Quando eu já estava vestida, ele apareceu, e me encarou, e eu tentei desviar o meu olhar do dele.
Rodrigo: Você não vai me dar uma resposta?
— Eu não tenho o que responder, eu não confio em você, e eu não vou ficar com alguém em quem não confio.
Rodrigo: Então isso foi só sexo pra você?
Eu passei de namorado, noivo, pra alguém que só te dá prazer?
Eu tive que encará-lo depois de ouvir isso dele.
— O prazer foi mútuo não foi? Então você não tem do que reclamar.
Rodrigo: Você disse que iria tirar todas as minhas dúvidas, então você não pode ir embora sem responder as minhas perguntas.
— Eu pensei que já tínhamos finalizado a conversa.
Rodrigo: Não Melissa, a conversa vai começar agora.
— Tudo bem Rodrigo, você quer conversar? vamos conversar então.
Caminhei até a sala e sentei no sofá, e ele ficou em pé, perto da parede me olhando.
— Você não vai sentar?
Rodrigo: Não, eu estou bem em pé.
Falou de forma fria.
Daí eu entendi que o assunto seria sobre o Diego, pela tensão em que ele ficou.
Rodrigo: Onde você estava ontem?
— Isso não é uma dúvida Rodrigo, isso é sobre a minha vida, e eu não devo satisfações dela pra você.
Rodrigo: Pra mim é uma dúvida, e eu peço por favor que me responda.
Eu queria terminar logo a conversa e ir embora, então eu decidi responder.
— Eu estava em Salvador.
Rodrigo: Com o Diego?
— Sim, com o Diego.
Eu olhei pras mãos dele, e estavam fechadas, logo eu percebi o quanto ele estava se controlando pra não explodir.
Rodrigo: Vocês dois transaram?
Perguntou com a respiração descompassada.
— E isso é relevante?
Rodrigo: Por favor Melissa, responde a porra da minha pergunta.
— Fala direito comigo Rodrigo, se você não quiser que eu suma daqui.
Rodrigo: Só me responde, por favor.
— Sim, nós transamos.
Eu mal terminei de falar, e ele esmurrou a parede.
Rodrigo: Porraaaaa! Que porra Melissa!
Falou aos gritos.
— Ah, já chega, eu vou embora.
Rodrigo: Vai lá, pode ir dar a porra da tua buceta pra aquele filho da puta.
Você tá pior do que uma vadia, dando pra um e pra outro, caralho.
Ele ficou literalmente transtornado, mas eu não tive medo, muito pelo contrário, a raiva me consumiu de uma forma inexplicável.
Eu caminhei até ele, de forma firme e o encarei.
Você vai ver só o que é ser uma vadia.
Eu dei as costas pra ele e saí correndo em direção ao meu carro, mas ele me alcançou, e eu comecei a bater nele, inconsolável, me sentindo a pior das mulheres por ter transado com ele, mesmo sabendo que ele não era mais o meu Rodrigo, ele era apenas um estranho sem um pingo de caráter.
— Me larga agora, Rodrigo.
Rodrigo: Melissa, para de me bater e me escuta.
— Eu já escutei o suficiente, agora por favor, me deixa ir embora.
Rodrigo: Eu realmente não sinto nada por ela, eu...
— Cala a boca Rodrigo, cala a porra dessa boca, eu não acredito mais em nada do que você fala, e se você não me soltar agora eu vou começar a gritar, até alguém me ouvir e chamar a polícia.
Ele finalmente me soltou.
Eu abri a porta do carro, e as minhas chaves estavam na ignição.
Eu baixei o vidro e mandei ele abrir o portão.
Ele abriu, mesmo contra a vontade dele.
Quando eu estava saindo, eu parei o carro e o encarei com toda a raiva existente em mim.
Rodrigo: O que você quis dizer quando falou que eu iria ver o que é ser uma vadia?
— É só esperar, você vai ver.
Eu arranquei com o carro, e desabei, eu estava literalmente destruída, da mesma forma que eu fiquei a três meses atrás, e o pior era que dessa vez eu tive uma opção, dessa vez eu tive uma escolha, e eu escolhi me machucar mais uma vez.
Quando eu cheguei no meu apartamento, eu fui direto pro meu quarto, deitei na cama, e me vi caindo mais uma vez no buraco em que eu já havia saído.
A pior coisa do mundo, é você se sentir dependente de alguém, como se não existisse nada além daquela pessoa pra fazer você feliz.
No meu caso, eu sabia que o Rodrigo não era o único cara existente no mundo, mas era o único que eu amava, e se eu não encontrasse um jeito de matar aquele amor dentro de mim, ele me mataria.
Há três meses, eu estava naquela mesma cama, sendo acalentada pelos meus pais, repetindo pra mim mesma que eu iria sobreviver, mas dessa vez, eu não tinha tanta certeza disso, eu não sabia mais se viver, era a melhor opção.

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