MELISSA
.
.
Já se passaram dois dias desde que eu e Rodrigo brigamos.
Eu sempre fui muito controlada quanto aos meus ciúmes, mas aquela situação me tirou dos eixos.
Tudo bem que a casa era da mãe dele, mas custava ele colocar um limite?
Quem aquela garota estava pensando que era para ficar daquele jeito, tão à vontade na casa dos outros?
Confesso que esses dois dias foram infernais pra mim, eu estava no modo automático.
Ainda não tinha decidido se ligaria para o Rodrigo pra tentar achar uma solução pra tudo aquilo, ele já tinha deixado bem claro que as regras não eram dele.
O que eu poderia fazer além de aceitar?
Nosso namoro nunca passou por nenhuma turbulência, e sempre fomos muito compreensíveis um com o outro, sem cobranças ou questionamentos.
Era definitivamente um relacionamento saudável, até aquela garota chegar.
— Que grande bosta, sempre que penso nela vestindo aquele palmo de saia, minha raiva aumenta, ninguém merece acordar já pensando nisso. Resmunguei.
Fui para o trabalho na força do ódio, tudo o que tinha acontecido alterou o meu humor completamente. Na hora do meu almoço o meu celular tocou.
Era o Rodrigo, que já tinha tentado falar comigo nos últimos dois dias, e eu desde então o ignorei, mas daquela vez, resolvi atendê-lo, eu sabia que aquela briga já tinha ido longe demais, porém eu ainda estava com muita raiva.
— Oi, Rodrigo.
Rodrigo: Bom dia Melissa, como você está? Até que enfim decidiu me atender.
— Como você acha que eu estou?
Rodrigo: Pelo tom da sua voz, acredito que ainda esteja bem chateada.
— Sim, estou.
Rodrigo: Posso ir te ver hoje?
— Hoje não, ainda não.
Rodrigo: Caramba Melissa, você está tornando tudo mais difícil, sabia? Estou tentando me entender com você.
— E eu estou te falando que não quero isso agora Rodrigo. Olha eu ainda não estou bem, e a gente se encontrar nessas condições só vai fazer a gente brigar ainda mais.
Quando a raiva que eu estou sentindo passar, eu te procuro.
Rodrigo: Dois dias deveriam ser o bastante.
— Não é você quem decide isso.
Rodrigo: Tá bom então. Só queria te pedir uma coisa.
— O quê?
Rodrigo: Liga para a minha mãe que ela está querendo falar com você.
Vou desligar agora, se cuida.
Desligou sem nem me explicar o que a Laura queria comigo.
O Rodrigo tinha a péssima mania de fugir de conversas que não eram convenientes para ele.
Ela falando que o meu namorado não estava em casa, para eu voltar depois.
— Que ódio.
Cheguei na casa do Rodrigo, e fui atendida por ele, que parecia não entender o que eu estava fazendo lá.
Rodrigo: Melissa?
— Vim pra falar com sua mãe.
Respondi friamente.
Rodrigo: Entra, ela está lá no escritório.
Entrei e não vi aquela garota.
O Rodrigo me pegou, e me encostou na porta, prendendo o meu corpo no dele.
Ele me olhou com os olhos cheios de saudades, pegou uma mecha do meu cabelo e colocou por trás da minha orelha, e me beijou.
Foi um beijo bem demorado, que eu não quis interromper por nenhum minuto.
Até que ele me soltou, e eu levei alguns segundos pra abrir os olhos.
Rodrigo: Eu estou com muitas saudades de você Melissa, eu não sei o que minha mãe quer conversar com você, mas independente de qualquer coisa, preciso que você lembre que esse relacionamento só envolve eu e você.
E que se tiver algo que deixe você triste, você deve conversar comigo pra juntos tentarmos resolver como sempre fizemos. Essa coisa toda de ficar me evitando não está fazendo bem para o nosso relacionamento.
Então por favor, quando essa conversa com a minha mãe acabar, suba pro meu quarto pra gente tentar resolver isso.
— Tudo bem.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A filha do meu padrasto