A Redenção do Ogro romance Capítulo 67

Camila Coelho

-Você está linda!

-Você também! -Fala Sabrina sorridente.

Estamos no casarão, mais precisamente num dos quartos que nos foi destinado para nos trocar.

Hoje acontecerá o casamento de Duda e Arthur, e o casarão foi destinado para que as matriarcas da família, as madrinhas, a noiva e mais alguns convidados se aprontassem antes da cerimônia. O casarão fica perto da igreja, então foi bem providencial.

Estou me sentindo num spa. Mais cedo aconteceu a cerimônia de rosas, que foi emocionante, como pudemos ver pelas fotos e pela alegria de Duda.

Manicures, cabeleireiros, massagistas, maquiadores, modistas e costureiras circulavam pelo ambiente ajudando a todas a se arrumarem.

Foi um dia para relaxar e estar com as pessoas que amamos. E Duda escolheu bem quem ela queria por perto.

A cor escolhida para o vestido das madrinhas era damasco, um nude puxado para o amarelo. Uma cor sóbria e que combinava com tudo. O meu vestido era composto por um corpete rendado forrado modelo regata, onde a gola ficava rente ao meu pescoço. Com um cinto de cetim que emoldurava uma saia de chiffon franzida. Era um modelo romântico e requintado. Ótimo para um casamento numa igreja luxuosa, como seria a igreja em que ela se casaria.

Já o da Sabrina também tinha um corpete rendado, só que o dela era frente única e sua saia era de cetim e cheia de fendas, que proporcionavam a visão de suas pernas ao andar. Ela estava linda com a barriguinha começando a despontar. Eu tive que mexer um pouco em seu vestido, já que seus seios tinham aumentado bem de tamanho. Ela desabrochou neste último mês e irradiava luz.

Meu cabelo estava preso num coque desarrumado e o dela estava preso numa trança embutida. Nossas maquiagens eram discretas, afinal quem tinha que chamar atenção neste dia, era a noiva.

-Está pronta para resgatar Duda? -Ela diz sorrindo.

-Muito pronta! A bichinha deve está doidinha.

Quando saímos de seu quarto ela ficou com as três matriarcas. Elas estão falando pelos cotovelos hoje. É normal, elas organizaram tudo… Dona Eleonora então, está uma pilha de nervos.

É divertido ver elas empolgadas.

E Duda está feliz, então não reclama. Ela gosta dessa atenção! Bem diferente de mim.

Pegamos a caixa que está em cima da cama e nos encaminhamos para a ala da submissa. Hoje está aberta e há muitas pessoas andando por aqui.

Logo que chegamos, vemos Duda na frente do espelho com Açucena colocando a última flor em seu cabelo. E está parecendo uma rainha!

Seu vestido de noiva é simples como a dona, mas molda seu corpo e suas curvas como ninguém, valorizando o que ela tem de mais bonito. A parte de cima é toda rendada, com o forro com decote em formato de coração. Seu vestido possui mangas 3/4 rendadas. Com um cinto de cetim bem maior que o meu. Sua saia é rodada feita de chiffon arrastando no chão.Um vestido digno para uma rainha, já que ela se casará com um rei.

No seu cabelo foi feita uma trança embutida na lateral que está decorada com muitas flores brancas. Ela não queria véu, achou que não combinava… eu concordo com ela. O significado do véu é pureza. Somos sexy, lindas, talentosas e inteligentes. Só não somos puras. Então não combinava muito mesmo.

-Você está linda!!!

-Vocês também... -ela se vira sorrindo.

-Isso porque vocês não viram a calda do vestido. Ficou deslumbrante! -Diz D. Eleonora sorrindo.

A calda... Dona Eleonora disse que vestido de noiva tem que ter calda, se não perde a graça. Então Duda deixou ela por uma calda de dois metros no seu vestido. Claro que isso não é nada prático, por isso ela só será usada na igreja e nas fotos.

-Bom meninas, vamos sair daqui em meia hora e vinte minutos depois, Duda sai. Mas antes preciso ver como estão as outras convidadas e fazer algumas ligações. Fiquem aqui com Duda.

Confirmamos com a cabeça.

D. Irene chega perto de mim e diz:

-Você acredita que Eleonora está morrendo de medo do Arthur fugir?

-Eu seguro o riso tampando a boca, mas não consigo, acabo rindo alto. -Shiuuu Camila... Não conta pra ninguém. É segredo! Pobrezinha da Duda, não queremos ela nervosa.-Eu confirmo com a cabeça. -Menina, ela trancou eles dentro da casa dela. Claro que eles não desconfiaram de nada. Imagina Arthur fugir! Se fosse o Bê eu até imaginava isso, mas o Arthur, claro que não.

-Por isso que a despedida de solteiro foi lá? -murmuro.

-Sim... Depois que todos foram embora ela trancou tudo, escondeu todas as chaves e proibiu os seguranças de deixar o Arthur sair. Só pra não correr o risco do pobre fugir.

Dessa vez eu gargalho bem alto.

Acabo chamando atenção de todos, para nós.

-O quê foi gente? -Duda pergunta.

-Nada querida! Só estou contando para Cami a última do Bernardo.

Bernardo... Eu suspiro... Vai ser a primeira vez que vamos nos encontrar desde que ele disse que ia se afastar. Ele cumpriu a promessa.

Eu só sabia notícias dele, pelas meninas. Dessa vez não proibi ninguém de falar dele. Eu gostava de participar de sua vida mesmo de longe, era bom saber que ele estava bem.

Não sei como seria o nosso encontro. Acredito que não seria muito agradável, já que eu tinha planos de estar nesta festa acompanhada.

Eu não ia aparecer num casamento de 500 convidados, com a imprensa presente, sozinha depois de quatro meses de rompimento com ele.

Eu não queria estar em sites de fofocas novamente sendo identificada como a ex do Bernardo.

Já chega os boatos que eu andava ouvindo na academia. Minha vida estava no auge da fofoca dentro da comunidade Bdsm. "Porque será que Camila não arrumou outro dominador? Logo ela que vivia com um contrato. Como uma submissa masoquista estava se virando sem contrato? Ouvi dizer que ela está depressiva porque se apaixonou pelo Bernardo... Será que ela sabe que Bernardo está saindo com Melissa? Ouvi dizer que ela recusou vários contratos."

Não é como se eu não soubesse que isso ia acontecer. Eu simplesmente desisti do Bdsm, era normal rolar fofoca. Mas eu percebi que as pessoas precisavam saber que eu estava indo em frente, para que eu pudesse estar tranquila.

E o casamento da Duda era uma boa oportunidade para isso. Por isso convidei Daniel para vir comigo, e ele topou.