“Melissa”
Quando eles finalmente fecharam a última pasta eu estava até meio zonza com tanto nome de remédio e insumo hospitalar. Mas o tio Álvaro e o Fernando engataram uma conversa sobre um novo medicamento que alguém no mundo estava testando para o Alzheimer e para mim era suficiente, que eles ficassem lá com sua discussão técnica sobre um medicamento que prometia avanços espetaculares.
- Rabicho, vamos dar uma voltinha enquanto esses dois ficam aí debatendo quem será o próximo Prêmio Nobel da medicina? – Eu convidei a Hana, que estava tão entediada quanto eu, e nós saímos do apartamento planejando fazer uma caminhada num parque que tinha ali perto. – Eu pensei que vocês teriam o fim de semana livre, depois de trabalhar até tarde ontem. – Eu comentei enquanto esperávamos o elevador.
- Parece que o Dr. Molina quer se livrar depressa do conselho. – Ela sorriu.
- Bom, então eu devo me acostumar com isso. – Eu respondi enquanto entrava no elevador.
- Vocês tinham combinado alguma coisa ontem, não é? – Ela perguntou.
- Nada importante. – Eu sorri.
- O Fernando é muito focado no trabalho. E o Dr. Molina está pegando pesado. Eu acho que ele está testando o sobrinho. – Ela comentou e fazia total sentido para mim.
- É, isso pode ser. – Eu concordei.
Quando o elevador se abriu no térreo nós demos de cara com o Rafael, que parecia chegar da academia ou coisa assim.
- Oi, Rafa! Tudo bem? – Eu o cumprimentei como sempre, mas ele parecia distante, já não era tão caloroso quanto antes.
- Oi, Meli! Tudo bem sim. Acredita que eu tive uma proposta para ceder o bar para outro casamento?! – Ele deu um pequeno sorriso.
- Sério? E você aceitou? – Eu perguntei interessada. O espaço dele era muito bom para um casamento.
- Não, não aceitei. Um casamento lá foi o suficiente. – Ele sorriu.
- E aquele papo que se eu organizasse você aceitaria? Essa parceria renderia um bom dinheiro. – Eu brinquei e ele deu um sorrisinho sem graça.
- Ah, Meli, nenhum de nós dois precisa da dor de cabeça que esse dinheiro renderia. – Ele falou em tom de brincadeira, mas havia alguma coisa ali, seria melhor não insistir no assunto.
- Ah, deixa eu te apresentar a assistente do Fernando e minha nova amiga, Hana. Hana, esse é o Rafa, nosso vizinho de baixo. – Eu os apresentei, mas eu quase podia jurar que a Hana rosnou pra ele.
- Muito prazer, Hana. – Ele estendeu a mão para cumprimentá-la, mas ela não apertou a mão dele.
- Oi. Vamos, Mel? – Ela o cumprimentou secamente e se virou pra mim.
- É... desculpe atrapalhar vocês. Bom passeio. Com licença. – O Rafa respondeu sem graça e entrou no elevador.
A Hana me encarava e eu me virei de frente para ela e cruzei os braços, franzindo as sobrancelhas.
- Posso saber que grosseria foi essa? – Eu estava surpresa, ainda não tinha visto a Hana ser assim tão grosseira com ninguém.
- Não gostei dele! – Ela respondeu simplesmente.
- O que é isso, Hana, você mal o cumprimentou, como não gostou dele? – Eu achei tão estranho essa atitude dela.
- Não gostei e pronto! Mel, você não percebeu? Ele está caidinho por você. – Ela argumentou.
- Ele pode até estar caidinho por mim, Hana, mas ele não me faltou com o respeito, ele não deu em cima de mim e ele não fez absolutamente nada que pudesse ofender o meu relacionamento com o Fernando. Então eu não entendi a sua indelicadeza. – Eu continuei esperando que ela me respondesse. Tinha sido uma saia justa, uma situação muito incômoda para mim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......