RODRIGO
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Eu acabei pegando no sono e acordei com a campanhia tocando duas vezes, o que me deixou em alerta, pois podia ser a Yanka outra vez.
Coloquei uma bermuda e fui caminhando até o jardim, e abri a porta.
Assim que vi que se tratava da Melissa, eu me surpreendi, eu nunca imaginei que ela pudesse ir até a minha casa depois do que aconteceu.
Quando perguntei o que ela fazia na minha porta, ela não respondeu, apenas disse que o meu rosto estava horrível e perguntou se podia entrar.
Quando ela entrou, eu pedi as chaves do carro pra guardar, alegando que não era bom ele ficar pelo lado de fora.
Ela me deu as chaves e eu coloquei o carro dela pra dentro, enquanto eu pensava no motivo que levou ela até minha casa, e provavelmente fosse por conta da confusão que causei em frente ao prédio dela.
Vê-la parada me observando, me fez lembrar dos velhos tempos, e eu senti um aperto no peito por não tê-la mais comigo, de não poder mais chamá-la de minha.
Quando eu desci do carro, eu a olhei.
Ela não parecia ter ido até mim pra brigar, o que era estranho, depois do que eu e aquele filho da puta fizemos.
Eu a queria de volta, e praticamente implorei pra ela não jogar o nosso relacionamento fora, se baseando em único erro.
Mas ela jogou na minha cara que não era apenas um erro, e sim um conjunto de coisas que eu sabia que eu realmente havia feito, e que a casa também foi algo que fiz pra encobrir a minha traição.
Ela tinha razão, essa culpa era minha, e não dela.
Eu tentei explicar pra ela o quanto eu lutei pra fazer a coisa certa, e quanto ela perguntou o porquê eu não fiz, eu tive que contar sobre as inúmeras vezes em que a Yanka se insinuou pra mim, fazendo eu ir até o meu limite, e que nem conversar com a minha mãe adiantou, e também falei sobre a casa, pois eu a comprei na tentativa de fugir da Yanka e tentar salvar o nosso relacionamento e não pra esconder nada dela.
Foi então que ela falou que mesmo assim eu escondi, e que eu havia destruído o coração dela e que ela não se via em um relacionamento que não houvesse respeito e valorização pela mulher que ela era.
As lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela, e eu sabia o quanto ela estava ferida.

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