Eu ainda não sabia o que o Diego estava pretendendo fazer, mas eu tinha confiança que ele faria o melhor por nós dois.
Já era meio dia quando saímos da cachoeira e fomos almoçar.
Da porta já dava pra sentir o cheiro da comida que estava maravilhoso.
— Que cheiro gostoso, Maria.
Maria: Sente-se Yanka, hoje você vai provar a melhor galinha caipira da sua vida.
Diego: Isso é verdade, até hoje não encontrei alguém que fizesse melhor.
Todos rimos.
Quando fui servida e coloquei a comida na boca, eu tive que concordar com eles, a galinha estava divina, e é claro que já tinha comido galinha caipira antes, mas nada se comparava com a da Maria.
— Vocês desculpem a minha gula, mais eu vou repetir esse prato.
Todos rimos novamente.
Depois do almoço, aproveitamos a ausência do sol e fomos pro lago andar de pedalinho, e eu estava me sentindo completamente leve, como se um peso estivesse sido tirado das minhas costas.
O Diego parou no meio do lago pra gente conversar.
Diego: Sabe o que te falei de todos nós termos bagagens?
— Sim...
Diego: Assim como você, eu não quero levar a minha pro que vamos construir de agora em diante.
Então eu vou falar tudo o que você precisa saber.
É claro que com um tempo você vai me conhecer melhor, mas tem coisas que você precisa saber de imediato.
— Tudo bem
Diego: Como você sabe, eu sou o único herdeiro do meu pai, mas ele tinha mais dois sócios, e quando o meu pai morreu, esses sócios se tornaram meus sócios.
Um desses sócios tem uma filha que é um ano mais velha do que eu, e foi com ela que iniciei um relacionamento.
No dia que saímos pela primeira vez você me disse que eu teria que me relacionar com alguém que é do mesmo meio que eu, que pudesse entender o motivos das minhas viagens, mas ela não entendia, pois ela sempre me falou que a ausência nos impedia de criar laços profundos, que minhas viagens impediam que eu participasse de coisas importantes da vida dela.
O que de fato não era uma mentira, pois quando existe problemas em um hotel, eu tenho que largar tudo o que estou fazendo no momento e ir resolver esse problema.
E certa vez isso aconteceu no aniversário dela, e eu tive que vim exatamente pra cá, pra Fortaleza, e foi isso que levou ela a terminar comigo.
— E onde ela mora?
Diego: Em Salvador.
— Exatamente onde você estava a dias atrás.
Diego: Sim, e foi por isso que eu quis te levar, pois depois do término, toda vez que preciso ir para Salvador, ela tenta ficar comigo, e quando digo pra ela que não tem lógica a gente se envolver depois que ela terminou comigo, ela diz que terminou comigo porque não queria ficar presa a alguém que está sempre ausente, e que pelo menos ela podia sair com outras pessoas sem ser cobrada por isso.
O problema é que ela sabe que tenho sentimentos por ela, e usa isso pra conseguir aquilo que quer, e assim como você, eu luto pra não ceder, mas as vezes acabo cedendo.
— E essa última vez que você foi, você cedeu?
Diego: Sim, eu cedi, e isso não teria acontecido se você estivesse comigo, e eu não estou dizendo que a culpa é sua, eu só estou dizendo que eu também preciso de apoio pra sair dessa.
Eu sou um cara bacana Yanka, e também sou compreensivo.
Eu acredito que a mentira tem mais peso que o ato de ceder.
Porque tem sentimentos que a gente não consegue controlar, mas a gente pode escolher falar a verdade ou não.
Eu quero ser a pessoa que você vai ligar em momentos de desespero e dizer: Diego, acabou de acontecer isso, e eu não sei como resolver.
Eu não quero ser a pessoa que cobra, eu quero ser a pessoa que recebe a sua confiança, sem eu precisar está pedindo por isso.
— Então você está me dizendo que ao assumirmos um compromisso, você não vai me julgar por ceder, e sim por eu não te falar que cedi?

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