CAPÍTULO 120
Katylleen Caruso
Nervosa é muito pouco para expressar o que estava sentindo. Quando adentrei naquela pequena igreja, senti falta da minha mãe, olhei para o lugar vazio do lado esquerdo, que era onde certamente estaria, e tentei sorrir para o homem tão bonito ao meu lado, que segurava no meu braço... Alex, o meu querido irmão que me deu um beijo e me entregou ao Peter, que hoje parecia mais sério que o comum.
Notei que Laura cochichou com o Alex, mas logo voltei a olhar para o altar, porém a mão fria do Peter me fez olhá-lo por um momento, me trazendo um pouco de receio, “porque ele parecia tão nervoso?“
O meu corpo todo ficou ainda mais trêmulo, comecei a suar frio. Peter não me dirigiu a palavra, não olhou pra mim, me senti perdida.
Ele só repetiu as palavras que eram obrigatórias para a cerimônia, mas suas palavras eram duras, frias...
Quando terminou, esperei por um beijo “daqueles”, mas Peter me beijou muito diferente. Se não o tivesse beijado outras vezes, não diria que era o mesmo homem, foi frio e rápido.
Quando olhei pra ele, desviou o olhar, e precisei disfarçar a minha frustração, sorrindo falsamente para as pessoas e aproveitando a festa. Afinal, na máfia italiana as mulheres devem ser submissas e sempre sorrir. Pelo menos hoje não faria o oposto, não sem saber os motivos dele.
Esse momento foi bom, conheci pessoas, me distraí conversando com parentes da Laura e tentei fingir para mim mesma que estava tudo bem.
As fotos obrigaram o Peter a ficar perto de mim, mas não era o que eu queria, ele estava bem melhor nesses últimos dois dias, e agora parece que aconteceu algo e tudo desandou.
Quando tudo terminou, Laura se aproximou e disse:
— Coloquei algumas garrafas de vinho no carro de vocês. Caso ele fique com essa cara, você o faça beber para relaxar. Caso seja você o problema, então beba, são de ótima qualidade! — sorri.
— Você é rápida... percebeu o semblante dele.
— Sim. Mas olha, com as lingeries que compramos, é só você usar diariamente e ele não vai resistir. Se for preciso use de dia e de noite, o enlouqueça Katy! Sei que gosta dele, sei que consegue.
— E, se nada funcionar? — engoli seco.
— Nesse caso se lembre do que ensinei durante a semana. Defesa pessoal e ataque. Em último caso ataque as garrafas de vinho na cabeça dele! — gargalhou. — Essa seria a minha parte favorita!
— Certo, vou me lembrar! — acabei sorrindo com a Laura. Agora entendo porquê o Alex a ama tanto.
(...)
— Vamos? — quando Peter me chamou, senti o meu corpo arrepiar da cabeça aos pés.
— Sim. — me despedi dos convidados que ainda estavam presentes e percebi que ele saiu andando na frente, não segurou na minha mão, e eu o segui.
O percurso no carro estava silencioso, eu evitei de perguntar qualquer coisa, deixaria para conversar em casa, já que não sairíamos para a lua de mel.
Quando chegamos vi as garrafas de vinho, fiz questão de tirar do carro.
— Está tudo bem? — perguntei assim que entramos na cozinha, e estranhei a fechadura da porta quebrada, antes não estava.
— Foi o Alex! — me respondeu sem que eu perguntasse e logo começou a procurar por algo.
— O que está procurando? E, porquê o Alex quebrou a nossa fechadura? — me ignorou. — Peter!
— Hum? É, meu celular. — respondeu uma das perguntas, e me ignorou.
Esse percurso não estava funcionando, decidi mudar de tática. Fui bem perto dele e fiquei de costas.
— Abre o meu vestido? Está me apertando. — ele parou por um momento, parecia pensar.
Quando pensei que ele me ignoraria de novo, senti as suas mãos frias abrindo as amarras do meu vestido, e confesso que foi bom.
Quando tirou as mãos de mim, deixei o vestido cair, e pisei em cima, ficando apenas de calcinha e sutiã branco na frente dele, me virei.
Eu vi que me olhou inteira, aquele olhar me desestabilizou, acabei sentando numa cadeira.

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