CAPÍTULO 76
Laura Strondda
As vezes o silêncio fala mais do que palavras. Foi assim que permaneci enquanto olhava ele lavar o meu corpo, e aproveitei para tentar esquecer de tudo que me angustiava. Não estou assim porque tenho medo, mas porquê sei da vergonha que causei, ainda não sei como vou olhar nos olhos do meu pai e do meu irmão amanhã, prefiro descobrir na hora.
Não posso dizer que confio de olhos fechados nesse Siciliano, mas hoje sei que pelo menos posso dormir tranquilamente, ele não me fará mal, tenho certeza.
— Sua perna já está boa, né? — perguntei.
— Sim, praticamente curada. Não adiantou nada tentar me matar, depois ainda precisou me ajudar a curar-se. — ele brincou e joguei água no seu rosto.
— Pelo menos agora sabe o que posso fazer caso precise.
— Vou me comportar, não vai precisar! — me roubou um beijo.
Eu também lavei o seu corpo, percebi como fechou os olhos, tentando descansar.
Nos enxugamos, Alex penteou os meus cabelos e então deitamos sem roupa na cama. O sono não veio tão cedo, mas as suas carícias me fizeram relaxar, embora eu tenha ouvido que o Peter voltou a ligar e ainda não havia encontrado aquela maldita, que tentou arruinar a nossa vida, ainda sei que o dia dela vai chegar, hoje estou ocupada para ir atrás, mas não ficarei ocupada para sempre, vou encontrar aquela bigato de goiaba horrorosa.
O dia amanheceu, e me vesti para ir até o reduto. Alex não estava confiante, a todo o momento suspirava, demorou para se vestir, para arrumar suas armas, me olhava o tempo todo, mas não dizia nada.
— Vou até o escritório, talvez atrasaremos um pouquinho! — abriu a porta do quarto.
— O que vai fazer? — perguntei.
— Meu pai tem alguns documentos no escritório, tem alguns livros... vou estudar melhor as regras, ainda temos uma hora e meia. Pode tomar café com a Katy. — eu iria dizer que não havia nada lá que eu já não tivesse lido, eu conhecia as regras, mas quem era eu para tirar as esperanças dele? Então preferi assentir, afinal, fui instruída a isso antes de me casar, para alguma coisa deveria servir.
— Certo. — falei apenas, então ele saiu.
Fui até a mesa, e Katy estava mais corada.
— Dormiu melhor, hoje?
— Sim, o cansaço me venceu.
— Já decidiu alguma coisa?
— Ainda não. Eu queria que o Peter viesse falar comigo, sabe? Mas ele parece que não gosta de mim, onde vou, ele muda o percurso para não se aproximar, nunca vi um homem tão frio. Ele não precisa ser apenas uma sombra do Alex, ele pode conseguir um cargo bom, tem experiência e é ótimo no que faz! Mas, vive cumprindo ordens, cumprindo ordens. E, o pior, me evita como evita o diavolo!
— Meu pai escolhe quem ocupará um cargo por dois motivos: primeiro opta por quem tem honra, e segundo para quem tem experiência. Então não subestime as escolhas do Peter, ele pode estar sendo visto e nem sabemos! — Fui um pouco rude, mas por dentro sorri ao ver como se preocupa com ele.
— Tomara! Sei que ele não gosta de cumprir ordens a vida toda, ninguém gosta! Está na hora de tomar decisões por conta própria.
— Verdade. Tenha um pouco de paciência, logo ele virá falar com você. — ela ficou pensativa.
O tempo passou, e o Alex não saía daquele escritório, então resolvi bater.
— Alex! Vamos? — coloquei o pescoço para dentro, e ele estava concentrado.
— Já deu o horário?


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