RODRIGO
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Quando eu acordei, já estava tudo definido na minha mente, eu só precisava pedir desculpas para a Melissa e ir embora.
O caminho até o apartamento dela pareceu mais longo do que realmente era, cada passo que eu dava carregava o peso de tudo o que eu vivi, tudo o que eu perdi e tudo o que eu precisava me tornar.
Durante o tempo que passei preso, a Melissa foi uma lembrança constante, não porque eu ainda a amasse, mas porque, no fundo, eu sabia que havia deixado marcas profundas nela. Eu precisava pedir perdão olhando nos olhos dela, não bastava uma carta, eu devia isso a ela e a mim mesmo.
Quando o porteiro avisou que eu estava autorizado a subir, meu coração deu um salto. Eu respirei fundo, encostei a testa no elevador e pedi a Deus que me desse forças. Eu não sabia exatamente o que me esperava, mas sabia que não podia voltar atrás.
Eu bati na porta, e ela abriu, e por um segundo eu achei que o meu coração fosse parar.
Ela continuava linda, mas era mais do que isso. Era como se o tempo tivesse congelado, e tudo o que havíamos vivido se derramasse sobre mim de uma só vez.
Aquele olhar que antes me desarmava, aquele silêncio que dizia tanto, tudo voltou com uma força absurda.
Eu não consegui dizer nada logo de cara. Minha garganta travou.
"Melissa... Posso entrar?"
E foi tudo o que consegui murmurar.
Ela deixou.

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