Acordei com batidas na porta, achei estranho, pois as únicas pessoas que andavam na minha casa, eram a Rayssa e o Rodrigo, e os dois tinham cópias da minha chave, achei mais estranho ainda que o interfone não tocou, pois se fossem pessoas desconhecidas, o porteiro teria me avisado, quando olhei no relógio ainda eram 06:30 da manhã.
— Quem será a essa hora meu Deus?
Levantei igual uma lesma, morrendo de preguiça.
A pessoa insistiu em bater.
— Estou indo. Gritei.
Quando abri a porta, nem acreditei no que eu estava vendo, era a minha mãe e o meu pai, com malas.
"Surpresa" eles disseram.
Fiquei parada olhando pra eles, sem nenhuma reação.
Pai: Que cara é essa filha? Não está feliz em nos ver?
— Claro que sim papai, eu só não estava esperando.
Mãe: É por isso que se chama surpresa filha.
Falou ela enquanto me abraçava.
Quando fui abraçar meu pai, ele quase não me soltava mais.
Pai: Eu estava morrendo de saudades, minha pequena.
Ali eu pude notar o quanto eu sentia falta daquele abraço.
— Entrem, me desculpem por não ter nada preparado pra vocês, mas vou dar um jeito nisso. Falei levando as malas deles pro quarto de visitas.
Mãe: Não se preocupe filha, vou invadir sua cozinha e preparar algo pra gente merendar.
Quando ela abriu a geladeira, só encontrou a marmita que a Ray deixou na noites anterior, e ao abrir os armários só encontrou macarrão instantâneo.
Mãe: Melissa Linhares, não me diga que você passa a semana comendo porcarias?
Pai: Eita, já começou.
Meu pai falou olhando pra mim e rindo.
Meu pai sempre foi mais divertido que a minha mãe.
Na nossa família, ela era o macho da casa.
Já a minha sogra só viu os meus pais uma vez, quando viajou comigo e com o Rodrigo pra conhecê-los.
Chegando no mercado, minha mãe colocou tanta coisa no carrinho que eu não sabia nem onde iria caber tanta comida no meu armário.
— Mãe, isso tudo vai estragar, eu não preciso de tudo isso.
Mãe: Vamos passar o mês com você minha filha, então estou levando comida pra três.
"Como assim o mês todo? E minhas férias com o Rodrigo?"... Pensei.
Fiquei desperada, mas tentei disfarçar.
Eu amava os meus pais, mas eu queria curtir minhas férias, poxa.
Quando chegamos em casa, peguei o celular e liguei pro Rodrigo, mas ele não me atendeu.
Tentei mais três vezes, e de novo não obtive sucesso.
— E vamos de novo voltar pro início? Que diabos o Rodrigo tá fazendo que não me atende? Virou costume agora? Falei já irritada.
Ótima maneira de iniciar minhas férias. Falei pra mim mesma.

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