YANKA
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Nada estava saindo como eu havia planejado, eu não viajei para Fortaleza pensando em conhecer alguém, pra namorar alguém ou me apaixonar por alguém.
Eu fui pensando no meu futuro e nas enormes oportunidades que eu teria na cidade.
Quando eu vi o Rodrigo pela primeira vez, eu só olhei a cascata, e eu nunca imaginei que um dia eu pudesse querer conhecer o que ele tinha por dentro.
Tudo o que eu vivi até aquele momento foi superficial.
A minha vida era superficial, as minhas amizades eram superficiais, todo tipo de pessoas que eu conheci eram superficiais, então quando eu entrei nessa aventura de mexer com os sentimentos do Rodrigo eu pude entender que o amor jamais poderia ser superficial.
Pois tudo o que era superficial perdia o sentido com o tempo, mas com o Rodrigo tudo só se intensificou.
Será que era tão errado assim querer salvar a si mesma?
Será que era tão errado assim, lutar por um amor que pertencia a outra pessoa?
Será que era tão errado assim, querer viver uma história que eu nunca fui capaz de viver antes?
Eram muitas perguntas que eu me recusava a escutar a resposta.
Me recusava, porque eu sabia o quanto era errado, mas não sabia afirmar isso para mim mesma.
Me recusei, porque eu entrei nessa sabendo que ele era comprometido, e mesmo assim podendo fugir eu escolhi ficar.
Eu sabia que eu era bonita e poderia ter qualquer homem aos meus pés, mas eu entendi que a gente não escolhe por quem a gente vai se apaixonar.
Para algumas pessoas poderia até ser uma escolha, mas não pra mim.
Talvez tenha sido a minha teimosia que me levou até aquele momento.
A minha teimosia em pensar que tudo estava no meu controle.
Eu pensava assim, até perder o controle sobre as minhas próprias lágrimas.
Talvez com o Rodrigo fora de casa eu pudesse finalmente ter a minha vida de volta.
Uma vida em que homem nenhum pudesse manipular os meus sentimentos ou bagunçar a minha mente.
Depois de quase me beijar e me deixar plantada, eu não o vi mais.
A semana passou diante dos meus olhos e eu agi como um verdadeiro robô.
Eu estava no modo automático, programada só pra viver, e esperando o momento em que ele entrasse pela porta e me tirarasse daquele buraco.
Mas os dias foram passando e isso não aconteceu.
Então eu procurei um subterfúgio para fugir da minha mente, e na tentativa de não escutá-la, passei a ouvir músicas.
Algumas vezes eu olhava para a porta do meu quarto e via uma sombra por debaixo dela, mas poderia ser somente coisa da minha mente na tentativa de me enganar.

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