Camila Coelho
A cerimônia já terminou e agora estamos no salão tirando as benditas fotos para o álbum de casamento. Elas são sempre tiradas logo no começo. Até que não foram tão cansativas quanto as de Duda. A fotógrafa dessa vez era bem original. Ela não gosta muito de poses.
Ela deixava os casais à vontade para fazerem o que quisessem. Só algumas fotos tiveram poses treinadas.
Quando ela anuncia que finalmente chegou ao fim, me encaminho para minha mesa. Dessa vez eu estou sentada com Daniel, Fernanda e Barreto. Numa mesa bem distante das mesas principais.
Bernardo está sentado com Arthur, Duda, Sr. Armando e a Sra. Eleonora.Sua família está logo sentada ao lado. E na mesa dos noivos estão os pais de Paulo.
Me sinto aliviada por ter conseguido sentar longe deles. A cerimônia foi uma sessão de tortura chinesa. Sentir o cheiro dele tão próximo a mim me fazia desejar coisas que eu não podia desejar mais. Sentir seu toque me fazia queimar.
Eu nem prestei atenção na cerimônia, só seguir o que me cabia.
Eu me sentia aérea perto dele... Fazendo um esforço danado para me controlar para que os outros não percebessem.
Eu não sabia o que havia de errado comigo. Porque eu não esquecia ele?
Nós não voltaríamos, era impossível!
Então porque meu corpo e minha mente continuavam desejando ele?
Não seria muito mais fácil se isso fosse transferido para o Daniel?
Eu precisava superar!
Meus planos ainda estavam de pé. Hoje eu e Daniel teríamos a nossa primeira noite juntos. Eu não ia desistir por causa do Bernardo... Não mesmo…
Tento me enturmar com a conversa deles na mesa, quando Daniel diz no meu ouvido, beijando o meu pescoço em seguida.
-Eu sei que é pedir muito, mas será que sua amiga nos liberava mais cedo?
-Não está gostando da festa?
-Sim... Estou... Mas amanhã eu viajo cedo para uma missão. Gostaria de ficar um tempo a sós com você.
Pois é…
Ele ficaria um mês fora, acompanhando um associado do Grupo Albuquerque numa missão na África.
Eu também queria passar um tempo com ele, mas a Sabrina ficaria chateada se eu saísse da festa mais cedo. Afinal eu era a madrinha.
-Eu não posso Daniel... Eu prometi a ela…
-Em ficar ao seu lado nesse dia... Saquei... -Ele completa.
-Mas podemos ir depois da dança da noiva. Segundo a cerimonialista está marcada para às 11 h.
Ele sorri e não fala mais nada.
Pra quem vai sair de madrugada para pegar um vôo, isso é muito tarde, já que estamos a uma hora longe da minha casa.
Mas não vou fazer isso com Sabrina.
"Será que você está fazendo isso por Sabrina mesmo? Ou está revendo os seus planos para hoje a noite?"- minha consciência me pergunta.
Eu não sei.
Eu suspiro retirando essas coisas da minha cabeça. Eu preciso ir em frente…
Preciso!
********
Enfim chega a dança dos noivos e nós nos posicionamos ao redor do casal no centro.
Me surpreendo quando botam uma cadeira no centro da roda e Paulo se senta, arrancando a gravata e jogando para o Bernardo. Depois é a vez do paletó, onde ele joga para o Arthur.
Isso não estava no script. Era pra ser uma dança romântica ao som de Jessie J.
Eu começo a rir... Bem os dois mesmo.
Começa a tocar uma música do Two Feet. Com batida arrastada e sensual.
Sabrina começa a se mexer na frente dele sensualmente.
E o público vai ao delírio, quando ela apoia suas duas mãos no encosto da cadeira e beija os lábios dele.
Rodeia sua cadeira e põe uma de suas pernas com o salto no vão de suas pernas, chegando o salto bem rente a sua virilha.
Ele levanta seu vestido devagar, como se tivesse desembrulhando um presente até as suas coxas. E deixa aparente uma meia 7/8 branca e no final dela, bem no meio das suas coxas, uma cinta liga de branca cheia de babadinhos.
Aí entendemos o porquê da dança. É hora do Paulo jogar a cinta liga para os homens e ela o buquê.
A plateia continua divertida. Até os matriarcas estão empolgados com a cena.
Ele segura sua cinta com os dentes e começa a tira ela de suas coxas.
Quando termina, ele se levanta da cadeira e a beija segurando a liga nas mãos.
Todo mundo ri e se apaixona mais uma vez por esse casal tão lindo.
Aí sim, começa a música deles, Flashlight de Jessie J. E eles começam a dançar agarradinho. Paulo o tempo todo segurando sua cinta liga.
Chegam na frente de Duda e Arthur e os convidam para dançar. Depois é a minha vez e a do Bernardo.
Ele me olha sorrindo.
-Nada de beijos roubados Bernardo. -falo seria.
Ele gargalha.
-Bom, aquele beijo não foi roubado... Eu lembro que você participou bastante dele…
Eu suspiro. Não posso negar... Participei mesmo... E amei...
O que eu faria para ter seus lábios pressionando os meus neste momento? Acho que tudo... Acho que desistiria até de viver para voltar a ter as mãos dele me pressionando nos lugares certos.
Meu coração acelera e eu não digo mais nada.
A que ponto eu cheguei? A saudade das mãos deles me sufoca e dói…
Isso não pode ser normal…
Não pode…
Eu tenho que pensar em mim novamente. Minha vida é mais importante do que tudo!!!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Redenção do Ogro
A história desse livro é muito massa e uma Pena que está postado a história toda...