Christian Müller –
Assim que meus olhos encontraram os de Laura, sentada no sofá, com aquele vestido que moldava cada curva do corpo dela, exibindo aquelas pernas cruzadas e o copo de whisky entre os dedos... Meu coração, que sempre se manteve frio e calculista, pareceu esquecer como bater.
Ela ergueu o olhar para mim, com um leve sorriso no canto dos lábios, como se tivesse todo o controle daquela situação. E talvez tivesse.
— Laura... — murmurei, quase sem voz, sentindo o corpo inteiro reagir à presença dela.
Fechei a porta atrás de mim, sem conseguir tirar os olhos dela.
Soltei a gravata, afrouxando-a com uma mão e fui me aproximando, devagar, sem saber ao certo o que faria quando chegasse perto.
Ela inclinou a cabeça levemente, com aquele olhar provocante, levando o copo aos lábios e bebendo com uma calma que me enlouquecia.
— Eu estava te esperando. — disse ela, com a voz baixa, como se soubesse exatamente o efeito que tinha em mim.
Eu sorri de lado, passando a língua pelos lábios, encarando-a com intensidade.
— E me recebeu assim? — Perguntei, parando à frente dela, olhando-a de cima, com uma expressão carregada de desejo.
Ela deu de ombros, mas o brilho no olhar denunciava o quanto ela também estava afetada.
— Eu queria te surpreender.
Inclinei o corpo, tomando o copo de whisky das mãos dela, sem desviar o olhar. Levei o copo à boca e bebi todo o conteúdo de uma vez, sentindo o líquido descer queimando.
— Conseguiu. — Murmurei, antes de inclinar o rosto e, sem aviso, capturar seus lábios num beijo urgente.
Ela retribuiu na mesma intensidade, me puxando pela gravata, como se quisesse colar nossos corpos, e quando nossas línguas se encontraram, o mundo pareceu desaparecer.
Quando separamos as nossas bocas, ofegantes, mantive minha mão firme em sua nuca, segurando-a perto.
— Isso tudo... — falei, apontando com o queixo para a sala decorada, a mesa posta, as velas — foi ideia sua?
Ela assentiu, com os olhos brilhando.
— Quis fazer algo especial. Para gente.
Sorri, passando o polegar devagar sobre os lábios dela, como se quisesse gravar aquela sensação.
— Se o objetivo era me deixar louco, parabéns, você conseguiu.
Ela riu baixinho, mordendo o lábio inferior de um jeito que quase me fez perder o controle.
— Christian... — Laura chamou, num tom mais sério, colocando a mão sobre a minha — Eu quero você inteiro para mim.
—Eu sou todo seu. – Falei a puxando para um beijo mais quente, a tirando levemente do chão. Nossos lábios se moviam de forma frenética, misturando os nossos gostos com o da bebida em nossas línguas, que quanto mais se moviam dentro de nossas bocas, mais almejava por aquilo.
Estávamos queimando de desejo. Ela levou a mão na minha camisa, desabotoando-a delicadamente, passando a ponta dos dedos pelo meu peito.
E de repente, meu celular tocou. Revirei os olhos, soltando um suspiro pesado.
— Ignora. —Falei a puxando de volta, mas o número desconhecido insistia, como se soubesse o momento certo de atrapalhar.
— Pode ser importante. —Murmurou ela e eu a soltei devagar.
Peguei o telefone e atendi sem nem olhar o visor.
— Vamos brincar um pouco, Christian? — A voz dela agora soava quase infantil, mas por trás havia um tom perigoso. — Que tal um esconde-esconde? Você me caça... e eu os caço de volta.
Meu sangue ferveu, e antes que pudesse responder, ela completou:
— Vamos ver quem encontra quem primeiro.
Meu corpo inteiro ficou tenso. O telefone tremia em minha mão.
— Se você encostar um dedo nela ou no meu filho, eu te juro, Andressa, você vai desejar nunca ter nascido. — Minha voz era pura ameaça, e eu não estava blefando.
— Quero ver você impedir. — Ela sussurrou, antes de desligar.
Fiquei parado, encarando o vazio, com o celular ainda no ouvido, como se o simples ato de ouvir aquela voz tivesse aberto uma ferida antiga.
— Christian? — Laura chamou, se levantando devagar, com o olhar preocupado. — O que foi? Quem era?
Demorei um segundo para responder. Me virei para ela, com o olhar duro, a expressão carregada de raiva e medo.
— Não é ninguém. Pelo menos não será daqui alguns dias. — Murmurei me aproximando dela, segurando-a pelos ombros com firmeza. — Você e o Nathan não vão sair do meu lado. A partir de agora, não desgrudam de mim um segundo.
Ela arregalou os olhos, sentindo o peso da minha voz, e tentou falar algo, mas eu a interrompi:
— Eu vou acabar com isso de uma vez por todas.
O olhar dela refletia o medo e a confusão.
Andressa começou um jogo e eu iria acabar com esse jogo de uma vez por todas.

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