CAPÍTULO 130
Peter Marino
A Katy não me entende, e acho que nem irá. Não sou o homem que ela pensava ou quisesse, Robert ferrou com a vida dela.
Encostei meu corpo no seu corpo nu, praticamente em cima do meu. Enquanto ela dorme, meus demônios não me atormentam, e sinto que posso ter alguns momentos de prazer, pois não me sinto culpado durante seu sono, é como se eu não pudesse machucá-la, e não digo apenas fisicamente, pois a minha cabeça fodida pode muito bem fazer um estrago na sua mente de anjo... “anjo ou demonia?“ — já não sei exatamente, essa mulher me fascina.
Busco pelo sono, mas ele não vem. Não quero deitar no tapete e ficar longe da sua pele outra vez, já que o meu melhor momento é o da noite.
Olho para o meu corpo e tantas lembranças me atormentam. Se eu dissesse a ela como odeio algemas e que facilmente destruiria uma se outra pessoa o fizesse, ela não acreditaria. Por tantas vezes vi as mesmas marcas das minhas, nos pulsos da minha mãe, e outras vezes elas eram bem piores, fazendo feridas abertas, mas ela nunca me deixou chegar perto, sabia que eu destruiria e algo pior poderia acontecer... “agora eu te entendo, mãe”.
Não posso deixar a Katy voltar a usar isso em mim, vai me trazer lembranças piores, só eu sei como me senti em momentos de distração, poucos momentos, mas existiram.
Levantei com cuidado, a encostei no travesseiro e peguei aquelas porcarias para levar para longe, explodiria, enterraria, não sabia ao certo. Porém, quando olhei pra elas no jardim, já era de manhã, e as novas lembranças que vivi com as algemas, me tiraram um sorriso, então eu mesmo bati na minha cara.
“Está maluco, Peter?“
Peguei novamente, e imagens da Katy sobre mim não me deixaram continuar, então com raiva eu voltei para dentro de casa, e procurei um lugar para esconder, não queria olhar para aquilo.
Voltei no quarto e ao olhar pra ela descoberta e praticamente de bruços, agora... eu me ajoelhei ao seu lado, e com muito cuidado levei a mão até a sua cintura, sentindo a textura da sua pele devagar, foi como levar um choque lentamente, sem querer que o choque acabasse.
Escorreguei a mão na sua bunda, “caralho! Que mulher perfeita!“ “Será que posso gostar tanto de uma mulher?“ “Seria indigno, também?“
Pensando assim, a soltei. Deitei no chão, só assim a minha mente me deixaria em paz, sinto que é o meu lugar, já que Katy não quer que eu durma no outro quarto.
Quando abri os olhos, levei um susto com a Katy deitada ao meu lado.
— Porquê está no chão? — perguntei e sentei apressado.
— Pensei que tivesse sido clara, que eu dormiria onde você dormisse.
— Por Deus, Katy. Você precisa dormir direito, descansar, ficar confortável! — fui levantando e a segurei no colo, tentando desviar os olhos do seu corpo, quando a joguei na cama.
— E, você não? Me diga porquê você acha que não é digno, Peter? — parei um momento.
— Não é isso. Só me sinto melhor no chão, durmo mais rápido.
— Não é verdade.
— Katy, por favor, vista uma roupa.
— Porque?
— Você sabe o motivo, não me complica mais, sim? E, também já vou sair, vou falar com o Alex, quero o meu celular.
Peguei uma camisa de manga longa, para cobrir as marcas.
— Está bem, vou fazer almoço.


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