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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 7

John

John desceu as escadas com passos firmes, mas por dentro era puro caos.

Entrou no escritório, fechou a porta atrás de si e apoiou as mãos trêmulas sobre a imensa mesa.

Respirou fundo, tentando conter a raiva que fervia no peito.

Repassou mentalmente a cena lamentável que acabara de protagonizar.

Talvez tenha sido duro demais com Elizabeth.

Passou a mão pelos cabelos. Sabia que fora cruel... mas precisava ser. Era a única forma de testar a máscara que ela usava. E, cedo ou tarde, ela cairia.

Elizabeth não parecia de forma alguma uma mulher interesseira. Ela era educada, gentil e doce. Isso só o deixava mais desconfiado.

"Mulheres doces... são as piores."

Elizabeth era parte de um acordo por uma boa recompensa em dinheiro, um contrato, nada mais. E ele faria o possível para manter distância.

Maldição... — sussurrou, irritado consigo mesmo.

Pegou um copo e serviu-se de uma dose generosa de whisky. Deu um gole lento, encarando o próprio reflexo no vidro da estante.

O homem à sua frente parecia forte, decidido.

John era obstinado em tudo que se propunha a fazer e não seria diferente com Elizabeth.

Ele iria levá-la ao limite até quebrá-la e tirar a máscara que um dia o iludiu.

*****

Elizabeth

Elizabeth desceu as escadas com passos trêmulos, levando as roupas rasgadas e as que John havia jogado aos seus pés.

O brilho suave do entardecer ainda atravessava os vidros do saguão, mas para ela, tudo parecia coberto por uma sombra.

Caminhou em silêncio, sem saber ao certo onde ficavam as tais "dependências".

Seguiu o instinto, passou pela cozinha e encontrou uma porta que dava para um corredor lateral e no fim algumas portas.

Abriu uma por uma até achar um cômodo com uma cama e um criado mudo, um guarda roupa e uma pequena mesa que servia de escrivaninha. O quarto não era grande, era bem iluminado com uma janela alta e tinha um pequeno banheiro

Elizabeth suspirou. Ali era seu novo "quarto".

Jamais imaginou que passaria sua noite de núpcias no quarto de empregadas.

Colocou as roupas em cima da cama e olhou para suas roupas rasgadas, entre elas uma camisola de seda branca e detalhes rendados que havia comprado com grandes expectativas.

Esperava que ela, enfim, deixasse cair a máscara de mulher doce e tímida, e estivesse ali... esperando por ele, tentando seduzi-lo, como alguém com segundas intenções faria.

Mas ela não estava.

Inquieto, começou a procurá-la pelos outros cômodos da casa.

Quarto após quarto, todos estavam vazios. A mansão era grande, mas não havia dormitórios no andar térreo.

Olhou em volta e para o andar de baixo. A casa estava na penumbra iluminada por algumas poucas luzes e no mais completo silêncio.

Ele não acreditava que ela tinha ido para o quarto de empregada sem resistência. Esperava gritos, indignação, talvez até uma cena dramática. Mais nada.

Voltou ao quarto e sentou-se na beira da cama. Os pensamentos embaralhados, contraditórios.

Será que era mais uma jogada?

Será que ela espera que eu vá atrás dela?

Levantou-se e foi ao banheiro, onde tomou uma ducha fria, tentando organizar o caos em sua mente.

Tentou, mais uma vez, se convencer de que a odiava. De que ela era apenas uma oportunista com um rosto angelical.

Mas quanto mais tentava odiá-la, mais pensava nela.

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