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A Redenção do Ogro romance Capítulo 10

Camila Coelho

Chegamos na sua casa e ele sai ligando todas as luzes, vai direto para o bar e pega uma dose de whisky.

Eu me sento no sofá e espero. Alguém toca a campainha da porta e ele vai abrir.

Vejo Daniel na porta, a segurança que foi me buscar naquele dia em casa. O rapaz é branco de cabelos castanhos e musculoso.

-Oi Daniel!

-O Senhor vai precisar do serviço da escolta hoje ainda.

-Não… já ia mandar mensagem avisando, então porque não esperou?

-Desculpe Senhor, isso não vai mais acontecer.

Ele sai e Bernardo fecha a porta franzindo a testa, mas logo depois volta ao normal.

-Vamos subir, quero te mostrar o resto da casa.

Eu confirmo e acompanho ele até o topo da escada.

Ele abre a primeira porta.

-Esse é meu escritório.

Entro num escritório todo claro, com móveis modernos de alumínio. Há uma mesa no centro com poltronas ao redor, além de uma parede lotada de livros. Entro e passo a mão pelos volumes. A maioria deles é de medicina. Veja uma outra estante com alguns prêmios. Todos relacionados à ortopedia, e a maioria são projetos sociais, como Bianca havia me dito. Eu sorrio:

-O que é tão engraçado?! -Ele fala atrás de mim.

-O mestre é uma pessoa muito difícil de ser lida. Projetos sociais... Nunca imaginaria...

Eu olho para ele e o mesmo, suspendo uma sobrancelha.

-Só porque gosto de conforto e luxo, não quero dizer que eu não seja um cara consciente. Camila, achei que você sabia, que aparências enganavam.

-É verdade!

-Vamos... Ainda tem muito que ver.

Eu passo por ele e continuamos no corredor. Ele passa por uma porta fechada e continua… me mostra mais alguns quartos, todos de hóspedes. Chegamos no final do corredor e vejo um espaço de relaxamento. Tipo um SPA...tem uma jacuzzi enorme e um cômodo separado por paredes de vidro, que parece ser uma sauna. Janelas do teto ao chão, nos dão uma vista magnífica de um espaço cheio de árvores frutíferas e um jardim rústico. Fico ali olhando por um tempo.

-É lindo!!!

-Sim... É a minha floresta particular. Ali tem uma horta que cuido e algumas árvores frutíferas. Tem pitanga, carambola, tangerina. É bem legal!

-Isso tudo no centro de São Paulo.

-Pois é... Gosto de coisas rústicas. Lembro que quando era criança meu avô tinha uma fazenda que tinha um lugar assim… Eu subia no pé de tangerina, era muito legal.

-O que aconteceu com esse lugar?

Ele se afasta de mim e fala.

-Meu avô morreu, e minha mãe vendeu o lugar. Só quis trazer um pouco daqueles momentos, para minha casa.

-Já se tornou meu lugar favorito!

Ele ri...

-Está vendo como eu sou bonzinho? Estou compartilhando algo sagrado com você...

Comigo e com qualquer outra pessoa que conheça esse cômodo. Não é mesmo? É bem presepeiro esse meu mestre!

-Obrigada mestre! -fala ironicamente.

Ele ri e diz.

-Vamos que eu vou te mostrar o cômodo principal deste andar.

Uma porta que estava fechada.

Pelo jeito é enorme, pois só há aquela porta na parte direita do corredor. Deve ser o quarto dele, e o meu, já que ele deixou bem claro que eu não teria um quarto.

Ele abre a porta, ao mesmo tempo que eu abro a minha boca. O quê?

O cômodo é imenso, como imaginava. Uma cama com dosséis. Os móveis seguem a mesma linha que a casa toda. Modernos e claros, com toque de alumínio.

Uma mesinha redonda no canto de vidro com duas cadeiras.

Poltronas brancas espalhadas. Duas mesinhas de cabeceiros superiores, desde que tem uma iluminação própria.

No outro canto do quarto, há uma gaiola imensa dourada. Dessas clássicas para pássaros raros. Ela é toda inspirada.

A gaiola, que parece mais uma jaula para um bicho grande, é toda acolchoada, com almofadas coloridas ao redor.

Aquilo é uma cama. Acabei de descobrir, porque eu não tenho um quarto e porque ele disse, que quando se enche de suas submissas, elas dormem no chão. basicamente é isso...

Não que eu esteja assustada. Não estou, nada me surpreende neste mundo... Mesmo porque, eu já conhecia a gaiola da masmorra. A surpresa é mesmo aquilo que me deixa mais excitada do que já estava com sua presença. Sinto meus seios doloridos batendo no meu sutiã. E minha calcinha está bem molhada só em imaginar o que ele pode fazer comigo naquela gaiola.

-Entre... Quero ver como fica dentro dela…-Eu suspiro e obedeço. Abro a portinha, tiro os saltos e entro lá.

Ele continua parado de frente a gaiola com as mãos dentro do bolso.-Gostou da sua nova gaiola passarinho.

-Sim mestre!

-É aqui que irei dormir quando eu não quiser você na minha cama. Alguma objeção?

-Não mestre!

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