a soltei, e com raiva ficou me olhando, pensei que voaria em mim.

— Enzo faz um favor? — falou tão calma, que cheguei a sentir medo. Rebeca é a única mulher capaz de me causar isso.

— Diga, meu bem! — ironizei.

— Dá um espaço, e olha pra mim! — fiz conforme disse, dei um passo para trás e a olhei.— Agora me diga o que tem de errado com o vestido? — observei melhor, e claro que não tinha nada, estava gostosa pra caralho, esse era o problema.

— Chama a atenção! — falei pouco, não a deixaria se gabando.

— Se queria uma mosca morta, deveria ter casado com uma, porque eu não sou!

— Você não vai mudar de ideia não é? — ela negou movendo aqueles lábios carnudos, dei mais uma olhada. — Está bem! Se prepare para sofrer as consequências depois da festa! — virei as costas. — Entre no carro!

— Do que está falando? — segurou o meu braço.

— Vou arrancar esse vestido nos dentes! Rasgar inteiro! Agora entre! — ela ficou calada, e entrou no carro.

Não sei se fiquei puto por ela não demonstrar espanto nenhum com o que eu disse, porque esperei olhos arregalados e inúmeros pedidos de: “por favor, não faça isso!“ Ou se gostei de saber que não estou casando com a tal “mosca morta”.

É... acho que fico com a segunda opção! — dei um sorriso de lado quando liguei o carro, mas isso ela não viu... é claro!

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