YANKA
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Eu estava no meu apartamento, me mudei logo depois do Rodrigo ser preso, e eu definitivamente não estava bem.
Vi todos vivendo suas vidas normalmente, às vezes conversava com a Melissa e o Diego, e parecia que ela já estava bem melhor, o meu pai sempre estava me perguntando como eu estava, e eu apenas dizia que estava me recuperando, mas na verdade, eu me afundava cada vez mais.
Nos primeiros dias, eu achei que eu estivesse acabado de conquistar o direito de viver a minha vida da forma como eu quisesse, que eu iria enfim poder provar o gostinho da liberdade que antes o Rodrigo me privava de ter, mas com o passar do tempo, eu passei a sentir saudades dele, e isso se intensificou ainda mais, quando passei a receber ligações dele diariamente.
Eu não conseguia falar nada, ficava apenas ouvindo a voz dele chamando pelo meu nome, pedindo pra ouvi-lo, e eu vivia em guerra comigo mesma na luta pra não respondê-lo.
Eu e o meu pai decidimos que eu deveria focar nos meus estudos, e ele desistiu da ideia de eu trabalhar com ele, nesse período eu refiz o vestibular e após esse período de férias acabar, eu iria iniciar no curso de turismo, que era o que quis fazer desde o início.
Enquanto eu não começava a estudar, estava tentando me adaptar à vida que eu estava vivendo, da maneira menos dolorosa possível.
Eu já havia decidido que eu teria uma conversa com a Laura sobre as ligações frequentes do Rodrigo, ela era a única que poderia me ajudar com isso, apesar de ela já ter nos dito que o Rodrigo precisava sentir a dor da perda pra se endireitar, mas todos nós sabiamos o quanto ela estava sofrendo por dentro por não ir visitá-lo.
Eu queria um amor como o da Laura e do meu pai, cuja as circunstâncias, as dificuldades não fizeram com que eles soltassem a mão um do outro, eu queria um amor que sobrevesse as tempestades e permanecessem unidos.
Não era que ela preferia o meu pai ao invés do Rodrigo, o meu pai mesmo disse pra ela ir vê-lo, mas porque ela tinha a consciência de que por muito tempo passou a mão na cabeça do Rodrigo, o fazendo acreditar que ele podia fazer tudo sem ter uma consequência.
Tomei o meu café da manhã, fui pra minha sacada e liguei pra ela.
Laura: Oi Yanka, que surpresa você me ligar, tudo bem?
— Oi Laura, estou atrapalhando você?
Laura: Eu acabei de chegar no meu escritório, meu bem, mas você pode falar.
— Eu quero saber se você pode vir aqui no meu apartamento hoje, pode ser depois do seu expediente se você preferir.
Laura: Eu posso ir na hora do almoço, daí almoçamos juntas, pode ser?
— Pode, melhor ainda.

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