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A filha do meu padrasto romance Capítulo 101

YANKA

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Tentei me adaptar novamente, morando na Europa com a minha mãe, mas não consegui.

Eu até tentei ter com ela a mesma ligação que tinha com o meu pai, mas não deu muito certo.

Eu sabia que tinha errado, e que eu merecia a posição que eu estava, mas eu estava triste, pois eu não conseguia ter planos de futuro morando na Europa.

Eu queria o calor e o aconchego do Brasil, e queria sentir o sol intenso de Fortaleza.

Já haviam passado três meses, e não tinha um único dia que eu acordasse e não pensasse no Rodrigo.

Ele deixou um buraco enorme no meu coração.

Ele me quebrou por inteira e estava cedo demais pra eu dizer que consegui me reconstruir, pois isso seria uma completa mentira.

Mas ele não seria impedimento pra eu voltar pra Fortaleza, e tentar dar continuidade aos meus sonhos.

Acordei decidida a ligar pro meu pai e falar que queria voltar pra Fortaleza, eu sabia que convencê-lo não seria uma tarefa fácil, mas eu já não aguentava mais morar em um lugar que me fazia infeliz.

Pai: Oi Filha, como está tudo por aí?

— Pai, não está legal, eu não estou feliz.

Pai: Já conversamos sobre isso, Yanka.

— Pai, não é justo eu deixar de viver os meus sonhos por conta de um erro, você está me prejudicando com isso.

Pai: Não foi só um erro Yanka, foram vários, e você acabou com o noivado do Rodrigo, além de mentir pra todos nós. Essa história me irrita só de lembrar, então não fui eu quem prejudicou você, você mesma se prejudicou por conta de um capricho.

— O Rodrigo não foi só um capricho pai, eu realmente estava apaixonada, e foi algo que não consegui conter, e ainda estou no processo de recuperação.

Pai: E como você espera que eu te traga de volta pra cá, sabendo que você ainda não o esqueceu?

— As circunstâncias mudaram pai, ele está solteiro e eu também, e eu não estou dizendo que vou voltar a me envolver com ele, mas que não existe nenhuma possibilidade dos problemas que tivemos voltarem a se repetir, pois não existe nenhuma terceira pessoa nesse momento em nossas vidas.

Pai: Eu não sei não Yanka, você ainda não recuperou a minha confiança.

— Por favor pai, se você não me apoiar nisso, eu vou ficar muito triste, mas eu vou de qualquer jeito, o que eu não posso é ficar em um lugar que eu não me encaixo.

Pai: Você está usando chantagem emocional pra me convencer Yanka, e eu não gosto disso.

— Não pai, eu apenas estou sendo sincera com você. Eu vou me programar e volto pra Fortaleza em alguns dias.

Pai: Quer vir? Tudo bem, mas vai ser de acordo com as minhas regras, apesar de eu não concordar com sua volta.

— O que eu preciso fazer pra você concordar?

Pai: Eu sou o seu pai, e não vou deixar você passar sufoco, mas eu nunca vou concordar com isso, então é o seguinte,

vou comprar um apartamento e um carro pra você, mas você vai trabalhar na filial de Fortaleza e vai se manter com o dinheiro do seu salário, acabou esse negócio de eu estar bancando os seus luxos, quer ter o direito de tomar suas próprias decisões? Então ande com suas próprias pernas e conquiste a sua independência financeira com seus próprios méritos.

— E a minha faculdade?

Pai: Ah, tá Yanka, vou desligar antes que eu fique mais irritado, se organize, essa semana compro sua passagem.

Ele desligou e eu não pude deixar de pular de alegria, como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo novo.

Eu tinha medo, eu não sabia como iria ficar o meu coração depois de ver o Rodrigo novamente.

É claro que eu faria o possível e o impossível pra não cair na mesma cilada, afinal, quem quer voltar pro mesmo sofrimento de antes? Acho que ninguém.

A minha volta pra Fortaleza não tinha nada haver com ele, tinha haver comigo, com o que eu planejava pra minha vida, pro meu futuro.

Quando parei pra pensar em tudo o que aconteceu, eu lembrei do Diego, ele era a minha melhor escolha, a minha melhor chance, ele seria a pessoa ideal pra mim, um amigo, um parceiro e com uma maturidade que faltava em mim, e eu estraguei tudo.

Eu até tentei ligar pra ele, e me desculpar por tudo, mas ele não me atendeu, apenas me mandou uma mensagem me desejando amadurecimento.

É claro que não deu pra amadurecer o suficiente em três meses, mas deu pra perceber que merecia algo melhor do que aquilo que eu estava vivendo, e também que merecia um cara que me tratasse com prioridade e não como uma opção.

— Espero que quando eu voltar, a gente possa sair e eu tenha a chance de me desculpar pessoalmente, ele foi verdadeiro comigo e só o que ele pediu em troca foi a minha sinceridade, e eu não soube dar isso pra ele.

Bom, acho que está na hora de começar a fazer as malas, meus dias aqui, estão contados, e lá vamos nós de novo, voltar pro mesmo lugar que quase fui destruída.

É muita coragem.

Falei pra mim mesma.

Eu sabia que as chances de eu cair novamente eram enormes, mas eu também sabia que tinha forças o suficiente pra me levantar quantas vezes fossem necessárias.

— Fortaleza, prepara tudo que eu estou voltando.

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