RODRIGO
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A semana passou se arrastando, e eu estava aliviado que a sexta-feira havia enfim chegado, e finalmente eu iria tirar um mês de descanso.
Além de muito trabalho, eu passei cada dia da semana evitando a Yanka.
Depois que deixei ela plantada sozinha no outro dia, me dei conta que eu a beijaria a qualquer momento que a visse na minha frente, então o melhor seria não vê-la.
Passei a não tomar café da manhã em casa, saía sempre bem cedo, e depois do trabalho optava por comer no restaurante que ficava em frente a minha empresa, e chegava em casa sempre bem tarde.
Algumas vezes ao longo da semana, escutei músicas vindo do quarto dela, eram letras tristes que me faziam questionar se o motivo seria eu.
Algumas vezes também, fiquei parado em frente a porta dela, lutando contra mim mesmo para não abrir a porta e fodê-la.
Eu estava com saudades.
Era uma saudade inexplicável.
Eu passei a pensar mais nela, do que na Melissa.
Era absurdo, eu sei, mas eu não conseguia evitar.
Talvez o fato de ter falado poucas vezes com a Melissa durante esses dias por conta do meu trabalho e das provas dela, tivesse feito com que eu não pensasse nela com tanta frequência.
Eu teria o mês inteiro para melhorar as coisas na minha vida.
Interrompi os meus pensamentos quando o Demétrio entrou na minha sala.
Demétrio: É hoje em cara? Está preparado pra passar o mês inteirinho trepando com a Melissa? Será que o teu pau aguenta? Perguntou rindo.
— Eu já te mandei tomar no cú hoje, Demétrio?
Ele gargalhou alto.
Demétrio: Agora falando sério cara, pode ficar tranquilo, nossa equipe já está completa, já tem gente no meu lugar, e essa cadeira aí que tu está sentado, agora é minha. Poderia se levantar por favor?
Olhei para o Demétrio querendo matá-lo, mas no fundo eu estava orgulhoso do trabalho que ele havia feito ao longo da semana.
Realmente tudo estava em ordem, e eu podia ir em paz.
— Antes de me levantar daqui, eu tenho uma condição. Escute com atenção.
O Demétrio olhou para mim atento.
— Nada de trepar com a recepcionista na minha mesa, pois ela foi muito cara.
O Demétrio arregalou os olhos, e eu não pude evitar o estrondo que foi minha risada.
Ele não estava esperando por isso, pois ele não fazia ideia que eu sabia que ele estava trepando com a Lara, a minha recepcionista.
Todas as vezes que eu ia fazer minhas refeições no restaurante em frente a empresa, eu passei a prestar atenção nos movimentos de quem entrava e saía dela.
Não foi diferente com o Demétrio e a Lara.
Primeiro ela saía, andava até próximo a esquina, e sentava na parada do ônibus, que ficava na mesma calçada da entrada da empresa.
Alguns minutos depois, o Demétrio saía com o carro de dentro da garagem, passava em frente a parada e ela subia no carro dele.
— Boa noite a todos.
Laura: Filho, que bom ver você cedo em casa, se sente para comer.
— Agora não, mãe, preciso de um banho primeiro.
Laura: Depois você toma Rodrigo, coma com sua mãe.
Não dava pra debater com minha mãe em pleno jantar, então sentei.
Pyter: E aí Rodrigo, tudo certo para você conhecer as opções de casas amanhã?
— Com certeza, Pyter.
O Pyter foi a única pessoa que tive contato frequente ao longo daquela semana.
Ele tinha conseguido algumas casas pra que eu pudesse olhar no final de semana.
— Eu estou bastante ansioso.
Laura: Você já falou com a Melissa sobre isso?
— Ainda não mãe, quero fazer uma surpresa.
Olhei para a Yanka que estava me encarando na hora com olhar de reprovação, mas não consegui sustentar meu olhar, aquilo era demais pra mim.
Pyter: Todas as casas são lindas e amplas Rodrigo, tenho certeza que será difícil escolher uma.
— Tenho certeza que sim.

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