MELISSA
.
.
Depois do momento incrível que tivemos juntos, ficamos agarradinhos na cama, como se já tivéssemos o costume de fazer isso, e embora não fosse a hora adequada, eu precisava conversar com ele sobre a Yanka.
— Eu não quero estragar o momento, mas precisamos conversar sobre um assunto bastante delicado.
Diego: Se for sobre a Cecília Mel, ela não será um problema entre nós dois.
— Não é sobre a Cecília e sim sobre a...
Eu travei literalmente, pois eu não queria que parecesse que eu estava cobrando algo dele, pois ainda não tínhamos um compromisso, mas mesmo eu não pronunciando o nome dela, ele já sabia de quem eu estava falando.
Diego: Sobre a Yanka não é? Você já sabe que ela voltou, não sabe?
Eu sentei na cama, enrolada no lençol e o encarei.
— Sim, como você sabe que ela está de volta?
Ele sentou também e ficou de frente pra mim.
Diego: Ela me mandou uma mensagem ontem.
— E o que havia na mensagem?
Perguntei, como uma namorada ciumenta.
Não era essa a impressão que eu queria passar, mas depois do que ela havia feito no meu relacionamento com o Rodrigo, eu não queria ter que passar pela mesma coisa com o Diego.
Diego: Ela avisou que estava em Fortaleza e perguntou se a gente poderia se encontrar.
— E o que você respondeu?
Diego: Eu ainda não respondi ela Mel, queria primeiro conversar com você.
— Então você pretende encontrar ela?
Diego: Sim, pretendo.
Eu levantei da cama, incapaz de pensar em algo coerente pra dizer, eu estava sentindo uma mistura de raiva, ciúmes e insegurança.
Deixei o lençol em cima da cama e fui caminhando pro banheiro, sentindo as lágrimas molharem meu rosto.
Diego: Mel, você vai sair assim sem me ouvir?
Eu parei no meio do caminho e o olhei, e ele já estava levantando da cama e indo atrás de mim.
— Se você tem intenção de voltar com ela, por favor, me fale, pois o que eu passei tentando superar o Rodrigo, foi um verdadeiro inferno, e eu não quero me apegar a você e ser passada pra trás novamente.
Falei sentindo a angústia me dominar.
Ele se aproximou de mim, e tentou limpar minhas lágrimas, mas eu virei o rosto.
Diego: Eu não sou o Rodrigo Melissa, e eu não tenho nenhuma intenção de voltar com a Yanka.
— Então qual a necessidade de você ir encontrá-la?
Diego: Eu não quero que nós dois sejamos um segredo, nem pra ela e nem pro Rodrigo.
Eu disse que queria conversar com você, pra entender melhor qual as chances que tenho de ficar com você.
Na cabeça da Yanka, ainda deve rolar o pensamento que ainda temos uma chance juntos, assim como isso rola na cabeça do Rodrigo.
Eu vou encontrá-la, mas não é pra reatar nada, mas pra colocar um ponto final na história que tivemos juntos, e deixá-la ciente sobre o meu envolvimento com você.
Ele se aproximou ainda mais de mim, envolveu a minha cintura e me olhou nos olhos.
Diego: Você já tinha o meu coração antes do que aconteceu aqui hoje Mel, eu não quero mais ninguém que não seja você.
Fui caminhando pra minha suíte sentindo vontade de sumir.
— Eu nunca mais quero olhar pra cara do Diego. Falei aos prantos, enquanto colocava as minhas coisas na mala.
Peguei dinheiro e o meu cartão de crédito e botei no bolso do meu short, peguei a mala e saí, eu estava decidida a ir embora.
Peguei o elevador, passei pela recepção e entreguei as chaves da suíte, a recepcionista ficou sem entender nada, já que cheguei lá acompanhada do chefe dela.
Saí do hotel e logo avistei um táxi.
— Me leve para o aeroporto, por favor.
O taxista guardou a minha mala, e eu entrei no táxi, voltando a chorar.
Assim que cheguei no aeroporto, o meu celular começou a tocar, eu não precisei olhar pra saber quem era, o celular tocou mais cinco vezes, até eu decidir desligá-lo.
— Já era Diego, ainda bem que você me mostrou quem era antes de eu me ferrar mais uma vez. Pensei.
Fui comprar a minha passagem, e graças a Deus consegui pra uma hora depois.
Durante o meu voo de volta pra casa, fiquei pensando no quanto eu tinha o dedo podre pra homens.
"Será que nunca vou encontrar alguém que me respeite e me trate da forma como eu mereço?"
Pensei, tentando controlar minhas lágrimas.
Quando cheguei no meu apartamento, já era quase 22:00.
Coloquei a mala no meu quarto, e deitei na cama, e mais uma vez, ela foi quem acolheu o meu choro.
Eu chorei tanto, que acabei pegando no sono, ainda com a roupa no corpo, eu não sei que horas apaguei, mas quando acordei, já passava das 08:00 e eu dei um pulo da cama, sentindo a minha cabeça estourar de dor, achando que estava atrasada pro trabalho, mas lembrei que ainda era domingo, e que eu poderia estar em Salvador, isso se não fosse o fato do Diego ser mais um babaca na minha vida.
— Que falta de sorte a minha.
Pensei.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A filha do meu padrasto